quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Cabeça de Abóbora

Este texto, “Cristão Cabeça de Abóbora” foi compilado para educar os cristãos sobre o verdadeiro sentido do Halloween. Para sua leitura, são bem-vindos todos aqueles que mantêm a cabeça clara e o espírito aberto. Aqueles com ‘cabeça de abóbora’ definitivamente não estão convidados. Não pretendo ser contra o Halloween, tampouco quero compartilhar o culto à morte e a exaltação de coisas monstruosas ou feias que traz consigo, pois é próprio dos cristãos celebrar o triunfo da vida e promover a beleza e o bem. Se é o dia dedicado a todos os santos, vamos celebrar a santidade e não o dia das bruxas. Melhor santos, que abóboras ocas. 

Por isso, frente às fantasias dos mortos-vivos que enchem as ruas das cidades no dia 31 de outubro, devemos transmitir outra mensagem: a vida é bela e sua meta é o céu; são muitos os que já chegaram e todos somos chamados a compartilhar sua felicidade, pois todos podemos ser santos.

Não creio que haja algo de ruim que as crianças vistam uma fantasia, vistam-se de vaqueiro ou de Cinderela e peçam doces de casa em casa. É uma diversão saudável. O perigo está nas fantasias que glorificam deliberadamente o mal e infundem medo, ou quando as pessoas pretendem “conseguir poderes especiais” através da magia e da bruxaria, inclusive por um simples entretenimento.

No livro do Deuteronômio, o capítulo 18, fala de não tentar consultar os espíritos dos mortos, nem os que pratiquem feitiços, bruxaria ou atividades como estas. Isto seria uma violação de um mandamento, seria colocar outras coisas antes da relação com Deus. E esse seria o perigo do Halloween. Que de alguma maneira Deus se perca em tudo isto, que a conotação religiosa se perca e, finalmente, as pessoas glorifiquem o mal.

É importante recordar que o diabo e os espíritos malignos não têm nenhuma autoridade adicional no Halloween, embora pareça que sim. O diabo atua no que as pessoas fazem, ele não faz algo por si mesmo. Talvez pela forma em que celebram esse dia, na verdade esteja convidando o mal para entrar em nossas vidas. Uma das melhores coisas que os pais podem fazer é aproveitar o Halloween como um momento de aprendizagem e para explicar às crianças “por que certas práticas não conduzem a nossa fé e identidade cristã.

O Ano-Novo dos celtas, dois mil anos atrás, era em 1º de novembro. Para esse povo que habitava o que hoje chamamos de Irlanda, Reino Unido (e também França), o dia marcava o fim do verão e o começo do inverno. Em uma época em que as estações do ano determinavam os ciclos da agricultura com muito menos espaço para intervenções humanas que hoje, e que o sucesso das colheitas definia o tamanho da despensa das pessoas, a data era crucial. Nada mais justo que fosse escolhida para encerrar um ano e começar outro. Era o fim do período solar, vivo e encalorado e o início da longa, fria e morta treva. O inverno chegara.

Na véspera desse dia de mudança, a divisão do plano dos vivos e dos mortos se misturava. À noite de 31 de outubro, desprovida de cancelas fronteiriças entre os que aqui estavam e os que já se foram, eles deram um nome, samhain. No samhain, fantasmas dominavam a terra, destruíam plantações e causavam arruaças. Em contrapartida, a presença deles facilitava o trabalho dos druidas, os sacerdotes celtas, de fazer previsões. Profecias eram um abraço quente e necessário no tenebroso inverno que começava – não muito diferente do apego contemporâneo ao horóscopo todo começo de mês. Se os druidas previram, não conseguiram evitar a invasão de um povo mais poderoso e violento que os celtas, os romanos. Em 43, o império iniciou o domínio das terras que eles batizariam de Britânia. Nos quatro séculos seguintes, os costumes romanos se misturaram aos celtas. Feralia, uma festa em que Roma celebrava a partida dos mortos, realizada em fins de outubro, naturalmente se aclimatou no Norte e deu novas cores ao samhain. Outra festividade incorporada pelos nortenhos celebrava Pomona, deusa dos pomares, cujo símbolo, uma maçã, talvez explique em parte a antiga brincadeira de pegar maçãs com a boca.

As terras dos celtas seguiram como um lugar distante do centro do poder até que o próprio Império Romano se dividiu e, no Oeste, foi pulverizado. Em 13 de maio de 609, a Igreja Católica dava as cartas, e o papa de então, Bonifácio IV, oficializou um costume que os antigos cristãos no Oriente já faziam: honrar os mártires. Para deixar claro o recado, o papa pegou um antigo templo romano, o Panteão, e o dedicou àqueles que morreram por Jesus. O templo de todos os deuses romanos passou a ser o templo de todos os mártires. Mais tarde, outro papa, Gregório III, expandiu a festividade a todos os santos e mudou a data para 1º de novembro. Em 1000, a Igreja criou mais uma data nessa sequência de festas, e aí o 2 de novembro virou o dia para honrar todos os mortos. A escolha foi estratégica. A ideia é que a nova festividade substituísse o samhain nas ilhas celtas, onde a palavra de Jesus começava a se firmar. Assim, as paradas, fogueiras e fantasias de santos e demônios do samhain acabariam incorporadas por uma celebração semelhante e, mais importante, sancionada por Roma. Agora, a Igreja tinha um dia para todos os santos e outro para todas as almas, que no Brasil chamamos Dia de Finados. Ambos pegaram, mas o 2 de novembro não eliminou o 31 de outubro, apenas o fez mudar de nome e se adaptar. O Dia de Todos os Santos era chamado, em inglês, de “All-hallows”. A noite da véspera era, portanto, “All-hallows Eve”. O termo mudou com o tempo e acabou virando “Halloween”.

Na segunda metade do século 19, os Estados Unidos, que haviam sido colonizados por cristãos daquelas antigas terras celtas, receberam uma nova leva de imigrantes, especialmente da Irlanda, que sofria, na época, um bocado com uma crise de fome. Os irlandeses levaram na bagagem o ancestral costume do Halloween.

Ao longo das décadas seguintes, a festa ganhou novos contornos. O gesto de pedir comida ou dinheiro no dia de todas as almas na Inglaterra, em troca de orações para os mortos da família, deu origem ao “gostosuras ou travessuras”. Ao mesmo tempo, o senso de comunidade tirou espaço do medo real de fantasmas. Na virada para o século 20, o Halloween já tinha perdido boa parte do caráter supersticioso. As máscaras e fantasias, que serviam para enganar os espíritos, viraram apenas uma brincadeira para enganar, no máximo, um vizinho desatento. Deixar comida na porta de casa, que servia para afastar os fantasmas do lar, tornou-se uma forma de interação com a comunidade. Isso nos Estados Unidos. Outros povos comemoram as festividades à sua maneira.

