sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A História de Naamã e sua cura

A história da cura da lepra de Naamã traz um lindo ensinamento sobre o poder da humildade e da obediência à palavra de Deus.
Naamã apesar de ser um estrangeiro, gentio sem conhecimento do Deus de Israel, creu na pequena, mas poderosa palavra de uma jovem escrava. E tudo é possível àquele que crer.
Vamos falar um pouquinho da vida deste fantástico personagem do livro de 2 reis 5:1-27, da sua cultura, da sua fé e das preciosas lições que a sua cura nos deixa, através dos significados que os sete mergulhos no rio Jordão representam para os cristãos de todos os tempos.

Os Sírios na Época de Naamã e Eliseu

Depois do grande reino de Salomão houve um conflito entre os israelitas, e o reino foi dividido em dois, o reino de Israel (reino do norte) constituído de dez tribos, e o reino de Judá (reino do sul) com apenas as tribos de Judá e Benjamim.
A Síria (não confundir com a Assíria, que era outra poderosa nação), estava localizada ao norte do reino de Israel, e pagava tributos ao rei Davi durante todo o seu reinado. Porém com a morte de Davi, os sírios reconquistaram a sua independência.
O reino de Israel e os Sírios, chamados algumas vezes de Arameus, também estiveram envolvidos em guerras pelo controle das rotas de comércio por cerca de 150 anos. Damasco tinha intenção de aumentar os seus negócios, mas Israel controlava todas as grandes rotas dos países ao sul do Egito e da Arábia.
Entretanto, todo comércio deveria passar por Damasco, para chegar aos mercados dos ricos países que formavam a mesopotâmia, uma rota de vital importância estratégica para Israel.
E neste contexto de interesses comerciais, ambos exércitos, tanto o de Israel e o exército Sírio, estavam constantemente engajados em batalhas pelo controle e hegemonia sobre tais caminhos por onde as caravanas com produtos passavam.
naamã comandando suas tropasNaamã era comandante dos Exércitos da Síria. 

Quem Era Naamã

Naamã, o arameu, foi um general do exército sírio, quando Ben-Hadade II era rei da Síria (860 - 842 a.c.). Em 2 reis 5:1 encontramos expressões que descrevem sua personalidade, sua honra e sua habilidade no combate.
"E Naamã, capitão do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu SENHOR, e de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos sírios; e era este homem herói valoroso, porém leproso." 2 Reis 5:1
O rei era naquele tempo o comandante supremo, entretanto, colocava a frente do exército um general comandando suas tropas. As unidades eram geralmente formadas por 10, 50, 100 e 1000 homens. Cada oficial (sarim), comandava o gedud [do hebraico compahia], até 120 homens.
Os generais, comandavam o deguel [do hebraico "uma divisão de exército"], com mais de mil homens. Mas como Naamã era o general de todo o exército Sírio, ele comandava o degalim[do hebraico milhares], que estavam sob suas ordens.
Mesmo com tanto poder e autoridade, havia algo que trazia embaraço a Naamã, ele era leproso. Naturalmente os leprosos eram vistos como incapazes, dignos de pena, e eram mantidos longe da população, isolados em aldeias para leprosos, não tinham mais contato com a família e a sociedade.
Mas Naamã era um guerreiro fascinante, pois por meio dele os sírios já haviam recebido livramentos. Assim, foi mantido como chefe de suas tropas.
E Naamã em sua necessidade de autoafirmação como líder de um poderoso exército, em um tempo onde havia uma aliança de paz entre a Síria e Israel (para combater um inimigo comum que se expandia e ameaçava a ambos, a Assíria), pratica uma incursão chamada de[razia], e leva cativa uma jovem israelita.
A razia, diferente da guerra, não tinha por objetivo matar, mas apenas saquear e fugir sem sofrer danos. Era o "esporte" nobre do deserto e dos povos nômades e semi-nômades.

A Jovem Israelita Escrava de Naamã

A jovem israelita que foi feita escrava [do hebraico ebed] da mulher de Naamã, é um exemplo de fé e confiança no Senhor. Os escravos eram reduzidos pela guerra à situação de servidão em terra estrangeira, eram objetos de comércio em todo oriente antigo. Perdiam a liberdade e muitas vezes, a sua própria identidade.
O escravo era considerado estritamente uma "coisa" possuída por seu dono, que a tomou por direito de conquista. As antigas leis da mesopotâmia permitiam que o escravo fosse marcado com até três tatuagens.
Mas a jovem israelita, ensinada nos caminhos do Senhor, guardou a palavra em seu coração. E não hesitou em lançar uma pequena semente, como a de uma semente de mostarda, enquanto cuidava dos afazeres domésticos da casa da mulher de Naamã.
As escravas mulheres ficavam a serviço pessoal da dona da casa em que viviam.
"E disse esta à sua senhora: Antes o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra." 2 Reis 5:3
E esta pequena semente, encontrou terreno fértil no coração do general Naamã, que ao ouvir a mensagem da jovem israelita, imediatamente creu no Senhor. Aquela jovem ajudou a construir a paz.
E Naamã certamente já havia tentado a sua cura através de incontáveis rituais, dirigidos a diversos deuses, especialmente a rimom [o original seria aqui "ramam", 'aquele que faz trovejar', uma designação ao deus hadade, também conhecido como baal, adorado por todo oriente antigo].
Naamã usou pomadas(unguento com mirra e incenso), banhos com ervas e raízes, diversos tipos de receitas dos Xamãs sírios, mas nada o havia ajudado.

