sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos

Habacuque - 3 - 1 : 1  Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos

"A história da igreja mostra claramente que vez por outra ela atravessa períodos de marasmo espiritual, apresentando frieza, abertura ao secularismo, organização demasiada e por fim uma quase letargia por falta de vida, poder, fervor e unção que só o Espírito Santo comunica.
Tal quadro torna-se ainda mais difícil quando os dirigentes de obra também acomodam-se a esse estado anormal de coisas e não advertem, nem conclamam o povo para um completo retorno a Deus e à uma vida cristã normal, abundante, ativa, zelosa pelas coisas de Deus e acima de tudo cheias do Espírito.
A Palavra de Deus por Habacuque, fala-nos de alguns elementos espirituais que um avivamento deve buscar e preservar para que possa continuar.
O profeta Habacuque primeiro "viu" certos fatos de um avivamento (1.1; 2.2,3; 3.7). Ele era homem de fé, a qual vê o invisível de Deus, que a visão espiritual comum não alcança.
Mas o profeta também "ouviu" de Deus (3.2,16). No avivamento que iniciou-se em Jerusalém e propagou-se pela Judéia, Samaria e até aos confins da terra, certos fatos sobrenaturais aconteceram. Ouviu-se do céu um som como de um volumoso vento, rápido e forte. Foram vistas línguas repartidas como que de fogo. O Espírito Santo encheu a todos, e falaram noutras línguas.
O que chamam de avivamento em muitos lugares não é "do céu" (At 2.2), mas de homens e mulheres, que estão enganando, ou foram enganados.
1. O que Deus fez ontem pode fazer hoje. "Deus veio de Temã" (v.3).
A partir daqui o profeta faz um resumo dos feitos miraculosos de Deus ao tirar Israel da servidão do Egito, conduzi-lo através do deserto consumidor e estabelecê-lo em Canaã, ocupada por poderosas nações pagãs.
Temã era a invencível cidade-fortaleza, capital de Edom. Designava também o território a leste do deserto de Parã. Nada pode se suster diante do poder de Deus. Nos vv. 3-15, os atos de Deus em favor de Israel estão todos no tempo passado! Deus fez! (Dt 33.2).
Deus ainda está no controle da situação decadente da igreja em muitos lugares, mesmo parecendo que os maus adoradores e maus obreiros estão a fazer como lhes apraz.
O grande avivamento que deu origem a Assembléia de Deus e outras igrejas do mesmo quilate, no início do século passado, Deus pode reconduzi-lo, e ainda maior, se nós o seu povo lhe clamarmos dia e noite, humilhados na sua presença. Ler 2 Cr 7.14,15.
Não são os incrédulos que impedem um avivamento do alto, na igreja; são os crentes, quando se entregam a negligência, ao mundanismo (2 Cr 7.14).
2. Santidade. "O Santo" (v.3). Assim Deus é declarado.
Ele é santo num sentido único, e seus seguidores precisam ser santos. Os atos gloriosos que Deus realizou no meio de Israel durante a peregrinação no deserto e o culto divino no tabernáculo em todos os pormenores falavam da santidade de Deus. Ele não modificou seus padrões. Hoje fala-se muito em poder, mas pouco em santidade, o que denota um falso evangelho, pois a santidade é um atributo de Deus tanto quanto o seu poder. No princípio das Escrituras Deus anunciou ao seu povo, "sereis santos, porque eu sou santo" (Lv 11.44). No final do Novo Testamento Deus volta a anunciar a mesma verdade, em 1 Pe 1.15,16 mostrando assim que a santidade deve ser uma virtude perene do seu povo.
3. Gloria divina manifesta. "A sua glória cobriu os céus" (v.3). A igreja é no presente a habitação de Deus aqui (2 Co 6.16), assim como o foi seu povo Israel no passado. "Glória na igreja", está dito em Efésios 3.21. Este é o propósito de Deus, mas o apego da igreja à desobediência, ao conformismo, à tolerância e transigência quanto às trevas impedem um avivamento. Sempre que a igreja se mistura com o mundo fica parecida com ele como aconteceu com Israel no passado, e a glória divina se afasta.
