segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A Dieta de João batista

O Evangelho de Mateus (3.1-4) fala um pouco sobre João Batista, que recebeu de Deus a nobre incumbência de batizar homens e mulheres nas águas do rio Jordão para purificação dos pecados. A história desse último profeta do Antigo Testamento e primeiro apóstolo do Novo Testamento é, para mim, uma das mais singelas, especiais e interessantes da Bíblia. Explico por quê. 
A história de João Batista não tem o mesmo peso biográfico ou volume de informações que a dos outros personagens bíblicos. No entanto, percebemos que os relatos sobre esse arauto de Deus na terra são altamente impactantes. Apresento algumas razões para afirmar isso:
 
  • João era uma voz no deserto que clamava ao povo, para que este se arrependesse dos seus pecados e fosse batizado.
  • Havia sobre ele uma unção específica de confronto. João parecia um trator que endireitava as veredas tortas e preparava o caminho para Jesus cumprir Sua obra de salvação.
  • Seu ministério impactava tantas pessoas que muitos saíam de cidades vizinhas e dirigiam-se ao local onde ele estava para ouvir suas palavras cheias de autoridade espiritual.
  • Cada palavra que saía da sua boca era capaz de quebrantar os corações endurecidos de Israel.
  •  Por repreender publicamente o pecado de adultério do rei Herodes, João foi preso e decapitado.
  • Jesus disse aos Seus discípulos: entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João Batista (Lc 7.28).
         Após enumerar alguns pontos sobre João batista que chamam à atenção, destaco um em especial: a sua dieta. A Bíblia claramente nos revela que ele comia gafanhotos e mel silvestre. E aqui está uma linda revelação de Deus para nós: a vida é cheia de contradições. Gafanhotos remetem a coisas ruins, tristes e amargas, enquanto o mel, a coisas doces, alegres, felizes e boas.
          Quando vemos nas Escrituras que João comia gafanhotos e mel, podemos extrair das entrelinhas que nossa existência será de altos e baixos, alegrias e tristezas, fé e dúvidas, conquistas e derrotas, acertos e erros, amor e ódio, paz e guerra, vida e morte.
         Enquanto vivermos neste mundo, nossa vida será uma absorção, uma ingestão diária de coisas boas e ruins. Todos os servos de Deus experimentaram essas contradições, e nem o próprio Cristo ficou isento dessa realidade. Em um momento, Jesus estava nas águas do Jordão; em outro, no deserto. Uma hora, Ele ouvia a voz do Pai; outra, era confrontado pelo diabo. Em certas ocasiões, o Mestre era elogiado; em outras, era tentado.
         Diante disso, quero refletir com você sobre duas verdades. Primeiro, quando alguém lhe oferecer “pratos de gafanhotos”, aprenda a retribuir com “pratos de mel”, ou seja, pague o mal com o bem. Tenha certeza de que surgirão pessoas para servir inveja, ódio, calúnia, difamação, perseguição, fofoca. Porém, se queremos ser parecidos com Cristo na terra e chegar ao céu, devemos oferecer“pratos de mel”, responder com o amor de Jesus.
         Já a segunda verdade tem a ver com o fato de João começar comendo gafanhotos e terminar saboreando o mel. Será exatamente assim em nossa vida. Se temos Jesus como nosso Senhor e Salvador, assim como João o teve, podemos experimentar muitas coisas amargas neste mundo, porém, no final, seremos alcançados pela doçura da graça divinaJean Porto

domingo, 31 de janeiro de 2016

A História do Carnaval

História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

Sobre a origem da palavra Carnaval, não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que a palavra Carnaval é originária do latim, carne vale” cujo significado é (adeus carne!) ou de “carnis levale” (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra “Carnaval” leva-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação (carne).

Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de “currus navalis”, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os Teutões.


Vejamos algumas festas que, possivelmente, originaram o que conhecemos como carnaval:
- As Saceias (na Babilônia) – festas anuais de verão - eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Durante cinco dias, os lacaios tornavam-se iguais aos seus mestres. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

Saturnália era um festival romano em honra ao deus Saturno que ocorria no mês de dezembro, no solstício de inverno e durava uma semana. As Saturnálias tinham início com grandes banquetes e sacrifícios; os participantes tinham o hábito de saudar-se com io Saturnalia, acompanhado por doações simbólicas. Durante estes festejos subvertia-se a ordem social: os escravos se comportavam temporariamente como homens livres; elegia-se, à sorte, um "princeps" - uma espécie de caricatura da classe nobre - a quem se entregava todo o poder. Todos os homens, escravos ou cidadãos, ficavam em igualdade. As barreiras jurídicas eram ficticialmente abolidas. Os escravos, portanto, não precisavam trabalhar, podiam se vestir como seus senhores, participar das refeições e jogar dados. Com essa inversão de valores “os soldados travestidos escolhiam o rei das saturnais dentre os condenados através de dados. Este rei usaria as insígnias de sua dignidade como o rei dos gracejos e deboches. Após o festival o rei é morto e tudo volta à ordem.”