No México, o dia dos mortos, tradição anterior à colonização espanhola, ganhou elementos cristãos e segue ainda hoje firme como uma das festas mais famosas do mundo. Austríacos decoram túmulos de entes queridos com lanternas. Filipinos cantam de casa em casa pelas almas do purgatório. Chineses queimam pequenos botes de papel. Brasileiros levam flores ao cemitério, aproveitam o feriadão para pegar trânsito na estrada e, mais recentemente, incorporaram o Halloween americano – algo que não é exclusivo. Até a França, tão protetora da cultura local, começou a adotar a festa da abóbora decorada nos anos 90.

Já a origem do símbolo da abóbora está ligada à lenda de Jack O’Lantern. Existe uma antiga lenda irlandesa, em que se conta de um homem chamado Jack que tinha sido tão mau em vida que supostamente não podia nem entrar no inferno por ter enganado muitas vezes o demônio. Assim, teve que permanecer na terra vagando pelos caminhos com uma lanterna, feita de um vegetal vazio com um carvão aceso. 

As pessoas supersticiosas, para afugentar Jack, colocavam uma lanterna similar na janela ou à frente de sua casa. Mais adiante, quando isto se popularizou, o vegetal para fazer a lanterna passou a ser uma cabaça com buracos em forma do rosto de uma caveira ou bruxa. 

Jack, um alcoólatra grosseiro, em um dia 31 de outubro bebeu excessivamente e o diabo veio levar sua alma. Desesperado, Jack implora por mais um copo de bebida e o diabo concede. Jack estava sem dinheiro para o último trago e pede ao Diabo que se transformasse em uma moeda. O Diabo concorda. Mal vê a moeda sobre a mesa, Jack guarda-a na carteira, que tem um fecho em forma de cruz. Desesperado, o Diabo implora para sair e Jack propõe um trato: libertá-lo em troca de ficar na Terra por mais um ano inteiro. Sem opção, o Diabo concorda. Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem a esposa e os filhos, vai à igreja e faz até caridade. Mas a mudança não dura muito tempo, não. No próximo ano, na noite de 31 de outubro, Jack está indo para casa quando o Diabo aparece. Jack, esperto como sempre, convence o diabo a pegar uma maçã de uma árvore. O diabo aceita e quando sobe no primeiro galho, Jack pega um canivete em seu bolso e desenha uma cruz no tronco. O diabo promete partir por mais dez anos. Sem aceitar a proposta, Jack ordena que o diabo nunca mais o aborreça. O diabo aceita e Jack o liberta da árvore. Para seu azar, um ano mais tarde, Jack morre, e em seguida tenta entrar no céu, mas sua entrada é negada. Sem alternativa, vai para o inferno. Chegando lá, encontra o diabo, o qual ainda desconfiado e se sentindo humilhado, também não permite sua entrada, e como castigo, o diabo joga uma brasa para que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo. Jack põe a brasa dentro de um nabo para que dure mais tempo e sai perambulando. Devido a esse acontecimento, sua alma penada passa a ser conhecida como Jack da Lanterna.

Os nabos na Irlanda eram usados como "lanternas do Jack" originalmente, mas quando os imigrantes vieram para a América, eles descobriram que as abóboras eram muito mais abundantes que nabos. Então começaram a utilizar abóboras iluminadas com uma brasa por dentro ao invés de nabos. Por isso a tradição de se fazer caricaturas em abóboras e iluminá-las por dentro com uma vela na época de Halloween.

Halloween, Dia de Todos os Santos e Dia de Finados são a evolução de eventos realizados por diversos povos, que aproveitavam a mudança de estação para lembrar a brevidade da vida e honrar os mortos. Por mais que a origem tenha se desvanecido na história, nós não somos tão diferentes quanto os celtas que faziam festa quando o calor dava lugar ao frio. Até começo de horário de verão é uma boa desculpa do calendário para beber.

O saci-pererê retratado por Monteiro Lobato em 1917 era chifrudo e tinha dentes pontudos para sugar o sangue de cavalos. Lendas mais antigas do curupira falam que ele não tinha ânus. A mula-sem-cabeça original tinha cascos afiados. Os três assassinavam quem cruzasse seu caminho. A cuca era uma velha horripilante que capturava crianças, nada daquela bruxa-jacaré trapalhona do Sítio do Pica-pau Amarelo. O negrinho do pastoreio era um pobre escravo, amarrado ensanguentado em um formigueiro. Um folclore rico, sanguinário e mais carismático do que imaginamos. O Dia do Saci nasceu na década passada como uma resposta à crescente popularização do Halloween no Brasil. Mas o Halloween, diferentemente do que muito se propaga, não é uma festa unicamente americana e pagã. É uma mistureba com elementos dos antigos celtas, de romanos, de irlandeses e ingleses da Idade Média e dos primeiros séculos de tradição cristã.

Se o Halloween é o resultado de 2 mil anos de adaptações e evoluções, está mais que na hora de o saci maluco invadir a festa do vampiro importado. O Halloween marcava a mudança de estações. 

E nisso um Halloween brasileiro levaria vantagem. Não é o inverno gélido e decrépito que bate à porta. É o verão.

O Halloween é, sem dúvidas, uma cerimônia de menor relevância na cultura brasileira. No entanto, a pergunta de muitos permanece: um cristão deveria participar de uma festa de Halloween? Creio que alguns princípios podem nos orientar a fim de respondermos essa pergunta:

Em primeiro lugar, antes de participarmos de qualquer celebração cultural, é imperativo que investiguemos suas origens e desenvolvimento histórico. Conhecer a história do Halloween, Natal, Festas Juninas, entre outras, nos ajudará a formar uma opinião mais sólida e sem preconceitos sobre tais temas;

Em segundo lugar, não podemos negar que a antiga festa cristã que celebrava a vida dos mártires, “All Hallows Eve”, nada tem a ver com o atual Halloween, caricaturado por bruxas, caveiras e feiticeiros. Mesmo assim, seria ir longe demais considerar pecado colocar uma fantasia, acender abóboras ou pedir doces de casa em casa — com exceção das travessuras. Errado seria fazer isso sem conhecer o que há por trás destas coisas ou mesmo participar de algum tipo de cerimônia ocultista.

Em terceiro lugar, parece que a maioria das pessoas participa da festa porque, como acontece na festa junina, é mais um evento cultural do que religioso. No Halloween a maior parte das pessoas, especialmente as crianças, só querem doces por causa dos doces e as famílias decoram a casa mais por uma questão cultural que religiosa.