Naamã Vai a Eliseu

E ele se apressa em conseguir uma carta de recomendação do seu rei, ao rei de Israel. Ainda que tais cartas fossem comuns no antigo oriente, as frequentes razias e investidas de Ben-Hadade contra o norte de Israel, fizeram o rei suspeitar que era uma disfarce de Naamã para mais um ataque.
Mas o profeta Eliseu, guiado por Deus, pede ao rei que conceda o salvo conduto diplomático que Naamã precisava. Sabiamente, Eliseu era conhecedor que a paz não poderia ser mantida somente através de espadas e carros de combate.
Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel. 2 Reis 5:8
E Naamã parte em uma viagem de aproximadamente 138 km de Damasco a Dotã. Ele, depois de tanto esforço, esperava que Eliseu o recebesse e fizesse algum tipo de ritual mágico, algum tipo de oração forte, quem sabe um passe espiritual que o purificasse da sua lepra.
"Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás purificado." 2 Reis 5:10
Naamã esperava ter que fazer alguma coisa complicada, seguir alguma prescrição difícil, entretanto ele sai da casa de Eliseu com apenas uma simples palavra de obediência.
Bastava somente a obediência à palavra de Deus. Era preciso humildade e quebrantamento de toda altivez de um homem acostumado a dar ordens e a comandar exércitos numerosos, a se submeter aos sete mergulhos do rio Jordão.
"Porém, Naamã muito se indignou, e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, por-se-á em pé, invocará o nome do SENHOR seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso." 2 Reis 5:11
naamã é curado da lepra nas águas do jordãoNaamã se banhando nas águas do Rio Jordão.

Os Sete Mergulhos de Naamã no Jordão

O rio Jordão "aquele que desce", está localizado em um vale que constitui um fenômeno único no mundo. Na sua fonte, no pé do monte Hermom, ele está a 563 m acima do nível do mar e quando deságua no mar morto atinge 392 m abaixo do nível do mar.
E realmente, para se aproximar de Deus, muitas vezes é preciso trilhar pelo difícil caminho da descida e humilhação. Se Naamã não deixasse o seu orgulho, a sua autopercepção de altivez, ele não teria alcançado a misericórdia.
Mas ele abre mão de tudo o que era, e passa a cumprir o mandamento divino, se submetendo ao batismo da humildade e do quebrantamento, que por sete vezes simbolizava virtudes espirituais que devem estar presentes na vida daqueles que desejam passar pelas águas da purificação e do Espírito de Deus.

Nos Sete Mergulhos de Naamã:

  • O primeiro era o mergulho do amor, pois o amor é humilde e tudo suporta, tudo crê;
  • O segundo era o mergulho que traz um profundo gozo que se manifesta no coração daqueles que tem o prazer de cumprir os mandamentos de Deus;
  • O terceiro mergulho trouxe a paz e a serenidade, pois Naamã sabia que estava debaixo da vontade e da proteção divina;
  • O quarto era o mergulho que exercitava a longanimidade e a benignidade, alimentados com esperança, produzida pela provação dos sete batismos nas águas do Jordão;
  • O quinto mergulho falava da bondade divina, que não cobrava nada para fazer o bem, antes tudo operava por graça e pela graça;
  • O sexto era o mergulho da fé. A fé que foi necessária para se chegar até aqui, a fé de que com apenas mais um mergulho a benção de Deus se manifestaria;
  • O sétimo mergulho era o da mansidão e da temperança que foram produzidas após a provação que despertou a esperança, que levou à fé, que trouxe a materialização da cura da lepra de Naamã.
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." Gálatas 5:22
E estas virtudes espirituais, juntamente com a obediência à palavra de Deus, performaram um lindo milagre, Naamã foi limpo e restaurado, pôde reconhecer que não há outro Deus como o Deus de Israel.
Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado." 2 Reis 5:14
E Naamã tenta agradecer a Eliseu, compensando-o com presentes caríssimos. Um talento de prata pesava 70 quilos. Ele não conhecia os meandros da graça e da misericórdia. Pensava ainda com as categorias dos deuses e dos "sacerdotes" sírios, que já haviam lhe cobrado tanto ouro e prata no passado, pelas performances dos rituais pagãos.
Mas o Deus de Abrão, Isaque e Jacó curava com as águas turvas do Jordão. Deus usa as pequenas coisas para confundir as grandes, e assim revela que é pelo seu poder e pela sua infinita bondade.
Eliseu conhecia os mistérios de Deus, sabia que o Senhor do universo, dono do ouro e da prata, não respondia ao vil metal perecível. A única riqueza que tem valor para Deus é o testemunho de um coração profundamente agradecido. Deus conhece o preço imensurável da gratidão.
E Naamã pôde experimentar dessa graça e desse perdão. Ele profundamente agradecido confessa com a sua boca que nunca mais serviria a nenhum outro Deus. O nome do Senhor foi grandemente engrandecido.
"Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel;" 2 Reis 5:15

A Provação Produz Aperfeiçoamento

Muitas vezes temos entendimentos incompletos sobre o nosso Pai celeste. Temos fraquezas, vícios, maus hábitos ou algo que precisamos melhorar. E Deus nos ama mesmo assim. Mas isso não significa que Ele quer que continuemos da mesma forma errante.
E no seu muito amor por nós, Ele nos conduz por caminhos diversos, onde podemos ser provados. Mas Deus sabe até onde podemos suportar. Toda prova tem um objetivo, que é sempre nos aperfeiçoar e nos fazer crescer em fé e esperança.
Assim, não desanime. Seja qual for a sua luta, a sua prova, quantas vezes necessário for, desça, mergulhe. Muitas vezes a vitória vem pela humildade e pela obediência.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Transformando o Caráter

O nosso Deus tem prazer em transformar vidas, mudar comportamentos, restaurar o homem... Cada personagem bíblico que foi trabalhado por Deus foi transformado. Alguns precisavam até mudar de nome: Abrão p/Abraão; Sarai p/Sara; Saulo p/Paulo; Talvez a maior mudança no caráter tenha acontecido com um homem que era enrolão, mentiroso, enganador... Jacó p/Israel!

