segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Escatologia: Acontecimentos Futuros


Desde o momento em que Deus criou o mundo e tudo que nele existe com o poder de sua palavra (Gênesis 1.1-25), formando o ser humano com suas próprias mãos, soprando nele o fôlego da vida (Gênesis 2.7), ocorreram muitos dias importantes na história da humanidade, porém, desde o pecado (Gênesis 3.1-5) há grande expectativa no coração humano sobre o futuro que o aguarda. As Escrituras registram a volta do Senhor Jesus a este mundo, este será  o mais significativo eventos de todos os tempos.

A Bíblia Sagrada diz que o céu é a habitação de Deus (2 Crônicas 6.18, 21; Salmos 123.1). E esclarece que o caminho da vida é para cima, a fim de que se desvie do inferno, que está para baixo (Provérbios 15.24).


A Bíblia fala em três céus:

1º. Auronos. Este é o nome dado ao que conhecemos de "primeiro céu". É o "céu atmosférico" que Jesus descreveu como "extremidades dos céus" (Lucas 17.24).

2º Mesoranjos. Este é o nome dado ao céu intermediário, chamado de "céu estelar"; "céu planetário" e também "céu astronômico". A Bíblia descreve como "alturas".

3º. Eporaneos. Este é o nome dado ao céu superior, que a Bíblia chama de "terceiro céu" (2 Coríntios 12.2); "céu dos céus" (Números 9.6).

A esperança que sustenta o povo de Deus hoje

Todas as profecias registradas no Antigo Testamento sobre a primeira vinda do Senhor Jesus, descritas em seus mínimos detalhes, cumpriram-se literalmente (Salmos 16.10; Atos 2.22-32). A doutrina da volta de Senhor Jesus, de igual modo, tem fundamentos profundos na palavra profética, oferecendo certeza e segurança aos que creem no retorno do Senhor a este mundo. Acredite na promessa de Jesus, registrada em João 14.1-3. Jesus afirmou que iria ao céu - à habitação de Deus - preparar o lar que será o destino final dos cristãos e voltaria para nos levar para lá. Ele foi ao céu e, através de anjos, reafirmou sua promessa que voltará (Atos 1.12).

O céu não saiu da prancheta de projetistas humanos, a estadia foi pensada de maneira perfeita para ser o lugar de todos que aceitaram a Cristo como Senhor e Salvador. Não é uma tenda ou um tabernáculo. Não é uma casa alugada construída por mãos de seres mortais. É uma permanência perpétua edificada através do poder do Supremo Criador, erigido com o objetivo de propiciar felicidade eterna. Considere que receberemos a posse no tempo devido. No céu há muitas mansões, há espaço distinto para cada um que ali chegar, há muitos filhos para serem levados à glória. Lá, todos os verdadeiros cristãos são bem-vindos, para morar permanentemente.


Ao retornar, Jesus levará o seu povo para estar com Ele para sempre no céu. O céu seria um lugar incompleto para um cristão se Cristo não estivesse lá. Enquanto não volta, Jesus age como nosso advogado ou defensor, protege nossos direitos e provê por nós.

As promessas infalíveis sobre a vinda do Senhor são citadas 1.527 vezes no Antigo Testamento e 320 vezes no Novo Testamento. Reis, sacerdotes, profetas, pessoas comuns, evangelistas e até anjos mencionaram a vinda de Jesus a este mundo (Daniel 7.13-14; Malaquias 3.1-5); 1 Coríntios 15.23; 1 Tessalonicenses 4.16-17; 3.13). Da mesma maneira, cerimônias, parábolas e ilustrações sinalizam com muita contundência que Jesus virá outra vez (Gênesis 3.15; Judas 14). 


A vinda majestosa de Jesus Cristo se dará em duas fases distintas, divididas em um período de sete anos. Isto é mostrado claramente nas páginas sagradas, portanto, precisamos deixar bem claro o que diz as Escrituras a esse respeito, evitando interpretações equivocas (1 Tessalonicenses 4.13-17; 1 Coríntios 15.51-52).

As Escrituras mencionam sinais que apontam ao advento da volta:

• Em cima, no céu (Joel 2.30, 31; Lucas 21.11; Atos 2.19;
• Em baixo, na terra (Mateus 24.7; Lucas 21.12; Atos 2.19);
• Na vida social (Mateus 24.12; Lucas 17.26-28; 21.12; 2 Timóteo 3.1-4);
• Na vida moral (Lucas 17.28-30);
• Entre o povo judeu (Ezequiel 37.1-4; Lucas 21.24, 29; Romanos 11.25, 26);
• Na vida política (Daniel 2.19, 31-33; 7.23-27; Ezequiel 38.6;  Lucas 21.29; Apocalipse 17.7, 12)
• Na vida religiosa (Mateus 24.5; Lucas 21.12; Apocalipse 13.12);
• No meio do povo de Deus (Mateus 24.12; 25.5; Lucas 17.26; 18.8; 2 Timóteo 4.3, 4; 2 Pedro 3.4);
• Na vida científica (Isaías 60.8; Jeremias 51.53; Daniel 12.4; Naum 2.4). 


Primeira fase: o Arrebatamento da Igreja

A palavra "arrebatado" é traduzida do verbo grego "harpazo", que significa "tirar", "arrancar com força"; o vocábulo latim "raptare", que em português é "raptar", também significa "arrebatar". 

Este assunto é um mistério que só será compreendido plenamente quando ocorrer.

Nesta primeira fase, Jesus virá secretamente para a Igreja que o está velando e esperando (Mateus 25.1-13; 24.39-44; 2 Pedro 3.10). Ele virá até as nuvens, seus pés não tocarão o solo, nos encontrará nos ares. O Arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação (Mateus 3.7; 1 Tessalonicenses 1.10; Apocalipse 3.10).

A abordagem sobre o Arrebatamento do povo de Deus, feita com mais detalhes pelo apóstolo Paulo é encontrada em 1 Tessalonicenses 5.2, 4. Na primeira etapa da vinda de Jesus, acontecerá o Arrebatamento: o retorno será invisível aos olhos de quem vive segundo o estilo do mundo, pois este não serve a Deus. O Arrebatamento acontecerá em data e hora desconhecidas e as pessoas do mundo só saberão o que houve depois, quando notar a ausência de milhões de cristãos (Mateus 24.36). O Senhor Jesus voltará secretamente para levar consigo todos quantos morreram salvos e todos os que estiverem vivos e preparados, isto é, àqueles que estiverem, em vida, servindo-o fielmente (1 Tessalonicenses 4.15-18; Hebreus 9.28). Os mortos ressuscitados e os vivos serão transformados, numa ação muito rápida, tal qual o movimento de pálpebras, num abrir e fechar de olhos (1 Coríntios 15.52). Repentinamente, os dois grupos, juntos, irão ao encontro do Senhor e serão transladados por Ele às mansões celestiais. A maioria dos salvos será composta de gentios e não de judeus, estes subirão com Cristo nos ares (1 Tessalonicenses 4.17, 18).

Segunda fase: a vinda em forma visível 


Este evento apocaliptico acontecerá sete anos após o Arrebatamento da Igreja, já no final da Grande Tribulação. Cristo voltará em corpo glorioso, revestido de poder (João 14.3, ocasião em que sinais espantosos acontecerão no céu, na terra e entre os seus habitantes, em especial o povo judeu. O som de trombetas será ouvido no céu, na terra, no inferno e em todos os lugares (Mateus 24.31).  Neste evento, Jesus estará acompanhado da Igreja glorificada composta dos crentes que subiram no Arrebatamento, os santos que passaram pelas bodas do Cordeiro e pelo Tribunal de Cristo (Apocalipse 19.7; 2 Corintios 5.10). Esta vinda será contemplada por todos os habitantes da terra (Apocalipse 1.7) - isto será possível devido á tecnologia da comunicação, extremamente desenvolvida (Daniel 12.4).