Marduk o principal deus da Babilônia
- Outro rito babilônico, que tinha como fundamento a inversão, durava 11 dias e ocorria dentro do templo de Marduk, o primeiro dos deuses mesopotâmicos.

No fim do quarto dia depois do equinócio da primavera, que marca o Ano Novo babilônico, o sumo sacerdote despojava o rei de seus emblemas de poder. A partir desse momento, o monarca era surrado e arrastado até a estátua divina.

A figura do governante humilhado revelava, então, seu objetivo moderador: o rei se jogava no chão e declarava solenemente não ter abusado de seu poder em relação à Marduk e seu templo, à cidade e a seus súditos. Era, em seguida, novamente consagrado, em um ato que garantia a renovação e a justa reordenação do todo o reino.

Alguns antropólogos vêem nesse antiquíssimo rito mesopotâmico, e não nas Sacéias, a fonte do carnaval, que mais tarde seria exportado pelos Persas ao Ocidente.

Outros deuses pagãos e reis contribuíram para enraizar as festas carnavalescas no mundo.Na Assíria da Antiguidade, sempre em março, acontecia a festa de Ísis, a divindade egípcia protetora dos navegantes e talvez a de maior popularidade na sua região de influência. Seus adoradores introduziram as máscaras na festa. Era com o rosto coberto que marchavam em uma alegre procissão, na frente de um carro que transportava uma barca, depois oferecida à deusa.


Curiosidade
O fim do festival e sua incorporação à outras comemorações
A professora de Língua e Literatura Latina (Universidade Federal do Espírito Santo) Leni Ribeiro Leite* afirma que a Saturnália foi comemorada até a Era Cristã, mas com o nome de Brumália(ocorria no início do inverno e era uma das festas em honra a Baco). Em meados do século IV d.C., teria sido absorvida pela comemoração do Natal, havendo uma continuidade na prática da troca presentes oriundas do festival. Alguns autores também defendem a hipótese sobre haver uma relação entre a Saturnália e as comemorações do carnaval, devido ao caráter de inversão da ordem social ocorrido nos dias de festividades.
*está atualmente participando do Projeto Wikipédia na Universidade.

O rei ou a rainha “dos gracejos e deboches” 
Quem foi Momo?
Na mitologia grega, Momo (em grego Μωμος, Mômos, "burla", "crítica" ou "zombaria" e em latim Momus) é a personificação do sarcasmo, das burlas e de grande ironia, sendo a deusa dos escritores e poetas.

Hesíodo (poeta grego) contava que Momo (nome feminino, ao contrário do que se pensa) é uma filha de Nix (a Noite).

A deusa grega Nix é a personificação da noite. Uma das melhores fontes de informação sobre essa deusa provém da genealogia dos deuses (Teogonia) de Hesíodo.

Momo - Durante seu reinado, era praticado, sob o seu comando,todo tipo de orgia, bebedeira e lasciva. No término das festividades, ou seja, no final do quarto dia, o rei Momo era sacrificado de forma brutal no altar de Saturno.

Mas quem afinal é a entidade Momo?
Momo era o deus da irreverência, e irreverência, segundo os léxicos, é sinônimo de desrespeito, profanação, sacrilégio, ofensa, desveneração e relaxo.

Na Mitologia Grega, relata-se que, por ser irreverente e profanador, Momo teria sido expulso do Olímpio (local onde os gregos acreditavam morar os deuses da sua mitologia). Mas porque afirmar que essa entidade era cultuada em Roma se a sua origem é Grega? Momo é uma das formas de Dionísio, o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo (para os Romanos), daí também se origina o termo Bacanal que significa festas orgísticas.