Em quarto lugar, como cristãos, o Halloween é uma boa oportunidade para as igrejas ensinarem o que realmente compreendemos sobre a vida após a morte, isto é, que as almas dos mortos não podem retornar para o nosso mundo e apenas Cristo nos dá o poder de vencer a morte. Nesta perspectiva, qualquer festa cultural pode ser usada como ponte para ser proclamada a verdade do Evangelho, ainda mais para aqueles que tiveram uma origem distintamente cristã.

Em quinto lugar, como cristãos protestantes, ao invés de investirmos nosso esforço para redimir uma festa que já se tornou um folclore bem confuso, poderíamos canalizar nossa energia em celebrar a Reforma protestante, no mesmo dia 31 de outubro, pois nesta data vemos como a leitura da Palavra trouxe vida para um mundo escuro e cheio de confusão.

Que todos sejam sal na terra (Mt 5, 13-14), e que este sal tenha a virtude de não deixar a identidade cristã desnaturar-se mesmo num ambiente duramente secularizado. Este é o caminho, ser luz pela ação do Espírito Santo no mundo, assim como também exorta Paulo: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito” (Rm 12,2). 

Trata-se de uma moda que, no entanto, tem sérias implicações não apenas no âmbito consumístico. A grande maioria dos jovens, que organizam festas a fantasia nessa ocasião, são vítimas inconscientes tanto da moda quanto daqueles que, a todo custo, devem vender produtos comerciais manipulando realidades espirituais. Vejo que o fenômeno é tão irracional que se torna a real cifra da sociedade contemporânea: quem não acredita na verdade termina por acreditar em alguma coisa, até mesmo nas abóboras! Estou ciente, no entanto, que em alguns casos estes tipos de manifestações tenham origens ocultistas e até mesmo satânicas e, portanto, alimentá-las e não as corrigir pode transformar-nos em inconscientes alimentadores daquela “fumaça de satanás”, que já intoxica muito o mundo. Todos devemos ter cuidado para não respirar fumaças tóxicas; as vezes isso acontece quase inadvertidamente. Lembremos que uma abóbora, ainda que abençoada, sempre será uma abóbora. Aquelas do dia das Bruxas nem sequer são abençoadas!

Que resplandeça a santidade e não as abóboras ocas próprias do Halloween. Na noite de 31 de outubro, recordemos o senhorio de Deus em seus santos, o triunfo da luz sobre a escuridão. Que nesta noite não haja espaço para a escuridão.


Fontes:

Revista Super Interessante - Felipe Van Deursen;
https://pt.zenit.org/
http://ultimato.com.br/

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Adeus drogas, há Deus!

“Mas, na verdade, como vive o Senhor, e como vive a tua alma, há apenas um passo entre mim e a morte” (I Sm. 20,3). 

Da amizade entre David e Jonatas, aprendi uma lição: entre o homem e a morte, há apenas um passo. Meu Deus! 

Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido. Passa tão ligeiro. É então que o homem deve ordenar sua vida, porque seus dias são como a sombra que declina, e como a erva que vai secando. Não sabemos o que acontecerá amanhã. Porque, que é a nossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece. Depois, segue-se o juízo. 

O relógio marcava depois da meia-noite. Mais precisamente, à uma hora da madrugada. Estava longe de Deus, de todos e de mim mesmo. Na companhia de um bando de maltrapilhos que também não queria nada com a vida abundante, resolvi ir para um lugar bem afastado da correria urbana. Retiramo-nos para o cemitério da cidade. 

Lá, longe de todos e de tudo, poderíamos dar vasão a qualquer coisa que alimentasse a nossa carne. A senhora droga. Talvez uns dez rapazes, mal-educados, inescrupulosos, consentindo dar lugar ao pecado, sem nenhuma vergonha. 

Ali eu me droguei por não me encontrar no mundo em que vivia. Não suportava a dura realidade. Vivia em um abismo, e a droga foi o caminho da fuga. Na verdade, o caminho do abismo maior. 

O muro era muito alto; entretanto, um ajudava o outro, para que apoiássemos os pés em suas mãos e alcançássemos a altura necessária para pular. Diabos! Que altura! Dali de cima, só visualizava sepulturas, covas abertas, mausoléus em meio à escuridão. Vasos quebrados caídos ao chão, flores tristes, mortas... 

Seria preciso muita coragem para pular! Mas que! O outro lado era baixo, muito baixo. Sorte a nossa. Um a um, pulamos, rapidamente, antes que qualquer transeunte nos visse. Ao longe, chegamos a avistar a barca... Muito longe. (Naquele tempo, chamávamos a Radio Patrulha por esse nome). 

Chegamos. Lua cheia.

Acendemos nossos cigarros feitos de tabaco e de maconha. Tragamos, aspiramos, fumamos. 

Fizemos a cabeça. Atordoados, numa loucura total, perdemos a noção do tempo e do espaço. Fizemos algazarra ali dentro, chutando e derrubando os vasos floridos que estavam em cima das sepulturas pintadas a cal. Tudo quebrado. Vamos quebrar tudo, era a ordem! 

Pessoalmente, assentei-me junto a uma lápide e continuei a fumar mais e mais... Até que resolvi deitar meu corpo sobre aquela sepultura tétrica e fria. Deitado sobre a sepultura cruzei as pernas e comecei a tragar aquela droga todinha. Quê! Sim, que coragem! Que baixaria! Que loucura! Que depravação! 

Depois de certo tempo, após tudo confuso, bagunçado, quebrado, desarranjado e destruído, resolvemos sair daquele local, para “curtir” mais perto do centro. Acabou-se. Fim. 

Passaram-se dias, meses, anos. Deixei as más companhias, deixei as drogas, deixei o pecado, deixei a vida tresmalhada. Cri em Jesus. Pus-me a seguir o Mestre. Senti o amor de Deus. Conheci o seu amor por mim. Tão misericordioso, que não me tratou segundo meus pecados. Ele me esperou, me aguardou, foi paciente para ver minha conversão. Ele é bom! Verdadeiramente, Deus é bom. Hoje, com toda certeza, vejo seu grande amor em minha vida! 

O Diabo, aquele que veio para matar, roubar e destruir levou-me, com a permissão divina, até a sepultura, apenas a um passo da morte. Não mais que isso. Poderia ter me conduzido a um passo abaixo daquela sepultura, mas não era esse, o plano de Deus, que disse: Tu o conduzirás até em cima da sepultura; não passarás, além disso. E, como aos homens está ordenado morrer uma vez, vindo, depois disso, o juízo. O Senhor conservou-me a vida. Verdadeiramente, Deus é bom. 

Há apenas um passo, entre mim e a morte. Basta apenas um passo para a vida eterna. Jesus é o passo que me liga a essa vida. 