Tudo isso fala de Transformação de Caráter, transformação do interior, da alma. Não adianta nada a pessoa mudar exteriormente sem ter mudado interiormente! Muitos acham até que ninguém muda o caráter... Pois nós conhecemos um Deus que Muda...!

I – ATRAVÉS DE HÁBITOS SALUTARES

Ilustração: É como mudar um hábito alimentar... É necessário determinação, disposição, força de vontade... Talvez eu tenha exagerado, pois mudar o caráter é bem mais fácil...!

1.1 – Isso não acontece da noite para o dia, salvo exceções: Esse processo é uma Santificação que conquistamos dia após dia...;

1.2 – Isso não acontece sem “Dor”: Mudar o caráter vai trazer “falsas dores” na carne, assim como na “crise de abstinência” no tratamento de dependentes químicos...;

1.3 – Isso não acontece sem Esforço: É preciso lutar para Mudar o Caráter, mudar Maus Hábitos, Livrar-se de influências pecaminosas...;

1.4 – Isso acontece adotando-se Bons Hábitos: “Os hábitos de um homem tornam-se seu caráter”; Você é o que faz; Vejamos alguns hábitos a serem adotados: Oração, Adoração, Leitura Bíblica.

Ilustração: Paulo ensina bons hábitos p/os crentes: Ef 4:25 a 5:1-4;
1.5 – Isso Acontece Adotando-se “BONS AMIGOS”: I COR 15:33.

II- ATRAVÉS DE UM DISCIPULADO EFICAZ

Ninguém consegue mudar seu caráter sozinho!Você vai precisar de ajuda! Você vai precisar confiar em alguém! E esse alguém é o seu Discipulador!

2.1 – Confissão: Tiago 5:16 / I Tes 5:11. Jesus nos mandou fazer Discípulos e no Discipulado Ninguém Anda Sozinho! Essa não é uma caminhada solitária... Jesus nos deixou o Seu Espírito... E também nos deixou nossos Discipuladores...! Precisamos “Uns dos Outros”!

2.2 – Modelo Exemplar: I Cor 11:1 – Esse é o nosso Padrão...! E como Discipuladores, precisamos ter um Caráter de Excelência, pois seremos Modelo para formar outros... Não queremos reproduzir nos outros os nossos erros, defeitos e falhas de caráter...!

2.3 – Submissão e Humildade: Sem a Humildade de se deixar tratar, sem estarmos Submissos a alguém que exerça autoridade sobre nós, jamais avançaremos no Discipulado, no Moldar o Caráter. Precisamos delegar a alguém a Autoridade sobre nós!

Ilustração: Pastor me pedindo: “Mande em mim”!
2.4 – Prestação de Contas: Tudo o que fizermos, devemos prestar contas a alguém! Não somos “soldados sem quartel, sem general”, Não fomos largados no mundo sem termos uma Autoridade sobre nós, sem termos responsabilidades ou sem alguém a quem devemos dar satisfação. Deus instituiu Suas Autoridades Representativas para Cuidar de Nós! Rm 13:1-6!!!

2.5 – Novas Ações: Mudamos o nosso Caráter quando Mudamos as nossas Atitudes! O Evangelho traz Mudança de vida, mente, comportamento, caráter... Conversão é “mudar de rumo”!

2.6 – Confrontação: I COR 4:14 “Não vos escrevo essas coisas p/vos envergonhar, pelo contrário, para vos admoestar como a filhos...”! Ás vezes o Discipulador fica com vergonha de “Admoestar/Confrontar”...!!!

III- ATRAVÉS DA AÇÃO PODEROSA DE DEUS

Deus nos criou a Sua Imagem e Semelhança, mas com o Pecado, essa Imagem foi “desfigurada, deturpada, desviada”. Só Deus é quem pode restaurar essa Imagem d'Ele em cada um de nós, pois Ele sabe como nos fez, Ele nos conhece, Ele nos projetou...

Ilustração: Deus mostrou esse trabalho de Transformação de Caráter a Jeremias, levando-o a um Oleiro: Jer 18:1-6,11!

Quando existe algum mau hábito que tem deformado o nosso caráter, devemos entregá-lo ao Senhor e confessar para Ele e dizer: Sr.! Não Consigo... Aí Ele vem com a sua Misericórdia e Amor e Faz um Milagre...!

CONCLUSÃO: Deus Mudou o Caráter de Vários Líderes, sem Nunca Desistir deles, mas “Os Disciplinou”: Moisés, Jacó, Davi, Pedro, Eu, Você, Nós e os Nossos Futuros Discípulos...!!!

Hoje, até no Mundo Secular as Empresas tem Valorizado as Pessoas de Bom Caráter e estão Descartando as de Mau Caráter...!!!

Descobri numa Leitura de um Livro sobre Liderança que o que mais Derruba Líderes no Mundo. Não é Falta de Preparo ou Conhecimento, mas Falta de Caráter!