A volta de Jesus, em sua segunda etapa, será como a sua ascensão: real, corporal, literal e visível: os homens o verão novamente com os olhos carnais (Daniel 7.13-14; Zacarias 14.1-5; Mateus 24.29-31; 25.31-46; 2 Tessalonicenses 1.7-10; Apocalipse 1.7; 19.11-21). Jesus ascendeu ao céu quando estava rodeado de discípulos no monte das oliveiras, e neste mesmo ponto geográfico acontecerá a revelação do seu retorno (Atos 1.12; Zacarias 14.4).

A ascensão de Jesus ocorreu no monte das Oliveiras, o solo deste monte foi o último lugar da terra em que os pés de Cristo pisaram e seu retorno acontecerá ali também, à vista de Jerusalém, cujos cidadãos ingratos o desprezaram e o crucificaram, não quiseram que reinasse sobre eles. Sobre esta segundo momento do retorno, o profeta Zacarias, no capítulo 14 e versículo 4 de seu livro, profetizou que os pés de Cristo estarão sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém, e o monte das Oliveiras será fendido ao meio. Como o primogênito de Maria, Ele veio e experimentou a  vergonha quando julgado injustamente, mas virá outra vez em glória para julgar como o Justo Juiz (Atos 1.11).

No instante da segunda vinda, Jerusalém estará em guerra, sendo destruída pelos seus inimigos, e nesta situação Deus inspecionará os judeus como o refinador coloca seu ouro na fornalha e fica ao lado para ver se não vai sofrer nenhum dano. Segundo a profecia escatológica de Zacarias, Jerusalém é o ouro do Senhor a ser refinado.

O padrão dos crentes de Tessalônica para os últimos dias

Paulo se mostrou um missionário atento ao seu tempo. Quando esteve com os gregos no Areópago, como registra Lucas em Atos, usou de toda a sua retórica, advinda de sua formação educacional num contexto romano. Ao escrever aos crentes tessalonicenses, sabe que a temática relativa às últimas coisas é uma questão a ser abordada de forma complexa em virtude da presença do forte politeísmo existente em Tessalônica. Naquela cidade, havia o culto a Dionísio, Asclépio e Deméter. Existia uma forte influência da religiosidade egípcia e greco-romana, o sincretismo chegou a tal ponto que se construiu o Grande Sarapeum, templo destinado à adoração simultânea de deuses romanos e egípcios.

Diante do conhecimento desse aspecto histórico, podemos refletir no enorme desafio que se impôs a Paulo na evangelização daquela cidade, havia a possibilidade de haver uma rejeição completa de tudo o que estava sendo anunciado. Se o anúncio do Evangelho não houvesse sido feito sob a orientação da graça divina, Jesus seria apenas mais um dos deuses a entrar na lista da religiosidade sincrética no coração dos tessalonicenses. Porém, felizmente, o apóstolo apresentou Jesus que, literalmente, se entregou pela humanidade. Diante da extraordinária narrativa de Paulo sobre Jesus, aquela população foi impactada pelo poder da Palavra, e consequentemente fez com que a fé para a salvação brotasse no coração daqueles irmãos, houve uma significativa adesão ao convite do Senhor e os tessalonicenses se converteram dos ídolos a Deus (1 Tessalonicenses 1.9).

Sabemos, a religiosidade transcende os aspectos litúrgicos ou ritualísticos da própria religião, associa-se, na maioria dos casos e de maneira íntima, a componentes sociais e culturais de um povo. Ao ser humano, não basta o rótulo de cristão e a acomodação às reuniões em um templo evangélico, é necessário receber a Jesus como Senhor e Salvador de sua alma, arrepender-se dos pecados cometidos e firmar o propósito de não viver em pecado sistemático ou continuado. Jesus muda o modo de viver das pessoas que o seguem com inteireza de coração (João 3.3; Apocalipse 22.14, 15).

Assim como a verdade do Evangelho prevaleceu sobre a ficcionalidade dos mitos greco-romanos na vida dos crentes tessalonicenses, e em consequência deste fato nasceu a Igreja composta por irmãos tessalonicenses, toda pessoa que ouve a voz de Jesus a bater na porta de seu coração, e permite que Ele entre em sua vida e passa a ter comunhão com Cristo, todos os embaraços existentes em sua vida são vencidos, sua vida é transformada de idólatra à espiritualidade viva e dinâmica. E assim passa a ser alguém apto a entrar no céu (Salmos 15.1-7; Apocalipse 3.20).

Conclusão

Segundo as palavras bíblicas, ninguém no céu, na terra, no inferno ou em qualquer outro lugar, sabe o dia ou a hora quando arrebatará a Igreja (Mateus 24.42-44; Marcos 13.32). Estipular um dia é transgredir contra o sigilo de Deus. Alguns ousaram afirmar que estamos às 23 horas e 59 minutos do advento. Todos os especuladores que tentaram determinar data e horário foram envergonhados ao ficar patente a sua ignorância.

Jesus prometeu voltar para nos buscar e isto acontecerá de súbito. Ele virá surpreendendo a humanidade, por este motivo todos precisam estar prontos para sua chegada. (Eliseu Antonio Gomes)

Referências Bibliográficas:


1ª Escola Bíblica para Obreiros (EBO): Escatologia, Valdir Nunes Bícego, página 24, data do evento não declarado, Lapa, São Paulo/SP (Assembleia de Deus setor Lapa
Bíblia de Estudo Mattew Henry, páginas 1675 e 1706, 1ª edição 2014, Taquara, Rio de Janeiro/RJ (Editora Central Gospel)
Escatologia Bíblica. Um tratado sobre o fim do mundo, Erivaldo de Jesus, páginas 46 a 48, e 55; 8ª edição, 2017, São Paulo (ADIB Editora).
Lições da Palavra de Deus - Grandes Temas do Apocalipse - Uma Perspectiva Profética Impressionante dos últimos Tempos. Lição 1: A Volta do Senhor Jesus. Joá Caetano, ano 14, número 53, 1º trimestre de 2018, páginas 6 a 10, Taquara, Rio de Janeiro/RJ (Editora Central Gospel).



segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Deus ou deuses


Em que criam os primeiros seres humanos que povoaram o mundo: na existência de um único Deus ou em vários deuses? Para este tema têm-se voltado centenas de filósofos, etnólogos e historiadores. Ao longo dos séculos, muitos estudos têm sido feitos para se saber que ideia influenciou primeiro as populações primitivas: Se o monoteísmo (a crença na existência de um único Deus), ou se o politeísmo (a crença na existência de vários deuses).

O curioso é que, estando incluído entre os pensadores que têm debatido sobre este assunto, o filósofo francês Voltaire, apesar de sempre ter-se mostrado propenso a apegar-se a ideias anarquistas e antibíblicas, acreditava plenamente que a forma originária de crença do ser humano fora a da existência de um único Deus. "O politeísmo surgiu muito tempo depois, devido à fraqueza humana", concluiu o polêmico escritor.

A posição da maior parte dos etnólogos modernos (homens que se dedicam ao estudo das práticas religiosas e dos costumes dos povos primitivos) diante da questão, é a mesma adotada por Voltaire. Um exame da Bíblia neste sentido nos mostra também que o que houve na humanidade foi uma degradação: da crença na existência de um único Deus, os homens passaram pouco a pouco a cultuar e a crer na existência de vários deuses.

Por esse motivo, a luta antipoliteísta e anti-idolátrica marca de ponta a ponta as páginas das Sagradas Escrituras, e o posicionamento dos que nela deixaram os seus registros inspirados é semelhante ao conteúdo desta afirmação do profeta Jeremias:

"Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação. Assim lhes direis: esses deuses, que não fizeram os céus e a terra, desaparecerão da terra e de debaixo deste céu" (Jeremias 10:10,11).