Posso dizer com toda certeza que Jesus é o único salvador de nossa vida. Estava no fundo do poço, dependente de cigarros, escravo do álcool, das drogas, com depressão e profundamente amargurado. Mas minha vida foi mudada, pois tive uma experiência com Deus, e minha vida se transformou. Para quem não conhece Deus como eu O conheci, busque, pois Jesus é o único que pode nos ajudar independentemente de qualquer situação. Ele é misericordioso. 

Quando você for ao encontro Dele, vá com o coração aberto para que Ele possa fazer a restauração, como Ele fez na minha vida. 

Quando fui ao Seu encontro contava com 38 anos de idade e, para a honra e glória do Senhor, não só recuperei os meus anos perdidos, mas também recebi qualidade de vida, vida abundante. Hoje posso dizer que sou transformado e realizado diante de Deus, e com toda certeza que Jesus é a único Caminho, sabendo que neste mundo não há nada que possa nos dar valor e dignidade. 

A libertação através da fé em Jesus é uma realidade que contabiliza resgates definitivos do mundo das trevas para o Reino da Luz. Jesus libertou um endemoninhado na cidade de Gadara que andava como louco pelos montes, e cemitérios, se alimentando das bolotas que os porcos comiam. Era um homem que as pessoas olhavam e desprezavam, que julgavam sem futuro, sem retorno à vida social. Contudo, Jesus olhou para ele de uma maneira especial e o transformou! 

Jesus nunca mudou, continua o mesmo e recebe a todos os que o buscam em Espírito e em Verdade. Saiba você que está passando, ou tem um ente familiar nesta situação que Deus, através da pessoa bendita de Seu Filho Jesus, pode mudar a trajetória da sua vida. Ele não é apenas uma porta, Ele é a Porta certa (Jo.10,9). Por vezes, é como se o barco da nossa vida fosse naufragar, num momento em que já não conseguimos mais remar. 

Mas Jesus Cristo ressuscitou e ainda opera milagres, deixe que Ele conduza o barco da sua vida! 

O primeiro homem foi criado à imagem de Deus. Se ele tivesse se submetido à vontade de Deus, ele teria sido imortal. Ele passaria pelos anos da sua interminável existência de força em força, sem deterioração ou decadência. A passagem do tempo o teria levado a maiores níveis de maturidade, gozo, e alegria. Sua existência teria abundado com propósitos e glória. 

Com o advento do pecado, tudo foi perdido, e a existência dos homens tornou-se tragicamente distorcida e deformada acima do reconhecimento. O homem se tornou um mortal de breve duração, cansaços, e futilidades. Ele agora vive a sua vida até que toda a sua vitalidade é esgotada, todos os seus propósitos são demolidos, e o corpo, finalmente, volta ao pó do qual veio. Não é sem razão que o pregador grita: 

“Vaidade de vaidades! Tudo é a vaidade” (Ecl. 1,2). Como um ser humano, você deve constantemente lutar contra a tentação de esquecer-se da brevidade da vida e da vaidade, até da vida mais longa, vivida fora da vontade de Deus. Você deve aprender das Sagradas Escrituras que a sua vida é menos que um vapor. 

Você deve ficar convencido desta verdade, e, então, você deve estabelecê-la diante de você como um lembrete constante. Você é mortal e os seus dias são enumerados! 

“Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.” (Sl 103, 15, 16). 

“Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.” (Tg. 4, 14) 

Você sabe que a Bíblia é verdadeira. Você sabe que a morte é uma certeza. Cada lápide e elegia testemunha a realidade inescapável que você vai morrer. E mesmo assim, como é que você tão rapidamente se esquece e se entrega às vaidades passageiras desta vida? É porque você é rodeado por uma cultura que faz tudo ao seu alcance para evitar algum pensamento sobre o fim de vida. É porque o deus deste século trabalha com toda a sua astúcia para mantê-lo entretido e distraído. É porque, embora você tenha sido remido, você ainda vive em um corpo de carne, decaído, que corre para tudo que é carnal e temporal. Conhecendo essas coisas, você faria bem em memorizar e orar muito a oração de Davi, Sl. 39,4: “Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.” 

Só em Cristo a sepultura é consumida pela vitória, e a futilidade temporal, substituída pelo propósito eterno e glorioso de Deus. Drogas! Um passo para morte! Jesus! Um passo para vida!

Maurício de Souza Lino

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pensamentos de Alguns Filósofos Concernentes à Religião.

Pensamentos de alguns filósofos concernentes à Religião. 


A comparação da religião com o ópio já aparece, por exemplo, em escritos de Immanuel Kant, Johann Herder, Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Moses Hess e Heinrich Heine

Heinrich Heine, em 1840, no seu ensaio sobre Ludwig Börne escreveu: 
"Bendita seja a religião, que derrama no amargo cálice da humanidade sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual, algumas gotas de amor, fé e esperança."

Moses Hess, num ensaio publicado na Suíça em 1843, também utilizou a mesma ideia: 
A religião pode fazer suportável [...] a infeliz consciência de servidão... de igual forma o ópio é de boa ajuda em angustiantes doenças.

Além de Heine e Hess, uma ideia similar aparece em Histoire de Juliette, ou les Prospérités du vice, obra do marquês de Sade, de 1797:
"É ópio que você faz seu povo tomar, para que, anestesiado por esse sonífero, ele não sinta as feridas que você lhe rasga." 

Novalis, outro poeta alemão, também teria usado uma comparação semelhante em Blüthenstaub (Grãos de pólen), seu primeiro trabalho publicado na revista Athenäum, em 1798:
"Sua suposta religião age simplesmente como um ópio: excitante, estonteante, acalmando os sofrimentos dos fracos."


Karl Marx nasceu em 5 de maio de 1818 e falece em 1883. Para Marx, a religião é uma consciência errônea do mundo. Ela age como sedativo: “a religião é o ópio do povo”. A religião hipnotiza os homens com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta. Ela faz a conservação no campo econômico favorecendo a classe dominante que com suas pregações oferecem saída às dores desse mundo violentando os bolsos dos fies. O religioso suspira por uma felicidade ilusória presente para esquecer sua desgraça presente.

Vejamos alguns conceitos:

Superestrutura – “conjunto das construções situadas acima de qualquer coisa. A superestrutura justifica a infraestrutura”. Esta é a maneira de dominação religiosa.
Infraestrutura – “parte inferior, geralmente invisível de qualquer construção ou estrutura. Aquilo que garante a existência de determinado grupo, instituição, base”.

Marx afirma que a religião é apenas o reflexo fantástico, na cabeça dos homens. Segundo Marx, o Deus da religião nada mais é que uma consolação interesseira. A classe dominante oferece o consolo e os dominados, iludidos, enganados que se encontram na categorias dos fiéis drogados, consequentemente anestesiados não percebem a função da ideologia religiosa.