Saturno (deus cultuado nas Saturnálias) também é conhecido como o deus sol e isso nos retrocede bem antes da época dos reinados Romano, Grego e Egípcio, nos levando até um homem chamado Ninrode (Gênesis 10:8 a 12). 
Ninrode = "ele se rebelou" ou "rebelião" 

Ninrode significa “ele se rebelou" ou "rebelião" ou "Nós nos rebelaremos”. De fato, Ninrode era a personificação da rebeldia. Embora a Bíblia diga que ele era um poderoso caçador diante do Senhor, apontava apenas para a sua profissão. O fato de dizer que ele foi o primeiro poderoso na Terra indica que foi o primeiro homem a exercer influência sobre os outros homens. 
 Saiba mais sobre Ninrode

Mas o que havia de comum nas festas?
O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.


As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Escultura Saturnalia de Ernesto Biondi,
localizada no Jardim Botânico de Buenos Aires.
Havia ainda em Roma, além das festas de Saturnálias, as Lupercálias.

A festa da Lupercalia simbolizava a purificação que devia acontecer em Roma em todo o final de ano (que começava em Março). Acredita-se que essa cerimonia,caracterizada pela licenciosidade, servia para espantar os maus espíritos e para purificar a cidade, assim como para liberar a saúde e a fertilidade às pessoas açoitadas pelos lupercos.
Como descrito nos parágrafos anteriores, Saturnália ocorria no solstício de inverno, em dezembro, e as Lupercálias, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nesta concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.

A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período
Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período
Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura,homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. O carnaval era basicamente uma festa de rapazes jovens. Vestidos de mulher percorriam em grupos os sombrios campos, nas noites de lua cheia, com o rosto enegrecido de fuligem ou sob panos. Alguns usavam as roupas pelo avesso ou um simples saco grosseiro sobre o corpo. Acessórios comuns eram focinhos de porco e capuzes de pele de coelho. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os “beijos” das jovens das casas.

No oeste da França, também havia as festas com excessos de violência e obscenidade, porém com fortes tentativas de controle por parte da “igreja”, por exemplo, havia o jogo de soule –longínquo ancestral do rúgbi –, em que todos os golpes eram permitidos. Assim, as partidas da “terça-feira gorda” acabavam sempre em batalhas desordenadas.

Nos países germânicos, a vigilância foi muito mais rigorosa do que na França, em particular em Nurembergue. A partir do fim do século XIV, a duração do carnaval passou a se limitar aos três dias anteriores à quaresma, quando em outras localidades a festa tendia sempre a ocupar mais espaço no calendário.

A festa dos germânicos também foi contida na forma. Os desfiles foram regulamentados, e as fantasias, proibidas, com severas punições aos desobedientes. Em compensação, nasceu uma atração que duraria até a Renascença, apesar da oposição dos luteranos a partir do século XVI: as rápidas representações teatrais de rua. Os espetáculos eram feitos por personagens fantasiados e competiam em obscenidade.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi.
Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte
Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, 
exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte
Em Roma e Veneza, os festejos celebravam vitórias políticas do passado e outros feitos históricos. Usava-se a bauta veneziana – uma capa de renda com capuz de seda negra, que enquadrava o rosto e cobria os ombros. Os acessórios eram um chapéu de três pontas e uma máscara branca. A fantasia permitia a abolição temporária de diferenças sociais e, em alguns casos, o prazer de uma perversão à sombra do anonimato.

O carnaval em Veneza começava em 26 de dezembro, com bailes nas grandes praças da cidade. Prosseguia com festas, jogos, representações teatrais e outros espetáculos até a terça-feira gorda. Varrido com a República nas guerras napoleônicas do século XVIII, o carnaval de Veneza só foi efetivamente retomado na década de 70 do século XX.

No Novo Mundo, o carnaval chegou junto com a bagagem dos navegadores e exploradores, a partir do século XVI. Floresceu no Caribe, na América Latina e no Brasil.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus, marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados e passaram a fazer parte da festa “cultural” carnavalesca brasileira.

MardiGrasPaull1897Cover.jpgO Carnaval (como o conhecemos hoje) tem a duração de três dias que vão do Domingo Gordo à Terça-feira Gorda (Terça-Feira Gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras).

O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.

A quarta-feira seguinte, conhecida por Quarta-feira de Cinzas (reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida) ou Entrudo (do latim “introitus” que significa entrada), simboliza a entrada no período da Quaresma, que antecede a Páscoa.

"Em outras palavras, em três dias o cidadão faz tudo o que desagrada a Deus e, quando chega no quarto dia, recebe um sinal da cruz 'de cinzas' na testa e está tudo perdoado. Agora é só aguardar o próximo Carnaval! Que hipocrisia!"