DESVIOS DA HUMANIDADE
Em todos os locais onde a cultura humana floresceu, nos grandes ou pequenos redutos onde foram encontrados monumentos religiosos ou qualquer outro vestígio de práticas religiosas, tem-se verificado que houve uma decadência no primitivo sentimento de adoração a Deus. A princípio o homem considerava a Natureza, e tudo o que nela existe de mais belo, como sinais da existência de um Deus único, individual, invisível e superior ao mundo. Tudo anunciava a existência de Deus, mas não era visto como o próprio Deus, concebido como ser total e essencialmente único. Portanto, a crença na existência de vários deuses, surgida tempos depois, foi uma degeneração, uma consequência da observação supersticiosa da Natureza, e do temor diante dos diversos fenômenos e seres nela existentes. Mas foi sobretudo resultado da inegável atuação das hostes malignas de Satanás.

Portanto, várias circunstâncias contribuíram para desviar a humanidade, através de séculos e milênios, da crença na existência do verdadeiro Deus. À medida em que a crença em muitos deuses ia se alastrando entre os povos, os seres humanos passaram a adorar os ídolos da casa, da tribo, da cidade, da selva, do reino, da nação, do império. Passou-se a adorar e a servir a criatura em lugar do Criador, caindo-se na abominável confusão denunciada muito tempo depois pelo apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos: "Mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram a criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente" (Romanos 1.25).

DEUSES POR TODA PARTE
Assim, a Terra passou a ser adorada pelas religiões siro-fenícias, como mãe fecunda de todas as outras divindades; o sol passou a ser cultuado pelos egípcios, e, tempos depois, pelos japoneses; o céu tornou-se o deus dos chineses; os persas adoravam o fogo, vendo-o como uma gigantesca ave do céu com asas de ouro, a travar combates tremendos com os "espíritos da noite". Inventando deuses e mais deuses, a humanidade foi-se distanciando cada vez mais da crença original de um único Deus soberano. A água, o vento, a chuva fertilizadora, o sol, o orvalho, o trovão, o relâmpago, as nuvens, os animais — tudo, tudo passou a ser divinizado. Conforme comentou o pregador francês Bossuet, "tudo era Deus, menos o próprio Deus".

Mas que Deus é este que o espírito humano há tantos séculos sabe de sua existência, mas não consegue compreender? Por acaso ele é o mesmo que os deuses informes dos selvagens, o Phtah dos egípcios, o Bel dos assírios, o Odin dos escandinavos, o Wotan dos tedescos, o Teutates dos celtas, o Zyus dos brâmanes, o Zeus dos gregos, o Júpiter dos romanos, o Alá dos maometanos? Não! "Porque o Senhor é o grande Deus, e grande Rei acima de todos os deuses", declarou o salmista (Salmo 95.3). E o profeta Isaías acrescentou: "Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus" (Isaías 44.6). "Eu creio no Deus que criou os homens, e não nos deuses que os homens criaram". (Alexis Karr).

ISRAEL E A CRENÇA EM UM ÚNICO DEUS
Diante do aparecimento e da propagação de tantos deuses no mundo antigo, o puro monoteísmo de Israel, que se apresenta como um acontecimento absoluto e único na história, superando qualquer explicação psicológica, cultural ou étnica, é verdadeiramente um milagre. Os estudiosos têm concluído, admirados, que o fato de a religião de Israel ter reclamado para si, contra todas as religiões politeístas e mais antigas que ela, a adoração de um único Deus, está completamente fora das leis que regulam a evolução histórico-cultural da humanidade; é um fato surpreendente e cientificamente inexplicável.

Sabe-se, através de vários documentos, que a raça semita de onde se originou o povo de Israel teve originariamente a noção da existência de uma "Potência suprema". Por outro lado, os documentos que nos chegaram provenientes dos antigos povos cananeus revelam que, sob a influência de outros povos que transitavam na Mesopotâmia, os semitas, com a única exceção do povo hebreu, degradaram-se moralmente e caíram no politeísmo. "Quem não reconhece a Deus por Senhor, terá que submeter-se a muitos senhores", diz um antigo provérbio.

Porém, apesar de a mentalidade desses povos, tanto semitas como de outras raças, entre os quais Israel peregrinava, ter sido totalmente politeísta, não há nenhum vestígio na Bíblia que mostre ter a influência dessas nações apagado por completo no coração dos israelitas a fé monoteísta, desviando-os totalmente da crença em um só Deus. Mesmo quando a nação caía sob a tentação dos cultos idólatras, a crença no Deus único e verdadeiro persistia na alma do povo, e era isso o que sempre possibilitava o arrependimento e o retorno de Israel aos caminhos do Senhor.

O DEUS DOS PATRIARCAS E DOS PROFETAS
Essa grandiosa solidão e exclusividade de sentimento religioso experimentado pelo povo hebreu, verdadeira luz nas trevas, não se manifestou como uma afirmação ou experiência passageira, nem como resultado de profundas meditações filosóficas da parte dos líderes do povo. Ela aconteceu tão-somente devido à grandiosa intervenção do Senhor, que graciosamente elegeu Israel, instruiu-o e revelou-se a ele através de homens chamados e inspirados pelo seu Santo Espírito: os patriarcas e os profetas. Foi através desses homens que Deus se manifestou plenamente no meio da nação israelita, e irradiou fulgores que, sem limites de espaço e de tempo, anunciaram a verdade e a salvação a todos os seres humanos, através de todas as gerações.

Portanto, por intermédio dos patriarcas e dos profetas, o povo hebreu foi alcançado pela revelação de um Deus que é o mais elevado, o mais sublime entre todos os deuses, o único e verdadeiro Deus. A Bíblia é a história dessa revelação. A glória de Israel é, portanto, a de haver sido o primeiro, entre todos os povos, a receber a verdadeira ideia de Deus. Foi o único povo que primeiramente conheceu e professou o monoteísmo puro, apesar da posterior e forte atração que os seus filhos tiveram para o politeísmo semítico. Todavia, no panorama religioso de todos os tempos, jamais existiu um monoteísmo tão severo e tão zeloso. Sua história, narrada na Bíblia, não é outra coisa senão a luta pela supremacia absoluta do único e verdadeiro Deus, superior aos reis vitoriosos, aos povos poderosos e aos seus deuses.

REVELAÇÃO DE DEUS NO MONTE HOREBE
Moisés havia levado o rebanho de ovelhas do seu sogro Jetro para o lado ocidental do deserto, até chegar aos pés do monte de Deus, o Horebe. Subitamente, o resplendor de uma sarça em chamas no alto do monte despertou a atenção do patriarca, e ele resolveu subir para ver de perto aquela maravilha — o fogo queimava, mas a sarça não se consumia! Ao aproximar-se, uma voz misteriosa e sublime elevou-se de dentro das chamas:

"Moisés, Moisés, não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" (Êxodo 3.1-6).

Após declarar que vira o sofrimento do seu povo sob a opressão dos egípcios, o Senhor fez saber a Moisés que o encarregara de libertar a nação escolhida.

Temeroso, o genro de Jetro quis saber qual era o nome próprio de Deus, nome que lhe serviria para justificar a autoridade daquela missão. E o Senhor lhe respondeu: "EU SOU O QUE SOU... Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros".

Diante desta revelação, religião alguma alcança semelhante sublimidade! É difícil explicar o que a conquista dessa tão alta ideia da natureza de Deus representa para o povo hebreu, 13 séculos antes do aparecimento do Cristianismo.

Porém, haveria no povo de Israel algum mérito especial que tivesse determinado sua eleição por parte do Senhor? Não. Para eleger, Deus não depende das súplicas humanas, nem das qualidades morais que um homem ou um povo por acaso possua. Essa eleição depende tão-somente do seu amor e da sua fidelidade:

"O Senhor não se afeiçoou de vós, e vos escolheu por serdes mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que todos os povos. Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito" (Deuteronômio 7.7, 8).