Friederich Nietzsche 

Nietzsche, nascido em 15 de outubro de 1844, viveu por algum tempo de sua vida numa lar luterano. Desejou, assim, como Feuerbach ser pastor luterano. Durante anos de estudo se apaixonou pelo helenismo. Estudou filologia clássica. Foi também teólogo e filósofo. Teve contato com as obras de Schopenhauer, decidindo pelo ateísmo, separando-se de todos os ensinamentos teológicos e bíblicos recebidos. Morreu em 25 de agosto de 1900 com pneumonia.

O homem

Para Nietzsche, o homem é um ser de enfermidades porque se desviou de seus instintos para se submeter às imposições arbitrárias impostas pela moral religiosa. As regras da religião faz do homem uma patologia ambulante devido as repressões a ele impostas.
A crítica que Nietzsche faz da religião é um vínculo de sua concepção de vida e de religião. A vida para Nietzsche é um valor supremo. Mas a religião é destruidora da vida. Ele afirma que “foi da inquietação humana e das necessidades que a religião surgiu. Foi através dos erros da razão que a religião se insinuou na existência”.

Deus está morto

Para Nietszche, a religião é a destruição de tudo quanto há de nobre, de alegre, na vida humana. Por isso é inimiga mortal da humanidade, numa profunda corrupção do homem. Afirma também que a religião é um crime contra a humanidade do homem, transformando-o em covarde e escravo. Sendo assim, a morte do “Deus” da religião significará a liberdade do homem. A morte desse “Deus” religioso é a única condição de manter o homem emancipado.
A morte do “Deus” da massa religiosa é o fim da moral que enfermiça o homem, sendo o “Deus” da religião apenas um conceito que nada corresponde. Deve-se então destruir os antigos valores para que nasça um novo. A deficiência principal dos antigos valores está em sua metafísica em sobrepor o sentido e à realidade da vida. A aceitação de novos valores devem se voltar para a vida permitindo ao homem ser homem significando a sua existência com o “Deus” morto. Não existindo Deus, os instintos da vida podem desenvolver-se porque nada os reprime. A felicidade do homem está em seguir seus próprios instintos. O importante agora é uma nova ética para a libertação definitiva do homem e da sua alienação religiosa.

A moral


No seu livro A genealogia da moral Nietszche faz várias afirmações contra a moral racionalista as quais se destaca que esta se ergueu com finalidade repressora, impedindo o exercício da verdade. A moral racionalista continua ele, transformou tudo o que é natural e espontâneo nos seres humanos em vício, falta, culpa e impôs a eles, com os nomes de virtude, tudo o que oprime a natureza humana. Nietszche afirma que a moral racionalista foi inventada pelos fracos para controlar e dominar os fortes, cujos desejos, paixões e vontade afirmam e dá sentido à vida. E que a moral dos fracos é produto do ressentimento, que odeia e tem a vida, envenenada com a culpa e o pecado. No seu desabafo, Nietszche, veemente imperativa seu pensamento declarando que a sociedade governada por fracos hipócritas, impõe aos fortes modelos éticos que os enfraquecem e os tornem prisioneiros dóceis da hipocrisia da moral vigente. Ele então classifica essa moral dos fracos que teme o corpo, o desejo e as paixões de moral dos escravos, pois tal moral renuncia à verdadeira liberdade ética. Entre algumas, ele classifica a moral de posicionamento religioso judaico-cristã, como a dos débeis e enfermos. (Reflexões Epistemológicas).

domingo, 7 de outubro de 2018

A Ceia dos Abutres


"Então vi um anjo posto em pé no Sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, assim pequenos como grandes." Ap. 19,17-18.

Logo após relatar a visão sobre a Ceia das Bodas do Cordeiro, João anotou uma outra revelação que Deus lhe mostrou. Nessa nova revelação, João foi levado, em espírito, a contemplar um ambiente escuro, tétrico, fétido, onde estaria acontecendo uma outra ceia. Ele contemplou a visão, e relatou o que viu: 

O significado da ceia: 

1. A facilidade com que se alcançou a vitória. Não será uma luta difícil para Cristo. Será uma ceia, ou como podem dizer alguns, "uma barbada". Nessa ocasião, a destruição dos inimigos de Deus na terra será tão grande, que será preciso um excessivo número de aves para limpar o campo da batalha. É chamada a “ceia do grande Deus”, porque Deus a ordenará para as aves de rapina.  

2. A palavra ceia, indica, que haverá um último esforço, a última grande oposição, assim como a ceia (ou jantar) é a última refeição do dia. Esta sinistra ceia tem a ver com a batalha de Armagedom. Trata-se da cena de julgamento da terrível crueldade e impiedade deste mundo.  

A terceira ceia, uma festa de morte: Os que procuraram assassinar a verdade, indivíduos de todos os povos, representando todas as classes, jazem ali, mortos pela Palavra a qual rejeitaram.  

Enquanto Cristo volta para o Céu com os remidos, as aves do céu devoram os corpos dos que foram mortos. Esta ceia é uma festa da morte. O anjo convida as vorazes aves de rapina para participar dessa ceia dos mortos. Reis, capitães, homens poderosos, cavalos e seus cavaleiros, livres e cativos, pequenos e grandes ali jazem no silêncio da morte. Os seus corpos são presas das aves do céu. Eles foram mortos pela espada. Cristo fala e, de imediato, o juízo cai sobre as hostes opositoras ali reunidas. Os que foram mortos levantam-se outra vez, depois de terminados os mil anos.  

Lemos cinco vezes que a carne é alimento para as aves do céu. Essas aves estão se alimentando daqueles que ousaram lutar e conspirar contra o Senhor, mas as suas táticas e armas se mostraram ineficientes.  

A Batalha do Armagedom se transforma numa carnificina, ou numa grande ceia para as aves de rapina. Que fim humilhante para o orgulho, a pompa, o poder e a nobreza dos seres humanos!  Os corvos, as águias e outras aves de rapina alimentando-se com a carne dos grandes e poderosos, cujos nomes podem estar gravados nas páginas da história.  

"E todas as aves se fartaram das suas carnes" (Ap. 19,21). Elas comem até se fartarem. 

O convite do anjo desta vez não é feito aos homens, porque já terão sido destruídos pelo resplendor da presença de Cristo. Mas será feito a todas as aves do céu.  

As carcaças dos inimigos de Deus serão alimento para todas as aves do céu. Isso está de acordo com uma tradição judaica, Synopsis Sohar, p. 114, n. 25:  

"No tempo em que Deus executar vingança pelo povo de Israel, ele deve alimentar todos os animais da terra por doze meses com sua carne e todas as aves por sete anos."  

É bem sabido que tanto os animais quanto as aves de rapina estão acostumados a frequentes campos de batalha, e vivem dos mortos. 

O profeta Jeremias escreveu:  

“Serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até a outra” (Jr. 25,33).  