Essa Mudança começa com uma Decisão, aí vem uma Ação, da Ação vem uma Prática, da Prática vem o Costume e do Costume vem o Caráter...!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Aparência e Conteúdo

“E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes.” (Marcos 11:20)

Indo de Betânia a Jerusalém, Jesus sentiu fome. Ao passar por uma figueiracoberta de folhas bem verdes (aparência), aproximou-se para colher alguns figos. Vendo, porém, a mais absoluta ausência de frutos (conteúdo), Jesus “amaldiçoou” a figueira, condenando-a à improdutividade permanente. “No dia seguinte, de manhã bem cedo, Jesus e os discípulos passaram perto da figueira e viram que ela estava seca desde a raiz” (Marcos 11:20).

A explicação dada por Jesus, claramente, nada tem a ver com o fato de umafigueira secar, por não possuir fruto, o que poderia ser encarado com naturalidade em uma época que não era de colheita... Mas, de repente, Ele começa a explicar sobre a fé capaz de modificar as coisas.

Mas qual seria a relação entre uma figueira amaldiçoada e a vida de fé, cheia defrutos, que o Senhor espera que tenhamos?

Tal como aquela figueira, muitos de nós conseguem impressionar e convencer à primeira vista. Nossas “folhas verdes” dão a aparência de viço, de vida, de robustez, o que não necessariamente implica em autenticidade e principalmente em produtividade.

Em tempos de números e estatísticas, ouvimos por todos os lados de índices que falam em crescimento da igreja. Alguns calculam que em duas décadas a maioria da população brasileira será evangélica. Mas seria isso suficiente para afirmarmos que a Obra de Deus está verdadeiramente arraigada e influenciando para o bem esta terra? Será que temos uma igreja comprometida com a humilde e serena verdade do evangelho? Será que essas multidões presentes em censos e pesquisas estão unidas pelo vínculo do amor e da fé? E será que como se foram um só coração dão testemunho real e com autoridade de Cristo através de suas próprias vidas? São perguntas vitais e que nos impelem a uma profunda reflexão.

Muitas vezes somos apenas corpos frequentadores de igreja, bocas que berram mecanicamente seus améns e aleluias, mãos ignorantes que carregam Bíblias que nunca são lidas, ternos e gravatas que escondem uma alma maculada por pecados clandestinos. Muitas vezes somos apenas folha verdade – aparência – porém sem um único fruto verdadeiro de sincero compromisso com Cristo e Sua Palavra.

Nossa vocação, como cristãos, não é simplesmente oferecer abrigo, embaixo da folhagem verde dos nossos ramos. Nossa vocação, de tempo integral, é providenciar alimento para um mundo raquítico e desnutrido de Deus. Acima de tudo e acima das estações do ano, o cristão continua sua missão de realizar a obra de Cristo, isto é, de doar “vida com abundância”. O eterno é eterno porque é atemporal. A qualidade de nossa missão é eterna. Por isso, nunca devemos estar presos às limitações das estações, das culturas, das tecnologias ou dos modismos teológicos.

É bem verdade que folhas verdes são belas e dão boa impressão. Mas, para Deus, isso não basta. Não devemos ser apenas figueiras com folhas. Temos que ir além da aparência, temos que ter compromisso e conteúdo – temos que ser figueiras com frutos! Pr Reinaldo Ribeiro

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Benny Hinn e o Profeta de Deus


Não há no mundo todo um conferencista (conferencista?) tão famoso quanto Benny Hinn. É ele um profeta de Deus, um pregador da Palavra? Ou um falso profeta, um animador e manipulador de auditórios? Suas pregações costumam ter conteúdo evangelístico? Enfocam o nome de Jesus? Como se sabe, o ponto alto de suas ministrações são algumas manifestações estranhas, que ocorrem, segundo ele, devido à “nova unção” que está sobre a sua vida.


As opiniões sobre a “nova unção” propagada por Hinn são divergentes. Alguns, afirmando que não se pode limitar o poder de Deus, a defendem com veemência. Outros consideram a cena de uma pessoa caída ao chão ou rolando pelo piso de um templo, no mínimo, grotesca. O assunto é polêmico e, por isso, deve ser abordado de maneira franca, objetiva e à luz da Palavra de Deus.

Benny Hinn e o “cair no Espírito”

As argumentações “bíblicas” para se defender o “cair no Espírito” são as seguintes, resumidamente: “Em Gênesis 2.21, Deus fez Adão dormir. Por que ele não faria, hoje, o crente dormir, ao ser cheio do poder? Da mesma forma, Abraão ouviu Deus falar quando estava em profundo sono (Gn 15.12). Finalmente, Daniel, Saulo e João caíram pelo poder do Senhor (Dn 10.8,9; At 9.4-8; Ap 1.17)”.

No primeiro exemplo, Deus fez Adão dormir para formar a mulher (Gn 2.22). No caso de Abraão, o sono não foi proveniente de Deus. Ele estava cansado, depois de ficar em pé aguardando uma resposta do Senhor, que veio por meio de uma tocha de fogo (Gn 15.13-21). Nenhum dos episódios, pois, fornece base para o “cair no Espírito”. Aliás, há também exemplos negativos, como o do dorminhoco Êutico (At 20.9), que inclusive estava em um culto...

As experiências de Daniel, Saulo e João também não proporcionam bons argumentos aos defensores da “nova unção”. Daniel contemplou uma grande visão, depois de jejuar durante três semanas (Dn 10.1-3). Paulo viu uma forte luz, que cegou os seus olhos (At 9.8,9). E João viu Jesus em sua glória (Ap 1.10-18). Nessas circunstâncias, seria mesmo impossível permanecer de pé. Mas eles não perderam a consciência, tampouco foram derrubados.