Esse amor misterioso do Pai celestial é absolutamente livre: não está sujeito aos critérios humanos de julgamento.

Essa eleição é recíproca. Da mesma forma como Deus escolhe seus fiéis no meio da multidão de homens, assim também os eleitos devem escolher a Deus, excluindo totalmente os falsos deuses. Esta reciprocidade em que está encerrado todo o insondável mistério do amor divino e do regresso do pecador ao seio do Sumo Bem, é simbolizada e expressada como "pacto" ou "aliança": "Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, como aliança perpétua, para ser o teu Deus, e da tua descendência depois de ti" (Gênesis 17.7). Abraão reconheceu o Altíssimo, o Deus do Céu e da Criação, e só a ele dedicou o seu culto. E Deus honrou a fé e a integridade do seu servo.

NÃO NOS É LÍCITO REPRESENTAR A DEUS
Portanto, além de haver inundado a Natureza e a consciência coletiva e individual de todos os povos com as provas de sua existência, Deus elegeu um povo e revelou-se a ele de forma especial, para, através desse povo, abençoar todas as nações da Terra, estabelecendo assim um caminho de salvação que conduz a Cristo, o Salvador da humanidade, surgido em meio à confusão que os falsos deuses haviam causado.

"No evangelho de Jesus se consuma com perfeição a aspiração de tornar racional e de humanizar a ideia de Deus, que palpitava já desde os tempos mais remotos da tradição israelita, sobretudo nos profetas e nos salmos, e que enriquecera e engrandecera o sentimento do sagrado... Assim, chegou-se à forma insuperável da crença em Deus Pai, tal como existe no Cristianismo, com Jesus Cristo". (Rudolf Otto).

Além de combater o politeísmo (a ideia da existência de outros deuses), a Bíblia também combate a idolatria (culto prestado a ídolos, geralmente representados por imagens de escultura dos falsos deuses ou do verdadeiro Deus): "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem a elas servirás; pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso..." (Êxodo 20.4, 5). Porém, não podendo vê-lo pessoalmente, e sentindo-se irresistivelmente atraído pela curiosidade de saber "como ele é", o ser humano sempre carregou dentro de si um imenso desejo de representar a Deus através de figuras e símbolos.

A Bíblia combate esse desejo idólatra, por ele ser a negação da unidade e da transcendente invisibilidade de Deus. Além disso, a idolatria é uma tentativa de rebaixar o Criador à condição de uma obra feita por homens. O Ser Eterno e Supremo, origem da Vida, ficaria reduzido a um pedaço de madeira ou pedra inanimados, simples produto fabricado pelas mãos de um artífice. E isto sempre foi um ultraje, uma abominação à sua santa, digna e perfeitíssima Pessoa.

O culto das imagens de Deus, entre o povo de Israel, sempre constituiu-se em gravíssima transgressão da "aliança": "Guardai-vos de vos esquecer da aliança que o Senhor vosso Deus fez convosco, fazendo alguma imagem de escultura, figura de alguma coisa que o Senhor vosso Deus vos proibiu" (Deuteronômio 4.23). Só em Jesus Cristo a humanidade encontra a única representação verdadeira e completa de Deus. Ele está revelado nas páginas da Bíblia, e se revela dentro de nós. Em Jesus, temos Deus humanamente revelado, pois ele "é o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa" (Hebreus 1.3). E foi o próprio Jesus quem disse que "Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (João 4.24).

UM SÓ DEUS, E NÃO VÁRIOS DEUSES
"Temos deuses demais para serem verdadeiros", disse certa vez um antigo politeísta, desconfiado e incrédulo diante da adoração de tantos deuses. Ora, as mitologias antigas, as histórias lendárias dos primeiros povos mostravam o mundo sacudido e visitado por milhares de deuses, em sua maioria inimigos dos homens e inimigos uns dos outros, que se destronavam, que se digladiavam, que se despedaçavam. Porém, à medida em que as pessoas foram reaprendendo a observar o mundo, notaram que a Natureza tem as suas leis, e essas leis são fixas. O Universo pareceu-lhes então uma obra-prima, criado e governado por um ser dotado de infinita sabedoria. A Bíblia foi a principal responsável por essa concepção da soberana posição de Deus diante de todas as coisas. A mensagem que ela trouxe aos homens (inicialmente aos judeus, e depois ao mundo todo) abalou as bases da crença politeísta.

Portanto, as fictícias narrações de guerras ocorridas entre os deuses mitológicos passaram a impressionar cada vez menos o ser humano. A atuação e a existência desses deuses seriam confirmadas se o sol interrompesse o seu deslizar cotidiano no céu, se os astros se chocassem uns com os outros, se os rios corressem para as nascentes, se os mares e oceanos avançassem e cobrissem toda a Terra. Mas nada disso era visto.

Ora, por acaso não haveria motivos para se pensar que existe um só Deus, que estabeleceu leis fixas e as mantém? Sim, pois se existissem muitos deuses, todos os dias os homens contemplariam o resultado de suas vontades em discórdia, a confusão estaria estabelecida no mundo, e os fenômenos da Natureza seriam irregulares e descontrolados:

"Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro" (Isaías 45.18).

Portanto, além de ter-se revelado na consciência coletiva dos povos, na natureza e na consciência de cada indivíduo, Deus revelou-se na Bíblia, destronando os falsos deuses. Através das Sagradas Escrituras, a humanidade tem recebido o testemunho da existência do Deus único e verdadeiro, que é Rei, Pai e Criador dos céus e da Terra. Ele opera maravilhas entre os seres humanos, e detém em suas mãos o domínio do Universo. "Surgem e se vão novas formas, novas circunstâncias históricas e sociais, mas sempre e sempre, atrás e por debaixo delas todas, está a revelação de um Deus que não muda e que é eterno". (Allan Richardson).

Jefferson Magno Costa
http://jeffersonmagnocosta.blogspot.com

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A Verdadeira História do Natal

É claro, respeito a todos que se negam a celebrar o dia em que Deus, literalmente, demonstrou nos amar trazendo ao mundo o seu Unigênito; logicamente, se se negar-se a comemorar o nascimento do Filho Único do Pai celeste é uma negação com a intenção de agradá-lo, a única reação sensata da minha parte é me esforçar para entender quem viva assim. Mas, o fato de buscar entender não é o mesmo que crer que este estilo de vida esteja baseado na doutrina de Cristo. 

Aos que não celebram o nascimento do Senhor, digo o seguinte. Veja bem, ninguém nega que o Natal de Cristo é uma data célebre! Todos os cristãos sabem que é um dos dias memoráveis entre os poucos dias realmente memoráveis que a história humana tem. Sim, é dia célebre. Os anjos foram os primeiros a celebrar este dia, eles inauguraram a tradição da celebração natalina do Filho de Deus. O nascimento de Jesus é tão célebre que o Adversário das nossas almas tentou acabar com o motivo da nossa celebração naquele episódio em que Herodes decretou a mortandade de meninos de dois anos para baixo. 

Pare e pense nesta projeção: Jesus nasceu com o objetivo de morrer e ressuscitar. O Salvador não morreria na cruz, na condição de gente de carne e ossos, se não houvesse nascido. E Ele só se manifestou em carne e ossos por causa do amor de Deus por nós, não veio passear na terra entre os pecadores. Então, considero importante usar um dia, dos 365 ou 366 de cada ano em que estamos vivos, para lembrar aos pecadores (eu me incluo como pecador) que Deus amou o mundo de tal maneira que entregou seu filho unigênito para nos salvar. 