Enquanto no céu se realiza a “ceia das Bodas do Cordeiro”, na Terra, tomará lugar o banquete das aves do Céu.  

Aqueles que aceitaram o convite de Deus participarão da ceia juntamente com o Salvador, enquanto os que rejeitaram o mesmo convite proporcionarão, com seus próprios corpos, uma ceia às aves de rapina.  

Desse modo, os que buscaram assassinar a Palavra de Deus serão mortos por ela. Enquanto Cristo volta para o Céu levando consigo os remidos, as aves do céu devoram os corpos dos que foram mortos. Eles foram mortos pela espada aguda.  

Somente reviverão após mil anos, quando receberão os efeitos da eterna destruição. Que fim humilhante para o orgulho, a pompa, o poder e a nobreza daqueles que decidiram desafiar o governo do Céu!  

“E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus”. 

Esta ceia é completamente diferente da “Ceia das Bodas do Cordeiro”.  

Naquela ceia o povo de Deus regozijava-se, tinha comunhão e festejava. Na ceia mencionada neste versículo todas as aves do ar que são carnívoros ou comedores de carniça, os corvos, as aves de rapina, as águias, as corujas, os falcões, os condores, açor, urubu, etc. virão para esta grande ceia. 

Uma estranha ceia! Uma ceia no escuro. Tudo negro, pois o Sol não mais estará brilhando sobre a Terra (Jer. 4,23-26). A ceia do abismo. A ceia dos perdidos.  

Somente aqueles que rejeitaram o convite para participarem com Deus da Ceia da Graça, e que não puderam participar da Ceia das Bodas do Cordeiro, em glória, estarão envolvidos na Ceia das Trevas. 

Porém, é necessário atentar para um detalhe: Na Ceia das Bodas do Cordeiro, os amigos do Noivo são comensais, deliciam-se com os finos e preciosos manjares do céu. Enquanto que na Ceia dos Animais, os desobedientes serão o alimento. Serão comidos pelos animais de rapina. Servirão de repasto a todas as aves de rapina, as quais, convidadas por Deus, fartar-se-ão naquele alimento imundo.  

Triste sorte desses homens e mulheres que, feitos à imagem de Deus, para a glória de Deus, rejeitaram viver em glória, preferindo a escuridão do pecado e da morte.  

Foi um ato voluntário. Jesus bateu à porta de sua vida, pedindo entrada, mas foi impedido de entrar. Sua presença, na ocasião, foi tida como indesejada. Deixaram-no de fora da vida, preferindo continuar na companhia de Satanás. Agora, quando tudo está selado e definido; quando o quem é quem do destino já confirmou as opções que cada um fez quando em vida terrena, nada mais pode ser mudado. Quem escolheu ser amigo de Jesus Cristo, e Lhe abriu a porta da alma, está vivendo na "Casa do Pai", na companhia do Cordeiro de Deus, dos anjos e de todos os seus conservos: 

"Os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus". Ap. 14:12.  

Quem rejeitou o amor divino, o qual, gratuitamente, ofereceu a salvação, agora está morto, estendido sobre a face de toda a Terra, como coisa fétida, esterco e comida para as aves de rapina. Alimento apodrecido para a Ceia dos Animais. O profeta Jeremias recebeu uma visão de Deus sobre esse acontecimento, a qual ele escreveu em seu livro:  

"Os que o Senhor entregar à morte naquele dia, se estenderão de uma à outra extremidade da Terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; serão como esterco sobre a face da Terra". Jer. 25,33. 

Os versos finais do capítulo 19 trazem à cena outra ceia. Não é uma festa nupcial de alegria e vitória como a que se celebra quando os justos entram à presença do Pai, mas é a trágica ceia das aves de rapina que vêm alimentar-se da carne dos ímpios, esses que, havendo rejeitado o convite para a Ceia das Bodas do Cordeiro, são destruídos pelo resplendor da presença de nosso Senhor. Os dias em que vivemos são dias de preparação. Enquanto o povo de Deus está se preparando para encontrar o seu Senhor em paz, as nações da Terra preparamse para a guerra e o derramamento de sangue.  

Aqui está o chamado que sai para as nações:  

"Santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra." (Joel 3:9).  

O slogan de nossos dias parece ser: Fale de paz, mas prepare-se para a guerra. Certamente a seara está pronta para a ceifa. O convite do anjo referido não será feito aos homens, porque todos terão perecido à aparição de Cristo-Rei.  

Mas será feito à todas as aves do céu – Vinde, ajuntai-vos à Ceia do grande Deus. Que hão de comer as aves na “Ceia do grande Deus”? A carne de todos os inimigos de Deus. Um dos profetas declara que “Serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra” (Jer. 25,33).  

Ezequiel, o profeta, fazendo também referência à ceia das aves, não deixa dúvidas de que ela será depois da intervenção de Cristo no Armagedon (Ez. 39,17-20).  

Reúna-se para a grande ceia de Deus – quanto a uma grande festa, que a vingança de Deus em breve fornecerá - uma expressão fortemente figurativa, denotando a vastidão da matança que se segue. Extraordinário contraste: enquanto no céu se realiza a “Ceia das Bodas do Cordeiro”, na terra tomará lugar a “Ceia do grande Deus” para as aves do céu.   

Falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus. Antes de continuar a leitura aqui, devemos ver um trecho semelhante em Ez. 39,17-20. Ezequiel profetizou sobre a restauração do reino espiritual do Senhor (caps. 36 e 37) e sobre a tentativa das nações, sob a liderança de Gogue de Magogue, de derrubá-lo (cap. 38).  

O capítulo 39 mostra a grande vitória do Senhor sobre as nações ímpias que se juntaram contra os remidos, e inclui esta figura da ceia das aves e animais que se satisfazem com a carne dos cadáveres. Agora, numa cena paralela, o anjo chama as aves do céu para a grande ceia. A carne está quase pronta! 

Aqueles que aceitaram o convite de Deus, banquetear-se-ão conjuntamente com o Salvador com os frutos da Cidade Santa, enquanto os que rejeitaram o amoroso convite da salvação, proporcionarão com seus próprios corpos, uma ceia às aves de rapina. 

Querido amigo e irmão em Cristo, você hoje está sendo convidado à salvação. Tudo já foi feito. Jesus Cristo já realizou sua salvação. Ela já é uma realidade. Agora Jesus Cristo vem a sua casa (sua mente, seu coração, sua vida) e pede entrada.  

Ele não se conforma em trazer a salvação ao mundo, de maneira geral, como fato histórico. Vem até você, pessoalmente, e quer trazer essa salvação eterna à sua vida íntima. Quer que você reconheça que o "Reino de Deus" está dentro de você, pois você não foi criado para as trevas, mas para a luz. Você foi criado "à imagem de Deus". Seu lugar é no Reino da Glória, não no reino das trevas.  