Eles caíram por não suportarem a glória do Senhor. Mas as suas quedas foram casos específicos, e não exemplares. Segue-se que os argumentos, baseados nos textos empregados para defender o “cair no Espírito”, são inconsistentes. E, por isso, é importante ver o outro lado da moeda.

Segundo a Bíblia, Deus nos quer de pé (Ez 2.1; 11.1; Mc 10.49; Ef 5.14). Em contraposição, quem gosta de lançar as pessoas ao chão é o Diabo (Mc 9.17-27; Lc 4.35). Jesus e seus apóstolos nunca impuseram as mãos sobre pessoas para levá-las ao chão.

A prática da “queda espiritual” já está ocorrendo em muitas igrejas. Curiosamente, alguns “ministradores” de tal prática, como este articulista já presenciou, seguram as pessoas com uma das mãos na testa e a outra na parte inferior das costas, tornando a queda inevitável. Ora, se a pessoa cai de poder, por que forçar a sua queda? E sempre há obreiros para ampará-las...

Em seu livro Evangélicos em Crise, Paulo Romeiro combate essa novidade: “O programa Fantástico, da Rede Globo, levou ao ar uma reportagem no dia 16 de abril de 1995 em que mostrou o desenrolar de um culto na igreja Vineyard, de Toronto. As cenas foram grotescas. As pessoas riam histérica e descontroladamente enquanto rolavam no carpete. Um homem se arrastava pelo chão, urrando como um leão” (Mundo Cristão, p. 80).

Quanto ao “urro do leão” e à “unção do riso”, Romeiro esclarece: “Alguns citam Isaías 5.29 para defender o urro (...) Mas aqui é uma metáfora (...) As pessoas que usam Isaías 5.29 para defender o urro do leão usariam também Isaías 40.31, ‘sobem com asas como águias’, literalmente para tentar sair voando? (...) Para justificar a ‘unção do riso sagrado’, seus defensores citam Gênesis 18.12, em que Sara riu (...) Entretanto, esta passagem nada tem a ver com gargalhada santa. Além disso, Sara riu de incredulidade, uma atitude nada recomendável para o cristão” (idem, pp. 80,81).

Na verdade, tanto o “cair no Espírito” quanto a “unção do riso” são práticas importadas da América do Norte, especialmente dos EUA. Elas foram propagandeadas no Brasil por pregadores show-men (o plural de man émen) como Benny Hinn, recordista em vendagem de livros, que já esteve em terras brasileiras algumas vezes, “ministrando milagres” através de “sopros santos”. Hinn, pastor do Centro Cristão de Orlando, na Flórida (EUA), leva inúmeras pessoas a caírem ao chão supostamente pelo poder de Deus.

Conheça Benny Hinn

Muitos crentes, por não conhecerem toda a verdade acerca de Benny Hinn, consideram-no um verdadeiro deus. Os fatos descritos abaixo são duras realidades, mas devem ser levados em consideração por aqueles que, cegamente, têm seguido aos ensinamentos de Benny Hinn:

1) Ele declarou que Jesus “... assumiu a natureza de Satanás, para que todos quantos tinham a natureza de Satanás pudessem participar da natureza de Deus”. Esta declaração blasfema é citada no excelente trabalho crítico de Hank Hanegraaff, Cristianismo em Crise, editado pela CPAD (p. 166).

2) Afirmou que o Espírito Santo lhe revelou que as mulheres foram originalmente criadas para dar à luz pelo lado. Todavia, por causa do pecado, passaram a dar à luz pela parte mais baixa de seu corpo (idem, p. 373).

3) Ensina que o homem é um pequeno deus. E afirmou: “Eu sou ‘um pequeno messias’ caminhando sobre a Terra” (idem, p. 119).

4) Afirmou que o homem, em princípio, voava da mesma forma que os pássaros. Segundo ele, Adão podia voar até à lua pela sua própria vontade: “Adão era um superser (...) costumava voar. Naturalmente, como poderia ter domínio sobre as aves, sem ser capaz de fazer o que elas fazem?” (idem, p. 128).

5) Hinn costuma visitar os túmulos de duas santas mulheres, Kathry Kuhlman e Aimee S. McPherson, para receber a “unção” que flui de seus ossos (idem, p. 373).

6) Em seu livro Good Morning, Holy Spirit (p. 56), Hinn afirma que, em uma de suas supostas conversas com o Espírito Santo, o Consolador teria implorado para que ele ficasse em sua presença: “Hinn, por favor, mais cinco minutos; apenas mais cinco minutos”.

7) Ele ensina que a Trindade é composta de nove pessoas, pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem, cada um, espírito, alma e corpo (Cristianismo em Crise, p. 375).

8) Ao ser criticado, disse que gostaria de ter “uma arma do Espírito” para explodir a cabeça de seus críticos. Além disso, profere palavras funestas contra aqueles que refutam suas heresias. As ameaças abaixo, extraídas do livro supracitado (p. 376), foram dirigidas ao Instituto Cristão de Pesquisas dos EUA:

“Agora eu estou apontando meu dedo para vocês com o tremendo poder de Deus sobre mim... Ouçam isto! Existem homens e mulheres no sul da Califórnia me atacando. É sob a unção que lhes falo agora. Vocês colherão o que estão semeando em suas próprias crianças se não pararem... E seus filhos e filhas sofrerão” (...)
“Vocês estão me atacando no rádio todas as noites — vocês pagarão e suas crianças também. Ouçam isto dos lábios dum servo de Deus. Vocês estão em perigo. Arrependam-se! Ou o Deus Altíssimo moverá a sua mão. Não toqueis nos meus ungidos...”