Entendo que a regra de fé e comportamento do cristão é a Bíblia Sagrada. E assim, o cristão se orienta pela doutrina de Cristo, contida tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Podemos usar outra base como nossa regra de fé e conduta, além da Bíblia Sagrada? Não devemos fazer isso, porque é atitude de hereges e pagãos colocar outra palavra acima da Palavra de Deus. 

Então, se o nosso único Livro de regras e comportamento não aponta para nenhuma proibição contra a celebração do nascimento do Filho de Deus, como então afirmar que celebrar o Natal de Jesus Cristo é um costume anticristão? Como se posicionar contra a celebração do nascimento de Cristo se o próprio Cristo não se posiciona contra a celebração do seu nascimento? 

Sobre a data da celebração, não entendo que não saber o dia exato como um impeditivo à celebração. Não haver uma data no calendário apontando o dia exato ao nascimento é o que menos importa. Considero que o fator mais importante é usar um dia, usamos 25 de dezembro mas poderia ser outro dia. O importante é usar um dia como o momento de dizer ao mundo que Jesus é a prova do amor de Deus, destacar para muitos que Deus amou o mundo de tal maneira que entregou seu filho unigênito para nos salvar. A entrega que Deus fez significa a comprovação deste amor. 

Como adoradores de Deus e seguidores de Cristo precisamos imitar a Deus e a Cristo, em nossos relacionamentos interpessoais. Amar ao próximo, expressar em palavras este amor e ter a atitude condizente com esta declaração de amor. 

Quantos declaram amar o próximo e não comprova esta declaração através de ações ajustadas com o que diz? O Natal é uma lição de como precisamos ser como cristãos. Como? Menos discursos cheios de propostas e mais posicionamentos efetivos. 

Não consigo ligar o fato de se montar decorações natalinas em árvores com idolatria. Sabemos que comerciantes fazem isso com intenções de alavancar suas vendas... 

Que as famílias possam se reunir à roda da mesa e centralizar Jesus Cristo em seus corações. O mais relevante não é presunto, pratos requintados e trocas de presentes, é a união, a paz em família. Que a Ceia de Natal possa ser momento de reconciliação. A situação de harmonia parece ser situação tão difícil de ser alcançado na vida de muitos hoje em dia. Oremos, para que o clima de entendimento e concordância seja realidade na vida de todos nós, porque Jesus nasceu com o objetivo de morrer e ressuscitar e levar para o céu os pacificadores. 

A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à festa. 

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança. 

Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de “nascimento” do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência. 

A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o “renascimento” do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano. 

A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, o culto a Mitra chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império. 

Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. “O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes”, dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome (“Religiões de Roma”, sem tradução para o português). 

Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo. 

Solstício cristão 

As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia ideia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. “Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. “Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural”, afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ. 

Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. 

A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso. 

Outra contribuição do norte foi a ideia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos. 

Nasce o Papai Noel 

Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. 

E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, “profissional”. Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel. 

Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau. 

Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da ideia. 

Natal fora-da-lei 

Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século XVI. 

Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A ideia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada. 

Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de “Christmas” (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que “missa” é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados. 

A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. 

Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. 

Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas. 

Tio Patinhas 

Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam “para acabar com o crescimento da população”, dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso. 

Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do “espírito natalino” que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal na televisão, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali. Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. 

Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. 

O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Polo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol. 

O Significado Permanente do Natal 

O anúncio do nascimento de Jesus é o ponto inicial do Plano de Salvação que Deus formou para a humanidade. Por isso devemos pregar sobre o Natal, independente da data. Infelizmente o significado do Natal foi corrompido pelo comércio e tradições que celebram de tudo, menos a vinda do Salvador ao mundo. 

Já imaginou se na história bíblica não houvesse o fato do nascimento de Jesus? Ficaria faltando um ponto principal no plano de salvação. Então, se deixarmos de falar sobre isso, omitimos algo que a Bíblia fez questão de relatar com detalhes para nos mostrar o significado deste momento. 

O Natal deve ser um tempo para a família estar juntos, mas é imprescindível a presença de Jesus. Celebrar o Natal sem falar de Jesus seria como ir a uma festa de aniversário sem o aniversariante. Aproveite este momento para anunciar a salvação em Jesus para sua família. 

Qual é o significado do Natal? 

Vamos aprender com a profecia de Isaías sobre o nascimento de Jesus, qual é o significado permanente do Natal: 

1- Luz: “o povo que andava em trevas viu grande luz” 

Isaías declara de maneira profética que quando o Messias viesse haveria luz para aqueles que estavam em trevas. Até a vinda de Jesus ao mundo, a humanidade vivia em escuridão e temor, mas desde que nasceu trouxe “a verdadeira luz que vinda ao mundo, ilumina todo homem” (Lucas 1.9). A luz de Jesus é o maior brilho do Natal. 

Natal é um tempo de luz não por causa das milhares de lâmpadas que enfeitam as cidades e sim porque Jesus é o Salvador e esta boa notícia deve ser anunciada como oportunidade gratuita aqueles que viviam sem esperança. Este período é uma oportunidade de falar das Boas Novas levando luz às pessoas ao nosso redor. Aproveite o Natal para levar Luz às pessoas que não conhecem a Jesus! 

2- Alegria: “tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste” 

O texto cita a palavra alegria três vezes apenas neste versículo. O profeta Isaías imagina o dia da vinda do Messias como o dia mais alegre que já houvesse em todos os tempos. Contudo não é uma alegria passageira e sim algo que aumenta a cada instante. 

Lamentavelmente criou-se um paradigma sobre o Natal em que a alegria se baseia nas festas. Entretanto muitas pessoas passam esta data de maneira triste e solitária ficando desiludidos. A alegria do Natal deve ser muito além de tudo isso. Ao invés de nos alegrarmos por ter comida farta, roupas novas e presentes, podemos também nos alegrar ao abençoar aqueles que não têm condições para isso visitando aqueles que estão enfermos, órfãos, idosos e pessoas desamparadas. Neste Natal leve alegria para pessoas que estão sofrendo! 

3- Justiça: “tu quebraste o jugo que pesava sobre eles” 

O profeta Isaías expressa estas palavras como um alívio de quem estaria sentindo dores. O povo de Deus havia passado por tantas lutas e dominado por tantos imperadores cruéis que não aguentavam mais a injustiça. 

A vinda do Messias traria então a justiça definitiva que tanto esperavam e acabaria com as guerras chegando até a queimar as ‘botas do guerreiro’ e as ‘vestes sujas de sangue’ para não deixar nem lembrança das injustiças do passado. 

Antes de gastar com festas precisamos pensar se temos contas a pagar para não acumular dívidas injustas para o próximo ano. Também podemos desfazer de ‘botas e vestes’ que não nos servem mais para ajudar quem estiver precisando. Fazer justiça é fazer coisas corretas e honestas, além de recompensar quem precisa de ajuda. Natal é tempo de fazer justiça! 

4- Paz: “Príncipe da paz; para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim” 

Durante séculos de guerras intercaladas por períodos breves de paz, o profeta Isaías anuncia que chegaria um tempo de “paz sem fim” porque viria aquele que é o Príncipe da Paz. Não existe notícia mais bonita do que esta. Como uma bandeira branca estendida para anunciar o fim da batalha, o Evangelho anuncia a paz para quem está sofrendo. 

No mundo existem mais de sete bilhões de pessoas que estão lutando todos os dias e procuram paz para suas vidas. A cada dia uma nova luta ou dificuldade a ser vencida. Estas vidas precisam de alguém que lhes anuncie a paz e que sua luta foi terminada pelo Príncipe da Paz que veio ao mundo para dar tranquilidade ao seu coração, mesmo diante das dificuldades da vida. Também é uma oportunidade de acabarmos com as guerras e perdoar nossos inimigos para que haja paz. Natal é o momento de declarar paz! 

Celebre o Natal Verdadeiro! 

“Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Rm. 14.17 

Não deixe que o Natal se resuma numa festa comum. Jesus não veio ao mundo para que marcássemos uma data especial em nosso calendário (talvez seja por isso que não nos permitiu saber que dia nasceu. Nem mesmo para que façamos uma mesa farta de comidas e bebidas. Ele veio ao mundo para trazer sua Luz, sua Alegria, Justiça e Paz. 

A festa do Natal se torna mais bela e quando sabemos seu verdadeiro significado. A presença de Jesus é a condição fatal para que o Natal seja verdadeiro. Jesus deixou claro que estaria presente através “dos pequeninos”, então devemos procurar ajudar as pessoas neste momento. 

O Natal significa anunciar a Luz de Jesus para quem vive nas trevas sem esperança. Alegria para quem está sofrendo. Justiça para quem está sendo injustiçado. E Paz para todos que estão lutando. Celebre o Natal verdadeiramente! 

Fontes: 

Eliseu Antonio Gomes (https://belverede.blogspot.com/)

Pr. Welfany Nolasco Rodrigues 

Alexandre Versignassi e Thiago Minami
access_time22 dez 2017, 20h19 - Publicado em 30 nov 2006, 22h00
https://super.abril.com.br/historia/a-verdadeira-historia-do-natal/

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Procura-se um Homem...

Ez. 22,30, começa fazendo a seguinte afirmação: “Busquei entre eles um homem...”. 

Surge então a primeira pergunta: Por que Deus procura um homem? Para entender melhor essa pergunta, precisamos olhar para o contexto da profecia. 

Ezequiel está falando para uma cidade completamente coberta pelo pecado. Para um povo que escolheu viver distante de Deus. Jerusalém estava vivendo momentos de intensas abominações, e isso incomodava o coração de Deus de maneira que Ele precisava intervir pela sua justiça e pelo seu amor. Jerusalém havia se tornado numa “Sodoma” irrecuperável e assim como foi com aquela cidade do tempo de Abraão, cuja prática do pecado era tão grave a ponto de se levantar um clamor cósmico reivindicando a justiça divina contra ela, também agora estava sendo com Jerusalém. 

O texto acima referido contém uma lista de pecados praticados por uma geração que viveu entre os anos 593 e 571 a. C. Que não só lembra a Sodoma de outrora como bem poderia ser confundida com os dias de hoje. 

Jerusalém aqui é apresentada como uma sociedade sanguinária. Matar homens inocentes havia se tornado esporte para uns, e comércio para outros. Assassinos eram contratados para que os poderosos não sujassem as mãos de sangue, (II Reis 21.6; 24.4). 

Havia injustiça Social por toda parte afetando diretamente a instituição base da sociedade que é a família. Os pais eram desprezados pelos próprios filhos e as viúvas e os órfãos pelos parentes e pelo governo. Homens davam falsos testemunhos promovendo o derramamento de sangue. Perversidade sexual; Prostituição, adultério, incesto. Extorsão, suborno, usura. Lucros excessivos, desonestidade, roubo. Exploração por toda parte e o que é pior: Desprezaram a Deus. 

Uma geração que virou as costas para Deus e passou a praticar o sincretismo religioso transformando os cultos em ambiente até mesmo de conspirações. Acaso teria alguma diferença do mundo de hoje? Entende agora por que Deus procura um homem? 

Sempre que uma geração se afasta dos caminhos do Senhor e se volta para os próprios caminhos, e seus pecados se tornam gritantes diante de Deus, Ele procura alguém com quem possa contar para combater o pecado. “Busquei entre eles um homem...” 

Mas, qual é o TIPO de homem que Deus procura? “...um homem”. Isso nos enche de consolo e de expectativa. A história nos mostra que os homens que Deus usou para realizar a sua vontade era gente de carne e osso como eu e como você. Gente tão humana que foi preciso encorajá-la muitas vezes. 

Moisés, escolhido por Deus para libertar Israel dos egípcios, se sentia incapaz. A Josué Deus precisou dizer: “ser forte e corajoso, ...”. Assim foi com Gideão, Davi, Jonas, Neemias e muitos outros. O medo, a covardia, a dúvida, a insegurança, a incerteza, a fraqueza, o cansaço, o desânimo, a perda, o luto, a dor e até mesmo a fuga fizeram parte da vida desses líderes heróis. Porém, através deles Deus fez histórias. Logo entendemos que esse homem pode ser alguém como eu ou você. Aleluia!! 

PARA que Deus procura um homem? Para “...ficar na brecha..”. 

Qualquer cidade com brecha no muro, significa perigo iminente! Ezequiel usa essa metáfora para denunciar a falta de compromisso com a Palavra de Deus. O sincretismo religioso passou a fazer parte dos seus cultos. O liberalismo tornou-se moda e as pessoas viraram as costas para Deus. O relacionamento estava quebrado como uma brecha num muro de proteção. 

Quando o muro da retidão está abalado pela brecha da maldade, a justiça divina prevê juízo (Salmo 89.14). Todavia em se tratando de Deus, a misericórdia triunfará sobre o juízo (Miquéias 7.18), sempre que a brecha for tapada. 

Aqueles (os profetas) que deviam denunciar o pecado da nação e desafiá-la ao arrependimento, isto é, construírem os muros de proteção moral e espiritual de Jerusalém, contribuíram para o caos espiritual de Jerusalém. Ez. 13.5; Jo 10.12. 

Deus procurava alguém que pudesse tapar os muros. Deus continua procurando homens que estejam dispostos a denunciar a imoralidade, a corrupção, a desonestidade e a idolatria da sociedade de hoje. Este alguém pode ser você. 

Deus procurava alguém que pudesse ficar na brecha. Alguém que tivesse uma postura intercessória que “convencesse” a Deus de que valia a pena retirar o juízo. 

Jesus ensinou essa tarefa aos seus discípulos. Mt. 26.41. 

Abraão intercedeu pelos justos de Sodoma Gn. 18.22-33. 

Moisés intercedeu várias vezes pelo povo de Deus Êx. 32. 11-14; Nm.16.48. 

Neemias fez o mesmo por Israel. 

Deus também espera que alguém esteja disposto a fazer o mesmo nos dias de hoje. Por isso Deus continua procurando um homem que possa tapar o muro e ficar na brecha perante Ele a favor de... 

Sabendo o que significa tapar os muros e ficar nas brechas... e conhecendo a realidade do mundo de hoje, qual tem sido a nossa atitude diante do desafio de Deus para nossas vidas? 

Qual tem sido a resposta que você tem dado ao Senhor durante todo esse tempo? 

Deus continua procurando um homem! O desafio em nossa volta, visto da nossa perspectiva, parece ser insolúvel. A realidade da sociedade que aí está, nos faz sentir impotente. 

Mas, pela ótica divina, entendemos que Ele só precisa de um homem para fazer a diferença. Um homem totalmente disponível ao Senhor. Um homem que esteja disposto a ficar na brecha. 

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Estão Brincando de Deus!

Gn. 2,7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida”. 

E, então, o homem adquiriu conhecimento, simulou os instantes após o Big Bang (a explosão cósmica que originou o universo), produziu cópias idênticas de animais, descobriu células capazes de originar outros órgãos, criou uma célula viva com um genoma artificial. 

Para muitos religiosos, ele agora brinca de ser Deus. Bactérias e Arqueas estão entre os organismos mais primitivos conhecidos pelo Homem. Não tanto quanto comentaristas de portal, mas quase. Essas criaturinhas unicelulares não possuem núcleo ou organelas individuais bem definidas, e para piorar ainda mais suas vidas são alvos de ataques implacáveis de vírus, mas eles não estão indefesos, não senhor. Tio Darwin deu a elas uma arma chamada CRISPR!