Fontes: Wikipédia; passadocurioso-Curiosidades da Historia; calendarr.com/Brasil; canal da graça.com; Historia Viva -Carnaval reportagem de Véronique Dumas-edição 64 Fevereiro 2009; BrasilEscola./carnaval.


Ismael Brito
http://aquieuaprendi.blogspot.com.br/2014/03/carnaval-festa-paga.html

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Linhas Teológicas

“… antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. (I Pe 3.15)
Vivemos em um momento de grande marasmo teológico, onde ideologias e novas concepções surgem a cada momento atacando e afrontando as maneiras tradicionais de se crer no divino. Diante dessa conjuntura é preciso que sejamos objetivos quando somos abordados acerca da razão de nossa esperança cristã; por que cremos assim? Qual a nossa concepção de Deus? Qual a cosmovisão em que estamos estribados? Enfim, qual é a definição teológica dos evangélicos em contraste com as demais, pois se soubermos distinguir desse marasmo o que realmente acreditamos teremos como levar avante o verdadeiro evangelho de Jesus.
Por isso exporemos abaixo algumas das mais expressivas linhas de pensamentos teológicos.

Linhas Teológicas

Teologia Católica Romana:
A Teologia Católica está estribada em um tripé – A Bíblia, incluindo os apócrifos; A Tradição e o ensino dos Pais da Igreja e a autoridade Papal, ex cathedra, onde o Papa decide questões doutrinárias e morais. Com esse tripé teológico a Igreja Católica concatenou novas doutrinas, sem criar constrangimentos por tais doutrinas estarem além ou aquém da Bíblia. A Bíblia tem um papel secundário em detrimento da própria Igreja que é superior a qualquer outra fonte de autoridade eclesiástica. Essa conjuntura ideológica da cosmovisão teológica gerou os sete sacramentos: batismo, crisma ou confirmação, penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, “a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação.” Os sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que os católicos crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. (A deterioração da doutrina católica iniciou-se por volta de século IV).

Teologia Natural

A Teologia Natural Baseia-se somente na razão em detrimento da fé e a iluminação do Espírito Santo e seu mover. Os atributos de Deus são aqueles comuns a todos os indivíduos, ou seja, criação, raciocínio lógico, etc… O conhecimento de Deus é obtido pelo relacionamento com o universo por meio da reflexão racional, sem se voltar a vaticínios e meios sobrenaturais.

Teologia Luterana

Sola Escriptura – Somente a Bíblia, Sola Gratia – Somente a Graça e Sola Fide – Somente a Fé formam o fundamento da Teologia Luterana. A Bíblia é a bandeira pela qual o exército de Cristo deve marchar, Ela não fala apenas de Deus, mas é a própria Palavra de Deus. O centro das escrituras é o Cristo revelado a humanidade. Na questão salvífica o indivíduo em nada contribui, sendo destituído do livre-arbítrio, Deus é a causa eficiente da obra redentora. (Século XVI)

Teologia Anabatista

A Teologia Anabatista preconizou o batismo somente para adultos, testificando assim o rompimento do cristão em relação ao mundo e o seu comprometimento em obedecer a Jesus Cristo. Opunham-se ao controle da religião pelo o estado e nutriam um enorme zelo missionário. Devido a maneira pragmática como viam a vida não deram ênfase aos estudos teológicos sistemáticos.

Teologia Reformada

Como na Teologia Luterana, a Teologia Reformada tem como principal bandeira “sola scriptura”. A Bíblia é a Palavra de Deus e isenta de erros. Deus é soberano sobre todas as coisas, tudo está sob o domínio de Deus, como criador e soberano de universo Ele não pode ser limitado por nada. Deus predestinou um certo número de criaturas caídas para serem reconciliadas com Ele mesmo. A salvação pode ser resumida nos cinco pontos do Calvinismo: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irreversível e Perseverança dos Santos. (adaptado, 01)

Teologia Arminiana

A Teologia Arminiana divergiu do calvinismo, argumentando que os benefícios da graça são oferecidos a todos, em oposição ao princípio calvinista da condenação predestinada. A ênfase desta Teologia gira em torno da presciência divina, da responsabilidade e livre arbítrio do indivíduo e do poder da Graça capacitadora de Deus.

Teologia Wesleyana

A Teologia Wesleyana era praticamente de cunho arminiana, embora a principal doutrina destacada por Wesley fosse a da justificação pela fé através de uma experiência súbita de conversão. Também se destacava a doutrina da perfeição cristã ou do perfeito amor, segundo a qual era possível a perfeição cristã absoluta ainda nesta vida… Wesley deixou claro que não propunha a perfeição sem pecado nem a perfeição infalível, mas, antes, a possibilidade da santidade no coração (03).