9) Hinn concordou em tirar alguns erros do livro Good Morning, Holy Spirit(Bom Dia, Espírito Santo), depois de uma conversa com Hank Hanegraaff (presidente do ICP dos EUA), em 1990. No ano seguinte, admitiu seus erros e prometeu fazer alterações em seus escritos. Entretanto, depois de algumas semanas, retornou às suas velhas práticas (idem, p. 375).

10) Defendendo a teologia da prosperidade, a qual ensina que a pobreza é uma maldição, afirmou que Jó era carnal e mau (idem, p. 103), ignorando o enfático testemunho de Deus acerca de seu servo: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal”, Jó 1.8.

11) Defensor da falaciosa confissão positiva, declarou: “Nunca, jamais, em tempo algum, vão ao Senhor e digam: ‘Se for da tua vontade...’ Não permitam que essas palavras destruidoras da fé saiam da boca de vocês”. (idem, p. 295). Hinn ignora o fato de o próprio Cristo ter ensinado e empregado tal forma de oração (Mt 6.10; 26.39).

Diante do exposto, é Benny Hinn um profeta de Deus? Antes de responder a essa pergunta, leia Mateus 7.15-23. Bem, agora é com você: reflita e responda, com toda sinceridade e imparcialidade, à pergunta em apreço.

Ciro Sanches Zibordi
http://cirozibordi.blogspot.com.br/

domingo, 11 de janeiro de 2015

Que importam os outros?

“Vendo Pedro a João, disse a Jesus: Senhor, e deste que será? Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. Jo. 21:21-22

O que é que Jesus quer dizer com isto? Que importam os outros? Segue-me tu!

E sabem, nós importamo-nos. Nós importamo-nos porque somos pessoas. É suposto que as pessoas se importem. Eu importo-me com o que dizem de mim, com o que pensam de mim... E será que isso é errado?

Deus tinha prazer em Jesus porque este O seguia. A Jesus não importava o que os outros diziam de si, mas não deixava de os ouvir e de retirar de cada conversa, de cada situação, algo de bom para si e para os outros. Tentem pensar em Jesus como o homem, o ser humano, que Ele era. Acham que nunca houve sentimentos contraditórios dentro Dele? Eu acho que houve (recordem-se das palavras de Jesus no Getsêmani, em Mateus 26:39, quando Ele diz "Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice"), mas Ele todos os dias partilhava o que sentia, o que vivia, com o Pai, que O renovava e purificava. Em oração Jesus entregava a Deus o seu caminho e diariamente renovava o Seu compromisso de O seguir até ao dia em que voltassem a encontrar-se.

A Jesus importava-lhe aquilo que o Seu Pai pensava, aquilo que o Seu Pai desejava, Ele amava o que o Seu Pai amava e Ele queria fazer somente a Sua vontade.

Somos nós filhos de Deus? Então o nosso Pai deseja que o sigamos, que façamos a Sua vontade, que amemos o que Ele ama, independentemente do que os outros façam, digam, pensem sobre nós. Deus quer poder dizer "olha ali vai a Maria, o Francisco, o Pedro, os filhos que eu tanto amo e de quem me agrado muito, tenho orgulho deles".

Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? (Lucas 9:23-25)

Vemos Pedro muito preocupado com a vida do condiscípulo João. Morreria? Ficaria muito mais tempo? Sofreria no seu ministério ou seria livre de todo o sofrimento?
É sempre assim. Ficamos preocupados com o que não é importante e deixamos passar ao lado o que, de fato, é valioso. Não é importante que Deus satisfaça os nossos desejos, mas que cumpra a Sua vontade. Não é importante que tenhamos vida longa ou curta, mas, sim, que vivamos na Sua dependência. Não é importante que percorramos este ou aquele circuito (do sofrimento, da alegria, da vitória pessoal, etc.), mas, sim, que Cristo seja glorificado em nós, pela vida ou na morte. Não é tão importante o que as outras pessoas pensam de nós, mas, sim, o que Deus vê em nós.
O que é que é importante para você? As aparências, o supérfluo ou o concreto e objetivo? O que é importante para você? Saber quando vai morrer ou se vai morrer salvo e preparado para a vida eterna feliz?
É pertinente que no início do próximo ano saiba o que é importante para você e faça as melhores escolhas. É importante que busque a Jesus e o aceite como Salvador e Senhor e, logo, todas as outras coisas lhe serão acrescentadas.

Este tem sido o grande problema do cristianismo histórico. Ele nos ensinou e nos viciou a examinarmos, constante e diariamente, a vida do próximo. Por esta razão, as perseguições, as cruzadas e as inquisições em nome de Deus. Este é o mal de “igreja local”. Já percebeu? Quase cem por cento dos problemas nas igrejas locais relacionam-se com o policiamento da vida do irmão. Fofocas, facções, invejas, julgamentos, calúnias, inimizades, competições, ódio, amargura, etc. Todas estas coisas têm no âmago das questões o policiamento da vida alheia.
Esta é a razão da não unidade da igreja. Este é o motivo da dispersão dos discípulos. Esta é a causa da infantilidade dos crentes no Caminho.