Quando um vírus invade uma bactéria ou uma célula, ele injeta seu DNA (ou RNA) e como são burros, os mecanismos de replicação da célula começam a reproduzir o DNA do vírus, que é decodificado, produzindo proteínas e no final a célula explode liberando milhares de cópias do vírus. Mas nem tudo está perdido, nosso primitivo organismo tem defesas, conseguidas a duras penas depois de muito evoluir.

Assim que o DNA do vírus entra na célula, uma família de proteínas chamadas Cas1 identificam o DNA invasor e recortam um pedaço dele, pegando o que seria uma “assinatura” do vírus. Essa assinatura é incorporada no DNA da célula invadida, que em seguida aciona uma enzima chamada Cas9. Ela carrega uma sequência de DNA com uma cópia do DNA do vírus.

Quando ela encontra o DNA viral, e compara com a sequência em memória, se forem iguais ela irá cortar fisicamente o DNA do vírus, inutilizando-o.

Agora a beleza da coisa: Como a sequência de bases nucleicas do DNA viral fica gravada no código genético da bactéria invadida, da próxima vez que outro vírus do mesmo tipo tentar atacar a célula, dará de cara com um monte de enzimas Cas9 armadas e engatilhadas prontas pra cortar seu barato.

O processo já foi inclusive observado em vídeo, fruto de uma pesquisa da Universidade Kanazawa e da Universidade de Tóquio:




O termo CRISPR (clustered regularly interspaced short palindromic repeats) apareceu pela primeira vez em 2001, em um paper de Francisco Mojica e Ruud Jansen, mas a primeira observação da coisa foi feita em 1987 por Yoshizumi Ishino, da Universidade de Osaka.

Ele estava estudando um gene chamado iap, ligado a morte celular, quando reparou que em várias partes do genoma da bactéria E.Coli, apareciam sequências repetidas e palindrômicas, em blocos pequenos. Elas eram chamadas palindrômicas porque podiam ser lidas da mesma forma em ambas as direções, como a clássica frase: “Socorram-me subi no onibus em Marrocos”

Assim uma sequência dessas poderia ser:
AGTTCAAGTCACAACACTGAACTTGA

Essas sequências palindrômicas eram separadas por sequências de DNA que foram chamadas de espaçadores, e em 1993 foi detectada a replicação desses espaçadores dentro dos organismos.


Em 2001 Mojica e Jansen estavam pesquisando a função das sequências palindrômicas e espaçadores, e graças a um software escrito por um aluno de Mojica, encontraram sequências palindrômicas em 20 espécies de micro-organismos.

Mais adiante Jansen descobriu que sempre que havia uma sequência de espaçadores e palíndromos, ela era antecedida por genes de proteínas cas. Em seguida um preâmbulo, e então começaram a sequência de palíndromos, com 28 a 37 bases nucleicas, e entre eles os espaçadores, com 32 a 38 bases.

Em 2005 Mojica e outros colegas publicaram um paper de título “Intervening sequences of regularly spaced prokaryotic repeats derive from foreign genetic elements“. Eles descreveram com identificaram nos espaçadores do DNA das bactérias sequências genéticas presentes em vírus bacteriófagos. Estava evidente de que havia uma relação entre CRISPR e um sistema imunológico das bactérias, e mais alguns anos de pesquisa e o modelo todo foi desvendado.


É em essência algo incrivelmente simples de entender: O mecanismo de defesa da bactéria guarda pedaços do DNA de vírus malignos, produz uma enzima chamada Cas9 que carrega uma sequência de RNA baseada no DNA maligno. A enzima escaneia toda molécula de DNA que encontra. Se acha uma sequência que combina com a que tem armazenada, aciona uma tesoura molecular que literalmente corta ao meio a molécula, naquele exato e preciso ponto.
Bingo!

Até então as técnicas CRISPR eram um pouco mais complicadas do que eu descrevi, na verdade a cas9 precisa de duas moléculas de RNA, uma que faz a identificação do DNA-alvo, e outra que contém o padrão a ser identificado. Aí em 2012 tudo mudou graças a essas duas moças:


Elas são Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier. Manu é bioquímica, microbióloga e geneticista. Estudou na Universidade Pierre e Marie Curie, no Instituto Pasteur e fez pós-doutorado na Universidade Rockefeller nos EUA. Hoje ela é diretora do Instituto Max Planck na Alemanha.

A loura é a Jennifer Doudna, americana bioquímica com pós-doutorado na Universidade de Boulder, Colorado. Juntas eles revolucionaram a genética molecular quando conseguiram unificar as duas sequências de RNA da cas9, simplificando extremamente um processo que já era bem mais simples que os métodos tradicionais de manipulação genética.
Cut… and Paste!

Células têm mecanismos de reparo quando DNA é danificado, elas tentam reconectar as partes cortadas, mas se uma sequência de bases foi removida, o resultado é um gene com defeito, não-funcional.

Entretanto é possível usar CRISPR pra cortar um pedaço específico de DNA, e ao mesmo tempo você satura a área com templates de reparo, sequências curtas de DNA que se encaixam nas pontas das partes removidas. Os mecanismos de reparo da célula preferem essas partes, e vão colá-las no lugar do pedaço removido.


CRISPR pode ser usado para desativar genes específicos, e até cromossomos inteiros, é possível usar versões da cas9 com a tesoura molecular desativada, então ela encontra a sequência específica, se prende naquele lugar e interfere com o processo da célula de ler aquela informação. Pra todos os efeitos o gene está desativado, sem que o DNA seja danificado.
As Aplicações

Anemia Falciforme é uma doença muito cruel, que afeta 2% das crianças nascidas na África subsaariana, região que concentra 2/3 dos portadores. É uma condição genética incurável que mata 150 mil pessoas por ano e prejudica a qualidade de vida de todo mundo que sobrevive. Ela é causada por uma molécula de hemoglobina defeituosa, culpa de uma β-globina capenga.

Essa β-globina defeituosa é especificada no cromossomo 11, e o defeito é uma única base nucleica, que originalmente deveria ser GAG (guanina adenina guanina) mas por uma mutação virou GTG (guanina timina guanina).

Com CRISPR seria trivial consertar essa falha em um espermatozoide, óvulo ou mesmo um embrião.

XY, é um menino, ao menos até descobrir o Tumblr.

Indo além, se podemos desabilitar um cromossomo inteiro, isso seria uma cura completa para doenças como Síndrome de Down. Talvez seja possível até fazer isso com o organismo já formado, mas ninguém sabe como um ser vivo reagiria a uma mudança dessas.

CRISPR está sendo estudada como alternativa para fibrose cística, esclerose múltipla e uma penca de outras doenças sérias de origem genética, mas não pára aí.

Podemos imunizar organismos úteis, como as que usamos para profundir cerveja ou insulina (primeiro os da cerveja, please). Podemos remover retrovírus e genes que causam rejeição de órgãos transplantados.
O que já conseguimos

A técnica está sendo usada em organismos unicelulares e até em espécies mais complexas. Cientistas chineses usaram CRISPR para desativar o cromossoma Y em zigotos de ratos, que foram transplantados para ratas de aluguel, e se desenvolveram em lindas ratinhas. Isso mesmo, mudaram o sexo do bicho.

Eles também testaram células-tronco humanas com Down, desativando o cromossoma 21 extra.

Leitões sofrem muito com duas doenças virais, gastroenterite (causada pelo vírus TGEV) e diarréia, causada pelo PEDV. Essas doenças causam um prejuízo anual de US$600 milhões aos criadores americanos.

Randall Prather, da Universidade do Missouri e Bob Rowland, da Kansas State University descobriram que o trabalho dos vírus era facilitado por uma proteína chamada ANPEP. Eles identificaram o gene que expressa essa proteína, programaram sua localização no CRISPR e modificaram embriões para que os futuros porquinhos não mais produzissem a tal proteína.