Teologia Liberal

A Teologia Liberal é recheada por convicções contemporâneas de novas ideologias filosóficas e culturais. A humanidade não é pecadora e nem caída por natureza, não precisa de uma conversão pessoal, apenas o aperfeiçoamento sociológico. Jesus não sofreu vicariamente na cruz, ele não é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nem Deus, mas simplesmente um representante de Deus, um modelo a ser seguido. A Teologia Liberal segue a visão unitária da pessoa de Deus, Jesus estava cheio de Deus, mas nunca foi Deus. O Espírito Santo é simplesmente a atividade de Deus no Mundo. Os registros bíblicos são falíveis.

Teologia Existencial

Os teólogos existenciais explicam tudo o que é sobrenatural como sendo um mito. Deus atua no mundo como se não existisse, e não se pode conhecê-lo de nenhum modo objetivo. A Trindade, os milagres de Jesus Cristo e sua historicidade, o Velho e o Novo Testamento, as atuações do Espírito Santo, tudo isso, não passam de mitologia religiosa, sendo que pouco se aproveita como conteúdo histórico fidedigno. Encontrar o nosso verdadeiro eu e desmistificar a Bíblia é a maneira pela qual a humanidade poderá ser salva.

Teologia Neo-Ortodoxa

Essa teologia foi uma reação contra a concepção liberal implantada no final do século XIX e houve a tentativa de preservar a essência da teologia da Reforma ao mesmo tempo em que se adaptava a questões contemporâneas. Deus não pode ser conhecido por doutrinas objetivas, mas por meio de uma experiência de revelação. O Cristo importante é aquele experimentado pelo indivíduo, o Cristo bíblico não teve um nascimento virginal. A Bíblia apenas contém a Palavra de Deus, sendo humana e falível. O relato da criação não passa de um mito. Não existe nenhum pecado herdado de Adão, o homem peca por concepção, e não por causa da sua natureza. O inferno e o castigo eterno não são realidades. (adaptado, 01)

Teologia da libertação

A experiência cotidiana das comunidades cristãs latino-americanas que combatem as injustiças econômicas, sociais, culturais e políticas, está na origem da chamada teologia da libertação. A teologia da libertação constitui uma nova interpretação da mensagem evangélica, à luz da injustiça social. Apesar do nome, não é propriamente uma teologia, no sentido de reflexão sobre Deus. Suas raízes podem ser encontradas no movimento denominado teologia política, surgido na Europa na década de 1970, depois que o Concílio Vaticano II (1962-1965), examinou o problema das relações entre a igreja e o mundo moderno. A característica mais inovadora do movimento foi encarar os problemas políticos como base para a interpretação dos textos bíblicos… A mensagem de salvação é interpretada à luz das mazelas sociais de que o homem precisa ser libertado. Ao narrar a libertação dos hebreus do cativeiro no Egito e sua marcha para a Terra Prometida, o Êxodo é a imagem bíblica da mensagem da salvação, e a história sagrada não é algo distinto da história da humanidade ou superposto a ela, mas sim a intervenção de Deus. Um outro elemento importante da teologia da libertação é o método de análise marxista (02).

Conclusão

Mas enfim qual é a concepção teológica dos Evangélicos? A Soberania de Deus, Ele está acima da sua criação e de tudo o que há, não é limitado por nada. A Bíblia é a única fonte de autoridade, inerrante, verdadeira, ela não contém mas é a Palavra de Deus (II Tm. 3:16). Jesus Cristo é o centro das Escrituras; a sua pessoa e obra, principalmente sua obra vicária, são o fundamento de nossa fé cristã e da mensagem da salvação (Jo. 5:39). O Espírito Santo é uma pessoa, que atua por intermédio da Palavra de Deus convencendo o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8). A salvação é somente pela graça mediante a fé (Ef. 2:8-9), a fonte da salvação é a graça de Deus manifestada pela obra de Cristo, o fundamento da salvação. A concepção trinitariana é a única maneira de compreender o Deus revelado na Bíblia (Mt. 28:19; II Co. 13:13). O batismo é simbólico, para quem já tem consciência do que é pecado, mostrando a decisão de se separar do mundo em compromisso para com o Senhor Jesus (Cl. 2:12). A Igreja é o corpo de Cristo na terra, composta pelos filhos de Deus (I Co. 12:27; Ef.4:15.16). O cristão deve sempre procurar a santificação em sua vida diária (I Ts. 4:3). A Santa Ceia é em memória da obra de Cristo (I Co. 11:24) e todos os batizados devem participar da mesma (Mc. 16:16; Jo. 6:54).
Em linhas gerais, o que concluímos no fim desse estudo comparativo é a teologia professada pelos protestantes evangélicos atuais.