O contexto desta fala de Jesus é aquele em que ele acaba de tratar do presente e do futuro de Pedro. Cura-o do trauma interior de culpa com a pergunta: “Tu me amas?” e prepara-o para o ministério ordenando-o: “Apascenta as minhas ovelhas”. Entretanto, a atenção de Pedro se volta para o que será da vida, do destino e do futuro de João. Ou seja: ao invés de tratar do seu próprio caminho no Caminho do discipulado, ele volta a sua atenção para o caminho de João.
A resposta de Jesus é um grande “fora” divino em Pedro. Ao tempo que uma lição claríssima que no Caminho, que é Jesus, cada discípulo caminhante faz o seu caminho. E quanto ao tipo de caminho que cada caminhante faz, só diz respeito a quem faz o caminho e a quem o caminhante prestará contas naquele dia.

Quando é que aprenderemos a “examinarmo-nos a nós mesmos” e não aos outros? Quando é que aprenderemos que “cada um dará conta de si mesmo a Deus”? Quando é que ouviremos Paulo dizendo: “Tem cuidado de ti mesmo...”?

O processo é simples. Quando cada um cuidar de si mesmo, todos estarão bem cuidados. Ele – Jesus – está à porta e bate, mas espera que alguém, o que indica ação individual e pessoal; não coletiva, abra a porta.

Portanto, quanto ao seu irmão: “Que te importa? Segue-me tu!” – disse Jesus. Deixemos que cada um faça o seu caminho no Caminho em direção ao alvo que é Cristo.
Não era para Pedro se preocupar com isso. A pergunta era curiosa, imprópria e impertinente; ele devia se preocupar apenas com o que dizia respeito a si mesmo, e tinha sido exortado a fazer.

“Que te importa? Segue-me tu”, disse Jesus. Não seremos chamados a prestar contas de nada além de nossas próprias ações e do que fizemos de nossas vidas. E quem é que consegue viver enquanto olha para o outro?

Quando aprendermos que cada um dará contas de si mesmo a Deus, estenderemos as mãos ao Senhor para que ele nos leve aonde Ele queira, mesmo que nós não queiramos. Estenderemos as mãos e seremos levados a viver no meio do vale de ossos secos, mesmo querendo estar no jardim do Éden. Quando aprendermos a seguir a Jesus, ficaremos indignados com nossas próprias falhas e teremos fé de que Deus cuidará de Seu povo.

“Segue-me tu, e não se preocupe com quem não quer me seguir”.

Só assim correremos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.1,2).

Só assim combateremos o bom combate, acabaremos a corrida e guardaremos a fé (2 Tm 4.7).


Só assim não seremos gente que volta atrás e se perde (Hb 10.39).

A Lição de Gamaliel

Muitas vezes, quando o crente é perseguido, não consegue perceber que a solução do conflito pode estar no próprio adversário. 

É isso mesmo: a solução pode estar no próprio adversário. 

Se obedecermos à receita do Evangelho de Cristo, toda perseguição cessará!

Mas como alcançar essa bênção? 

Veja a receita bíblica:



O Conselho de Gamaliel

Como exemplo disso encontramos nas Escrituras Sagradas o conselho de Gamaliel, dado aos judeus que perseguiam a igreja primitiva, quando os apóstolos lançavam em rosto dos sacerdotes que eles haviam matado o Cristo, Messias Salvador de Israel. 
Quando o sumo sacerdote e todo o sinédrio judaico, enfurecidos, já consideravam matar os apóstolos, um dos adversários, o mestre Gamaliel, entrou em cena e apaziguou os ânimos com seu sábio conselho. Essa passagem está em Atos dos Apóstolos, cap. 5:
E, ouvindo eles isto, se enfureciam, e deliberaram matá-los.

Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos;

E disse-lhes: Homens israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens,
Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada.
Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.
E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará,
Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus. 

Perseguir servos de Deus é procurar briga com o próprio Deus

Gamaliel acalmou os ânimos dos sacerdotes judaicos, exortando-os com um sábio conselho: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se esta obra é de homens, se desfará, Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus. Isso está relacionado ao ensinamento de Jesus, que adverte sobre a recompensa que Ele dará aos inimigos do corpo de Cristo, os crentes: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.Mateus 25:40. Toda perseguição contra a Igreja de Cristo é considerada uma afronta a Deus. Ora, será que o mais poderoso dos homens poderá enfrentar o Criador dos céus e da terra?

Conselho aos crentes: Orar pelos que nos maldizem e perseguem
Crendo no poder de Deus, que tudo pode, quando vierem as lutas ore pelo teu inimigo. Fazendo isso terá de Jesus o socorro esperado e o Senhor pode lhe dar o mesmo livramento dado aos apóstolos, colocando na boca do seu inimigo o conselho que te trará o livramento e a solução do seu problema.

Deus faz com que inimigos  recebam "paz de espírito" e cessem toda perseguição
Sendo os caminhos do homem agradáveis ao Senhor, até a seus inimigos faz que tenham paz com ele, diz Deus em Provérbios 16:7. Orar pelos inimigos e adversários é uma fonte de soluções espirituais para o crente. Vitória verdadeira é a que vem de Deus, e ela só vem quando obedecemos os ensinamentos bíblicos. 
Experimente orar intensamente em favor das pessoas ao seu redor, e veja maravilhado o que acontecerá. Mas vale sempre lembrar que do crente exige-se sempre que seu sofrimento não advenha de injustiças praticadas pelo ele mesmo:
Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.

Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado.

Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios;
Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. 