As ninhadas nasceram, e os porcos foram contaminados com os dois vírus. Eles ainda sofreram de diarréia, mas não tinham nem sinal da gastroenterite e o TGEV não foi detectado nas fezes. Fora isso os porquinhos estavam lindos felizes e perfeitamente normais, ao menos até serem sacrificados para uma necrópsia detalhada. Yay Science!

A pesquisa foi publicada no paper Resistance to coronavirus infection in amino peptidase N-deficient pigs.

A lista de experimentos envolvendo CRISPR é imensa e promissora, mas a grande surpresa aconteceu por esses dias, quando cientistas chineses liderados por He Jiankui, da Southern University of Science and Technology, em Shenzhen anunciaram que usaram CRISPR para editar o DNA de duas meninas, gêmeas chamadas Lulu e Nana.

Segundo eles a modificação foi copiar uma mutação bem rara chamada CCR5-Δ32. As poucas pessoas que têm essa mutação são imunes ao HIV. Isso foi descoberto quando o sujeito mais azarado do mundo se tornou o mais sortudo. O coitado já tinha AIDS, e pra piorar desenvolveu leucemia. Depois da quimio precisou de um transplante de medula para recuperar o sistema imunológico, que não funcionaria muito bem, because AIDS.

Só que o doador tinha a mutação CCR5-Δ32. A carga viral do sujeito começou a cair, depois de 600 dias atingiu níveis indetectáveis. Ele foi acompanhado por mais seis anos, ao final dos quais foi declarado curado, HIV-Negativo e agora as únicas preocupações dele são gonorréia e pensão alimentícia.
E quais os problemas?

É muito mais complicado usar CRISPR em organismos complexos, nós somos ótimos em evitar que coisas indesejadas entrem em nossas células, o irônico é que a técnica mais eficiente para invadir uma célula humana e despejar a cas9, o RNA com o padrão e os templates de reparo é usando… um vírus. Isso causa uma resposta desbalanceada, e o sistema imunológico não gosta de vírus.

Esse aliás é o grande problema: As moléculas usadas no CRISPR são kibadas de organismos como o Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes, e nosso sistema imunológico detesta esses caras. Quando sente o cheiro, aciona linfócitos pra matar esmagar destruir, e nisso matam as células junto, numa taxa de 80%.

Em um estudo publicado na Nature, 79% dos humanos testados apresentaram anticorpos contra a cas9 do Staphylococcus aureus, e 65% contra a da Streptococcus pyogenes.

Streptococcus pyogenes

Há pesquisas que conseguiram alterar as enzimas a ponto de não gerarem resposta imunológica, mas não se sabe o quanto isso afeta sua eficiência, e aí caímos no outro problema:

CRISPR às vezes não funciona. Como tudo em biologia, nada é perfeito. Um paper publicado na Nature escrito por Michael Kosicki, Kärt Tomberg e Allan Bradley intitulado Repair of double-strand breaks induced by CrIsPr–Cas9 leads to large deletions and complex rearrangements alerta para danos extensos no genoma, com deleção em alguns casos de milhares de bases.

Aparentemente o mecanismo de correção nas células não faz milagres, e nem sempre pega o template de inserção correto, cola de qualquer jeito o DNA e o resultado é um trabalho porco. E câncer, claro. Essas coisas sempre resultam em câncer.

As próprias criadoras da técnica, Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier estão pedindo uma moratória em pesquisas envolvendo humanos, dizem que é muito cedo, sabemos muito pouco ainda sobre os detalhes e consequências do CRISPR, e técnicas que afetem a estrutura genética de organismos, e consequentemente sejam repassadas para a prole devem ser tratadas com o máximo de cuidado e temeridade.
Considerações Éticas

Essas são as preferidas dos filósofos e palpiteiros, se me permite o pleonasmo. Dizem que o Homem não pode brincar de Deus, mas vou contar um segredo: O Homem já brinca de Deus desde 1767, quando a Sociedade Para Recuperação de Pessoas Afogadas foi fundada na Holanda, e criou os primórdios da Reanimação Cardiopulmonar, embora eu reconheça que estimular o afogado com fumaça de tabaco no ânus não seja mais prática tão comum.

Em quatro anos eles salvaram 150 pessoas, pelo simples fato de não aceitaram a morte como inevitável.

Quando Louise Brown foi apresentada ao mundo em 1978, a reação foi extremamente variada e extremamente radical.


Fruto da primeira fertilização in-vitro bem-sucedida, Louise era vista por uns como um milagre da ciência, mas outros a achavam uma abominação, cientistas hereges estariam desafiando Deus determinando eles o momento da concepção. O Vaticano protestou e houve até gente dizendo que Louise não teria alma, por ter sido concebida à revelia de Deus.

Hoje em dia bebê de proveta é algo tão comum, tão mundano que as pessoas nem comentam mais se são fruto de fertilização in-vitro, é algo que tem zero estigma social.

Os argumentos de que CRISPR pode gerar uma série de “bebês projetados” também não colam. Os pais vão escolher que querem bebês mais inteligentes, com menos predisposição a doenças, e qual o problema? Será que escolherem a cor dos olhos é um preço tão alto para ninguém mais nascer com uma bomba-relógio em seus genes, aguardando a hora de desencadear Huntington, esclerose múltipla, Alzheimer ou vegetarianismo?

Hoje já fazemos seleção genética de embriões para fertilização in-vitro, e mesmo durante a gravidez, através de análise do líquido amniótico. Quem pode já escolhe até o sexo do bebê.


A ideia de que CRISPR criará uma raça de mutantes, o homo superior, enquanto o resto do mundo permanecerá na obscuridade é uma bobagem. Ciência não funciona assim, as tecnologias se aprimoram e se barateiam. Aquele Raio-X que qualquer dentista de subúrbio tem era algo restrito a gente muito rica no começo do Século XX. Fertilização in-vitro? No Brasil custa R$11 mil, ou você pode fazer pelo SUS. E se você acha que é algo ainda assim restrito, até em Uganda fazem fertilização in vitro.

SE o CRISPR se tornar a técnica que todos esperamos, acontecerá o de sempre: Inicialmente os tratamentos serão caros, com o tempo se tornarão mais em conta e no final você comprará em farmácia. Nos Anos 80 o Fantástico anunciou a Cura do Câncer (ok eles anunciam toda semana), o Interferon, uma droga mágica que custava milhões.

Não era a cura definitiva mas se mostrou um excelente antiviral, usado para doenças como hepatite, controle de tumores e viroses de verdade, daquelas que nada mais adianta. Quanto custa? R$256,00.

Conclusão

CRISPR pode salvar o mundo, mas se o fizer não será hoje. CRISPR é uma ferramenta que nos permite encontrar imediatamente um trecho em qualquer livro de uma biblioteca, mas estão todos escritos em um idioma que quase não entendemos. CRISPR é a técnica mais promissora para controlarmos o destino genético da vida na Terra, mas também pode ser que fique restrito a casos específicos, talvez a complexidade de lidar com organismos inteiros seja grande demais.


A única certeza é que nem tão cedo teremos super-bebês, nem infelizmente a cura de um monte de doenças. A ciência responsável não se precipita, já tivemos erros demais, como a Talidomida. No máximo CRISPR só será boa notícia a curto prazo se você for um porco, e não tiver ouvido falar em feijoada.


E os direitos da vida humana desde a sua concepção, onde é que ficam? A clonagem é condenada pela Igreja e por qualquer pessoa de bom senso. Manipula um embrião, com altos riscos de deformação para o nascituro. E a clonagem para fins terapêuticos, que trata o embrião como material biológico descartável, merece todo nosso repúdio.



A vida humana é sagrada. Ninguém pode manipulá-la, instrumentalizá-la, eliminá-la. A vinda de uma pessoa ao mundo não é uma realidade apenas biológica. É um evento biológico, psíquico e espiritual. Toca o próprio poder criador de Deus. Não dá para os homens ficarem assim brincando de Deus.

Fonte:
https://meiobit.com