Abra, pois, sua vida para Jesus. Não o deixe passar adiante, para salvar outros, e você ficar de fora do Reino. Escancare as portas da alma para Cristo, e deixe-O ficar aí. Isto será gozo e alegria para o seu coração. E para o coração de Jesus. 

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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Desperta, Débora!


Desperta Débora! Este é um chamado para nossa geração. Um chamado que ecoa em nossos corações. Um chamado de despertamento para as mulheres, e as mães deste século. Esse texto se faz tão real, e necessário quanto nos dias da proeminente juíza de Israel, Débora. Pois, vivemos dias ruins, maus, turbulentos, assustadores. A família tem sido alvejada constantemente, e vemos aos nossos olhos lares que se desbaratam, mães que abandonam suas casas, pais que nunca viram seus filhos, filhos que não suportam olhar para os pais. Família que experimentam o amargo sabor do abandono, e da traição, adultérios da alma! Longes da realidade de um lar.

São de fato, dias maus. A pós-modernidade debate o conceito primaz da família, para ter uma família, dizem, não são necessários um homem e uma mulher, basta ter “amor”. E em busca de uma falsa liberdade, e uma vã ilusão, a família tem enfrentado um forte combate.

São tempos de guerra, não de paz. Tempos de luta, não de descanso. Dias de batalha. Vivemos cercados por diversos perigos: drogas, imoralidade sexual, violência, corrupção, mortes, entretenimento que fecham nossos olhos. E diante deste cenário, muitas famílias têm sucumbido.

Por este motivo, o clamor por um despertamento de homens e mulheres, que se preparem para tal batalha é ainda hoje vivo em nossos corações. Ainda hoje podemos ouvir o grito de desespero dos filhos de Israel: Mulheres, despertem, levantem-se para a batalha! Pais ergam-se, filhos não se prostrem, jovens apronta-te para a peleja. Débora Desperta! Abra os olhos para a realidade! Desperta!

Contexto Histórico-Social (Jz 4;5). Débora representa este alto padrão, de uma mulher que não se curvou e não se prostrou diante de um tempo difícil. O contexto social de seu povo, não distava tanto do nosso. A bíblia diz que, no tempo dos Juízes, não havia um rei humano sobre Israel, e as pessoas faziam o que bem entendiam.  (Jz 17:6; 21:25). As pessoas agiam conforme seu bel prazer, fazendo o que era mau diante do Senhor.

Semelhanças com nosso tempo:

1.    Eram tempos de apostasia. (Jz 5:8) A Bíblia diz que aquele povo escolheu deuses novos para si. Desprezaram o Senhor, o único Deus. Rejeitaram seus preceitos. Hoje, nossa sociedade busca entretenimento e jamais se satisfazem, pois são fontes sem vida (sexo, dinheiro, religião, falsos amores, falsas riquezas).

2.    Eram tempos de guerra. (Jz 5:8). A guerra estava às portas”. Neste contexto a guerra era literal, o exército inimigo (cananeus) era preparado, e tinha “novecentos carros de ferro (Jz 4:1). Isto significava dizer que, o exército do inimigo era praticamente invencível. Israel tinha apenas uma infantaria, faltava-lhes cavalos, e carros de combate. 
Em nossos dias a guerra é espiritual, (Ef 6.11,12 “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. Este termo “ciladas” é um termo grego que se refere a “estratégias articuladas”, métodos, planos engenhosos”. O inimigo não brinca, ele está em guerra.

3.    Eram tempos de apatia, indiferença. (Jz 5:8“Não se via escudo nem lança entre quarenta mil em Israel”.  Não obstante a guerra que estava armada, ninguém se posicionava. Ninguém se prontificava, ninguém se lançava a combater.
A Bíblia II Tm 3:1 diz que os últimos dias seriam dias difíceis, em que os homens seriam “amantes de si mesmo. Estes são os nossos dias, as pessoas se idolatram e não querem lutar uns pelos outros, não se prontificam não se comprometem.

4.    Eram tempos de pecado. (Jz 4:1“Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau perante os olhos do Senhor”. (Jz 5:6“desvios tortuosos Nossa sociedade também não está diferente. Deus abomina o pecado (Rm 3:23), Deus abomina a corrupção, a violência dos nossos dias, o adultério, o assassinato, Deus não suporta o pecado de nossa geração idólatra, mística e imoral. Nossa sociedade não entra pelo caminho, que é Cristo, e tem andado por atalhos e desvios tortuosos.

5.    Eram tempos de opressão. (Jz 4:3) “Jabim... tinha novecentos cavalos de ferro, e por vinte anos oprimia duramente os filhos de Israel”. Quantas famílias, quantos lares, quantas vidas ainda hoje vivem esta realidade de opressão em nossos dias, são anos a fio, de acusações e opressões: lutas, dissabores, inimigos da alma.
6.    Eram tempos de dormência espiritual (Jz 5:7). A bíblia diz que Israel ficou deserta, e dormiram “Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram”. Infelizmente esta é a realidade de muitos que são chamados, como as virgens loucas, e também como as prudentes de Mt 25, dormem! Dormem e fecham os olhos para a realidade. É um aspecto de negação do que estamos vivendo.

Débora se levantouJz 5:7 “Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram, até que eu, Débora, me levantei, levantei-me por mãe em Israel”Diga com autoridade a quem está perto: Desperta e se levanta, porque o Senhor está com você!

CARACTERÍSTICAS DE UMA VERDADEIRA DÉBORA GUERREIRA:

1)  UMA VERDADEIRA DÉBORA TEM RELACIONAMENTO COM DEUS (Jz 5:5-7).

A profetisa Débora só pode se levantar com poder e autoridade em Israel, porque tinha uma vida com Deus. Ela era uma profetisa, sabia ouvir a voz de Deus, e tinha comunhão com Ele. Mas do que isso conhecia muito bem quem era Deus.  Em seu cântico, ela declara os feitos de Deus em Israel e testemunha da vitória do povo de Deus em Israel, se referindo aos seus feitos no êxodo.

Para ser uma Débora, uma mulher, homem guerreiro, de oração é necessário experimentar ao Senhor. Conhecê-lo em profundidade (Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará – Conhecer original Grego = experimentar).
Jó depois da provação declarou: Antes de conhecia apenas de ouvir falar, mas hoje os meus olhos te veem”.

Débora demonstra a sua espiritualidade e relacionamento com Deus quando Israel estava com sua adoração corrompida. Débora foi convocada para julgar seu povo num dos piores momentos da vida nacional. Josué, o grande líder, não estava mais entre eles e, por isso, não havia unidade espiritual no país. A idolatria e a apostasia assolavam a nação (Jz 4:1,2). A circunstância era tão difícil que Débora fez questão de registrá-la em seu cântico (Jz 5:8). Certamente o que provocou esta situação foram os longos anos de paz e relativa prosperidade sob a liderança de Eúde (Jz 3:30).