Mas esses conselhos são apenas para os crentes em Jesus Cristo. Se você ainda não é um deles, acerte-se logo com Jesus. Mas, se foi um grande perseguidor da Igreja de Cristo, como o apóstolo Paulo, arrependa-se, peça perdão e se converta a Cristo, pois Ele quer ser Salvador para você também. Pr. Wagner Cipriano

sábado, 10 de janeiro de 2015

Ovelhas Ameaçadas

Os perigos são muitos, inclusive dentro do aprisco. 

O rebanho do Senhor nem sempre se encontra nos pastos verdejantes ou nas águas tranquilas (Sl.23.2). O vale da sombra da morte também faz parte do caminho (Sl.23.4). Para as ovelhas, frágeis como são, o ambiente é quase sempre desafiador. Até no meio do rebanho podem ocorrer situações de risco e conflito. As ovelhas mais gordas representam incômodo para as magras e fracas (Ez.34.20). 


O bode incomoda muito com sua hostilidade. Além disso, existe o assédio faminto de lobos, ursos e leões. 

Como se tudo isso não bastasse, as ovelhas são prejudicadas também pelos mercenários, os falsos pastores (João 10.12). 

Podemos comparar as ovelhas gordas citadas por Ezequiel àqueles irmãos que só pensam em si. Querem todos os benefícios e oportunidades, não se importando com os crentes mais fracos, carentes ou novos na fé.

“Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos” (Rm.15.1). 

BODES, OS FALSOS IRMÃOS

“Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos bodes” (Mt.25.31-32).

Bodes e ovelhas encontram-se juntos muitas vezes, mas não pertencem à mesma família. Dependendo da ocasião, frequentam os mesmos lugares, principalmente os pastos e apriscos. Chegam a fazer parte dos mesmos rebanhos e parecem seguir o mesmo pastor.

Existem entre eles muitas semelhanças: o porte, a pele, alguns hábitos, inclusive alimentares. Tal similaridade pode sugerir a existência de parentesco, o que não é verdade.

Apesar das semelhanças, ovelhas e bodes são espécies distintas, têm naturezas diferentes, e simbolizam dois tipos de pessoas (Mt.25.32).

Ovelhas, carneiros e cordeiros são uma espécie. Cabras, bodes e cabritos são outra. O verdadeiro cristão (ovelha) tem a natureza de Cristo (cordeiro). O comportamento de bodes e ovelhas é semelhante em condições tranquilas, mas na hora da dificuldade as diferenças aparecem. As reações são muito diferentes. No meio da provação é que o caráter de cada um se manifesta de modo mais evidente.

A ovelha é dócil, submissa, sociável, e produz lã. O bode é rebelde, independente, agressivo, fedorento e dá chifradas. Não é por acaso que, em muitos contextos, o bode simboliza Satanás.

A profecia de Daniel a respeito do Império Grego nos ensina sobre a natureza do bode: um animal furioso, que ataca o carneiro, lança-o por terra e pisa sobre ele (Dn.8.5-8).

O texto de Mateus 25.32-46 nos ensina que uma das características do bode é a falta de amor. Ele não toma iniciativas a favor do seu próximo.

Não é responsabilidade da ovelha retirar o bode do meio do rebanho, mas ela pode identificá-lo para se proteger. Nem todos os que estão dentro da igreja são filhos de Deus. Como Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus” (Mt.7.21). O apóstolo Paulo também identificou esse tipo de pessoa e alertou a igreja a este respeito (IICo.11.26; Gal.2.4).

Tal advertência é especialmente útil para os servos e servas de Deus que buscam um relacionamento. Devem tomar cuidado com aqueles que, dizendo-se irmãos, querem induzi-los ao pecado.

“Mas agora vos escrevo que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais” (ICo.5.11).

Jesus disse que bodes e ovelhas serão separados no dia do juízo (Mt.25.32). Ovelhas entrarão no repouso, mas os bodes irão para o tormento eterno. 

MERCENÁRIOS, OS FALSOS PASTORES

Além dos bodes, lobos, ursos e leões, o mercenário ou falso pastor é grave ameaça contra a ovelha. Como ela poderá se defender dele? Este costuma ser o seu maior risco, pois nele deposita sua confiança e amor.

Quantas vezes já foi dito que o Diabo veio matar, roubar e destruir? A afirmação é derivada do texto de João 10.10. Entretanto, o versículo diz que o "ladrão" faz essas coisas. Tudo bem que se aplique, por princípio, ao Diabo, mas Jesus estava se referindo aos líderes ladrões, conforme se compreende pelos versos 1 e 8.

Ele estava falando aos fariseus, citados um pouco antes, em João 9.40. E hoje, quantos líderes ladrões existem? Muitos. E estão matando, roubando e destruindo as ovelhas de Cristo. Muitos são aqueles que usam a bíblia e pregam o evangelho, mas com o único propósito de se enriquecerem com o nome de Jesus.

Um líder mau e negligente expõe o rebanho a todos os perigos mencionados. Ele mesmo pode ser o maior de todos os predadores. Isto ocorre quando o seu interesse é apenas pessoal, buscando explorar a ovelha de todas as formas possíveis. Não satisfeito com o leite e a lã, chega a matá-la para devorar sua carne (Ez.34 e Jr.23). É o caso daqueles que exigem todo sacrifício da ovelha e nem querem saber se ela terá, no dia seguinte, uma casa para morar.

Proteja-se dos maus obreiros e reconheça os verdadeiros pastores, fiéis, dedicados, que colocam o bem-estar das ovelhas acima dos seus interesses pessoais, que estão prontos para servir às ovelhas e não explorá-las. Pr. Anísio Renato de Andrade