Fontes de Pesquisas:
(01) H. W. House, “Teologia Cristã Em Quadros”, Editora Vida, 2000, São Paulo – SP.
(02) Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda – CD ROM.
(03) E. E. Cainrs, “O Cristianismo Através dos Séculos”, Editora Vida Nova, 1988, São Paulo – SP.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Capa Babilônica de Acã

Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela. JOSUÉ 7:21

Há uma guerra que transcende o literal, e adentra no mundo espiritual da carne contra (cobiça) o Espírito.

Esta guerra só é vencida de batalhas em batalhas; pois a luta maior em todos os sentidos é travada nos campos da vontade da alma.

Os deleites que nos prendiam dantes ao mundo ecoam solenes nas passarelas dos olhos para satisfazer o "EU SOU EU" em declínio do ELE É e vive em mim.

Não conseguimos nos libertar dos DESPOJOS DESTA GUERRA, pois os escondemos na TENDA DO NOSSO CORAÇÃO, como se o Pai amado, querido e Santo não visse.

AS CAPAS BABILÔNICAS coloridas dos Acã's, OS VALORES DESTE SÉCULO nas duzentas moedas de prata, são como CUNHAS DE OURO para nos separar de um só corpo (igreja) do nosso amado Mestre, o Senhor e Salvador Jesus Cristo.

As maldições (anátemas) atreladas a estas infortunas CONDIÇÕES BÍBLICAS nos levarão a não só a lapidação (apedrejamento, juízo) como também ao abismo da alma (condenação divina).

Refutamos A PALAVRA COMO ELA É, como se fosse "SÓ" uma mera colocação para o Acã da tribo de Judá (tribo, família do Senhor Jesus), nos tempos de Josué.

Esquecemos que o testemunho e o exemplo dela ultrapassam os séculos e aportam nos ACÃ'S da vez em todos os tempos das nossas vidas, COMO FAMÍLIAS DO SENHOR JESUS CRISTO.

A CAPA DE ACÃ

Os despojos locupletados por Acã, provavelmente fossem do vencido rei de Jericó (?); onde a capa residia como ostentação de grandeza colorida da IDOLÁTRICA BABILÔNIA (Apoc. 17).

Hoje, quantas CAPAS BABILÔNICAS COLORIDAS: vermelhas e brancas; pretas, azuis e brancas; vermelhas, pretas e brancas, (...), não usamos para ostentarmos as grandezas idolátricas da Babilônia?

E ou até mesmo não usamos em público esta capa PORQUE ELA ESTÁ ESCONDIDA NA TENDA DO NOSSO CORAÇÃO, junto com os valores de prata, como cunhas de ouro para nos separarmos do Senhor?

Saímos do Egito (mundo) que nos prendia, mas ainda ansiamos pelos temperos dele (cebolas); porquanto ainda carregamos TAMBÉM EM NOSSO CORAÇÃO a pintura nas cores dele.

Passando o Jordão (batismo), tomando Jericó, levaríamos conosco as capas e os valores dela para a Jerusalém celestial?

Os despojos deste mundo são para serem queimados, purificados pelo FOGO SANTO em nossas vidas.

Porque, até hoje NINGUÉM DO POVO SANTO FOI VENCEDOR usando os valores deste mundo, e as capas de Acã.

OS DESPOJOS DESTE MUNDO

Desfilam na passarela da vaidade como se fossem valores essências para uma vida terrena, mas infelizmente letais para uma vida com o Senhor Jesus Cristo através de SUA PALAVRA.

O rei Saul NÃO OBEDECEU A DEUS, e trouxe os despojos de guerra para SUA TENDA (reino), e foi rejeitado por ELE para que não fosse mais rei, pois OBEDECER A SUA PALAVRA É MELHOR DO QUE SACRIFICAR (I Samuel 15:22).

Quais são os valores deste mundo como duzentas moedas de prata QUE NOS ENGODAM O CORAÇÃO, onde só bastariam TRINTA MOEDAS DE PRATA para como Judas trair o Salvador e Senhor Jesus Cristo?

Presbítero Luiz Oliveira
http://sermoeseesbocos.blogspot.com/