Débora fora convocada pelo Senhor no mesmo instante em que o povo de Israel clamou por Ele (Jz 4:3). No tempo dos juízes, a Palestina era uma região muito próspera. Havia grandes e pomposas cidades, resultado do crescimento de uma civilização milenar. Por essa razão, os hebreus ficaram impressionados com as realizações culturais de seus vizinhos e, aos poucos, foram absorvendo sua cultura, religião e o modo de vida daquelas nações.
Infelizmente, nos dias atuais, o secularismo continua crescendo na igreja. Ele é o responsável pelo desvio de muitos cristãos. Há crentes que deixam de buscar prioritariamente o Reino de Deus e a sua justiça, para mergulharem no mundanismo traiçoeiro.

Ela demonstrava sua espiritualidade e vida com Deus sendo ponte de benção para os outrosA bíblia diz que Débora em meio àquela sociedade de caos era como um lugar de refúgio, para as pessoas ao seu redor.  Ela se sentava debaixo de uma palmeira e julgava a causa do povo.  v.5 “Ela atendia debaixo da palmeira de Débora”...  e os filhos de Israel subiam até ela em juízo.  Ele julgava e aconselhava.
Diante de nosso contexto, também podemos ser como Débora, há muitos aflitos que procuram um lugar seguro. O mundo tem procurado a igreja desesperadamente, mas em muitos momentos encontram, somente uma juízes, falta o conselho e a sabedoria.

Débora não tinha um trono, nem mesmo um palácio, ela tinha uma palmeira. E uma palmeira era o suficiente. Débora era refúgio de proteção espiritual aos seus filhos em Israel. Você não precisa esperar ter uma mansão, nem mesmo, um título eclesiástico, Débora tinha uma palmeira, mas não era qualquer palmeira, era a sua palmeira. Seu lugar de conselho e refúgio para tantos.

2)   UMA VERDADEIRA DÉBORA NÃO SE CONFORMA COM O CAOS DA VIDA Jz 5:7b-12.

Porque existem poucas mães que lutam? Porque existem poucos que oram? Poucos que se dispõe? Poucos que perseveram? Porque muitos se conformaram com a destruição, com a derrota, com a perda, com o caos da vida.
Pensam que não vale a pena, que os esforços de nada servem, já oraram tanto, já pediram tanto, já jejuaram, já buscaram, mas desistiram. Conformaram-se.
Débora não aceitou aquela situação, de tanto ouvir e julgar. Pôs-se debaixo da Palmeira, orava, buscava a Deus e agiu. E Deus lhe mostrou que a vitória viria através de Baraque.

Se você quiser ser uma mulher com um coração de Débora, não se conforme!
Saia da mediocridade, da mesmice, da vida que todos levam, seja diferente!

Uma inconformada como Débora busca as estratégias de Deus Jz 4:6,9. Jamais entre em uma guerra sem as armas certas e sem a estratégia certa. Débora recebeu de Deus as estratégias de guerra, com quantos Baraque venceria, e como venceria.

Não se iluda com os seus recursos. Não lute com as suas estratégias. Com o muito falar, com a vingança, com os gritos, com o choro, com o deixar para o amanhã. Nada disso é arma de guerra! É obra da carne!
Uma inconformada como Débora tem certeza da vitória Jz 4.7,9. O senhor garantiu a vitória: “darei em suas mãos o inimigo”. Os inimigos de Israel eram muitos, a força deles era pouca, mas a vitória já estava garantida. Acredite também!
Uma inconformada como Débora tem como marca a coragem diante da batalha Jz 4:9. Depois de chamar Baraque à responsabilidade, a ir à guerra, ele pediu sua ajuda, irei somente se fores comigo”. Este poderia ser um momento crucial.
Débora teria que enfrentar o campo de batalha, estar junto na guerra, lutar lado a lado. Se ela recuasse, tudo estaria perdido. Mas uma verdadeira Débora sabe que jamais poderia voltar atrás.

Quantos desistem, quantos param no meio do caminho. A coragem é uma virtude fundamental à fé cristã, em I Jo. 4:18 está escrito que não fomos chamados para o medo.

Consoante a essa ideia, a palavra coragem, no Novo Testamento arremete a 3 interpretação:

1.    Coragem nos remete ao verbo “tolmao”que contém um elemento de ousadia, de um ato que se coloca acima do medo. Também,
2.    Outra palavra para coragem é “tharréo” denota confiança e esperança em Deus.
3.    Uma outra palavra é “parrésia” mostra a coragem dos primeiros cristãos. Essa coragem era manifestada na ousadia com que eles proclamavam o evangelho de Cristo.

Uma verdadeira Débora é uma voz de coragem e incentivo Jz 4.14. Quando estavam diante do inimigo, Débora disse a Baraque: Dispõe-te”. Tenha coragem, seja forte! Você conseguirá o Senhor te deu o inimigo. Baraque era um guerreiro que precisava ser despertado, e através do encorajamento de Debora este homem se levantou.
Encoraje! Através da oração, você também pode encorajar a muitos, e mudar o rumo até mesmo de uma nação inteira. Seja tutora de novos na fé, elogie, acredite nos seus, viva uma vida de encorajamento. Porque o Senhor é aquele que te fortalece, você também pode fortalecer o guerreiro que está adormecido dentro de sua casa.

3)  UMA VERDADEIRA DÉBORA, DESPERTA A PRÓPRIA ALMA Jz 5:12, 21.

Débora em seu canto, se refere a si mesma na terceira pessoa“Desperta Débora! Desperta! Acorda, entoa um cântico”e no meio da batalha, v. 21 declarou: “Avante, minha alma, firme!”
Em meio à batalha, precisamos despertar-nos com o refrigério do Senhor, não podemos nos perder. Quantas vezes agimos como Marta, ao servir Jesus, nos bastidores, no meio da luta, nos cansamos com as coisas desta vida, e com a intensidade da batalha.
Nunca deixe ter seu momento de oração, de renovação das forças, escute e leia a palavra, se revigore, tire um tempo só para você! Seja ministrada também.
E se renove, seja fonte, para dar de beber a outros, beba também! Nunca somos auto- suficientes. Tudo que fazemos é pela graça.
Numa época em que as mulheres eram alvos de desprezo e preconceito masculino, Deus levanta uma mulher corajosa chamada Débora para ser juíza. Este foi um ato da graça divina, mas também uma humilhação para os israelitas, pois viviam numa sociedade de domínio masculino e que desejava apenas a liderança de homens maduros.
Na ausência de homens consagrados e comprometidos, Deus nos mostra que Ele usa também mulheres em lideranças importantes.