Podemos dar glória, cantar vitórias, simular glória, e falar de glória, mas outra coisa é "a Sua Glória" manifestar-se e permanecer entre nós. É o quadro de Efésios 5.27. Sem esta divina glória na igreja, a morte com sua frieza instala-se. Quando a glória se foi, no passado, veio a tragédia nacional sobre Israel com a perda da arca do concerto, a derrota do exército na batalha e a extinção da fé simbolizada na morte de Eli, o sumo sacerdote, seus dois filhos, e ainda a esposa de um deles.
4. Louvor celestial. "A terra encheu-se do seu louvor" (v.3). Não é louvor artificial, como está a acontecer por toda parte: cânticos e músicas sem unção divina, sem mensagem bíblica, sem endereço certo, com letra deturpada, com melodia, ritmo e andamento copiados do mundo, e que só satisfazem a carne. Um real avivamento do alto santifica também o louvor ao Senhor. É o "seu" louvor (v.3).
Observe-se que a Palavra afirma "A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor". Isto é, o louvor como resultado da presença da glória divina. É a glória de Deus, sua presença pessoal, direta e abundante, buscada e manifesta que origina a adoração. O louvor, como sacrifício espiritual ao Senhor, por sua vez conduz à adoração, como vemos em 2 Cr 29.27,30.
5. Poder celestial. "Raios brilhantes saiam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força" (v.4). Como avivar os mortos e reavivar os que "não tem nenhum vigor", como diz Isaías, senão pelo poder vivificador do Espírito? (Ez 37.14). Três alusões ao poder avivador de Deus, no v.4. 1) "Raios" é literalmente "chifres", que na simbologia bíblica fala do poderio; 2) "Sua mão" que reflete poder; uma figura muito difundida na Bíblia; 3) "Sua força", o poder do Senhor que sempre opera nos avivamentos.
Observemos ainda que Deus não concede seu poder indiscriminadamente: "o esconderijo da Sua força".
6. Milagres de curas. Adiante dEle ia a peste, e raios de fogo sob seus pés (v.5). As doenças fogem diante de Jesus. "Raízes de Fogo", a conhecida Versão Berkeley traduz por "febre alta" nas doenças.
Deus opera milagres, mas há milagres falsos e enganosos (Mt 7.22,23; Êx 7.10,11,22; 2 Ts 2.9; Ap 13.13). Jesus preveniu duas vezes que é por seus frutos que os enganadores são identificados, e não por seus milagres Mt (7.16,20).
Corridas, quedas, pulos, gestos, brados e outros movimentos podem nada ter com um real despertamento do Espírito. Quando o vento sopra forte até as plantas secas e mortas se movem, sem terem vida. Deus mede o crente não é pelo que ele faz, mas pelo que ele é (Lc 6.40). Hoje, mais do que nunca os falsos milagres estão enganando muita gente.
7. O pecado, Deus não o dissimula. "Parou, e mediu a terra" (v.6). O ato de medir em textos como estes fala de julgamento de pecado. De fato, os avivamentos bíblicos e da história da igreja sempre conduzem o povo de Deus a uma maior santidade prática de vida, "em toda maneira de viver", como está escrito em 1 Pedro 1.16.
Aquela nossa decisão firme de romper com todo pecado e apegar-se à santidade, quando da nossa conversão, devia continuar pelo resto da vida, o que não acontece, a menos que o crente busque renovar-se e reencher-se do Espírito, como nos diz Efésios 5.18: "Continuai cheios do Espírito" (literalmente).,
CONCLUSÃO
Temos teorizado demais a palavra 'avivamento', e tantas são as reuniões, que temos esquecido o significado real do termo. Realizamos os nossos encontros espirituais e ali celebramos, cantamos, adoramos e vivemos momentos de grande regozijo espiritual que duram semanas, até que as brasas diminuam e finalmente desapareçam! O que precisamos é de um verdadeiro despertamento espiritual! Não apenas por algumas semanas, mas que dure todos os dias da nossa vida.
Ashbell Simonton Rédua

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