sábado, 9 de junho de 2018

Amar o Próximo Como a ti Mesmo


Você se ama? Você se conhece? Se aceita com defeitos e qualidades? Sabe reconhecer seus erros e acertos com humildade? Vive reclamando dos outros e até de si mesmo?

Então Jesus tem uma palavra para você: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo‘. Mas como serei capaz de amar o outro se não me amo, se não descobri minha dignidade de filho, de filha amada de Deus?

Olhe para você mesma, não com orgulho, por que diz São Paulo: ‘Que é que possuis que não tenhas recebido?’ I Cor 4, 6. Se tudo que você é e tem foi recebido de Deus, quando você vai se descobrindo Deus vai se revelando em você. É reconhecer na criatura seu Criador. E se reclamamos da criatura, pouco a pouco estaremos reclamando também do Criador.

Não é estranho vermos pessoas criticando nos outros os defeitos que não aceita em si mesmo. O outro, muitas vezes, é como um espelho onde refletimos nossa própria imagem e isto tudo influência no conceito de Deus. Santa Teresinha já dizia que quanto mais se está unido a Jesus tanto mais, se ama o próximo.

Pense em tudo o que você é o que é por graça de Deus. Reconheça-se como Templo do Espírito Santo onde Deus habita. Pense como você se transforma em Sacrário Vivo, como o Pai tem um amor infinito a ponto de te criar a sua imagem e semelhança, ou seja, Deus deixou o rastro de sua divindade em você. Você é importante para Deus. Louve o Senhor por tudo o que você é.

Agora pense como seu irmão também é importante para Deus e o quanto ele é amado pelo Senhor. Pense o quanto você está ferindo o coração de Deus e até o seu próprio coração não reconhecendo nele a imagem de Deus. Louve o Senhor porque seu irmão tem qualidades, ainda que nem sempre você consiga enxergar. Louve também pelos defeitos que seu irmão tem, assim como você, porque eles te santificam. Veja Deus no seu irmão, porque não foi o próprio Jesus que disse no Evangelho quando fizeste isto a um dos meus pequeninos foi a mim que fizeste?  Mt 25, 40

É difícil ver Deus no irmão quando este nos feriu, nos maltratou. Mas pense, quantas vezes você também disse palavras duras, porque não viu Deus no irmão. Você não gostaria de receber o perdão pelas vezes que deixou o humano falar mais forte e fez o que não deveria? Provavelmente, seu irmão também deseja este perdão por um momento de fraqueza. Jesus nos ensinou na oração do Pai-nosso: ‘Perdoai a nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido‘.

Se queremos o perdão de Deus precisamos também perdoar. Não perdoar e rezar o pai-nosso é uma incoerência. Quem não perdoa não deveria rezar o pai-nosso. Você já pensou nisto quando reza esta oração?

O perdão está implícito no amar. O perdão não é importante só para o cristão, mas para todos. Quantas doenças psicossomáticas. Quantas pessoas ficam doentes por não perdoar. Perdoe e ame e veja como você vai ficar em paz e fará os outros mais felizes.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Peregrinos na Terra



A pergunta: “Por que Deus não nos criou diretamente no céu ou no inferno”, causa muitas vezes dúvida na cabeça das pessoas, pois passa a ideia de um Deus “anti-lógico”. Se Ele poderia fazer isso, por que então ele não fez? A seguir, alguns dos motivos pelos quais Deus, em Sua onisciência, preferiu criar os seres humanos na Terra para, depois, integrar o céu:

1) Em primeiro lugar, Deus nos deu a decisão de escolha. Deus criou anjos e deu o livre-arbítrio a eles; e se assim não fosse, não haveria rebelião no céu, onde Lúcifer arrastou consigo um terço dos anjos em sua rebelião, sendo expulso do céu. Deus criou seres-humanos. E o que Ele fez? Deu o livre-arbítrio a eles também. Tudo o que Deus criou, Ele dotou de livre-arbítrio, a decisão de escolher entre segui-lo ou não. De outra forma, Deus teria criado “robôs” que o seguiriam simplesmente porque não tinham outra escolha. Se fosse para fazer isso, então nem criaria nada. Seguiríamos a Deus por obrigação, e não por escolha. Deus fez com que verdadeiramente tivéssemos o livre-arbítrio e escolhesse se gostaríamos ou não de segui-lo.

Se Deus nos criasse diretamente no céu, não seria preciso ter fé para acreditar Nele. Nós não seríamos justificados pela fé, como está escrito: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. Deus nos deu diversas provas, no céu e na terra, e em todo o universo, da Sua existência, de modo que não temos desculpa para negarmos a Ele, pois o próprio universo em si atesta para a Sua existência: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm.1:20).

Ele quis dar a oportunidade de escolher para onde gostaríamos de ir, mostrando assim que é um Deus de amor e de respeito, respeitando nossa decisão. Se Deus tivesse criado todos no céu, poderiam dizer: “Ah! eu estou aqui porque o Senhor me criou aqui, me obrigou a viver aqui, não fui eu quem escolhi.” E se Deus tivesse criado todos no inferno poderiam dizer: “Ah! eu estou aqui porque o Senhor não me deu chance de escolher.” Então a escolha é nossa. E o que determina para onde iremos é a nossa fé, Nele, que produzirá em nós boas obras. E isso não é nenhum trabalho difícil, pois, como disse, o próprio universo atesta para a Sua existência. O que realmente é difícil são as pessoas admitirem que há um Deus, pois assim teriam também que abandonar ao pecado, porque seguir a Cristo é renunciar, renunciar a este mundo e viver uma vida de santidade. Isso é demais para muitos aceitarem.

2) Deus está fazendo uma seleção. Não é todo mundo que entra no céu. Apenas os santos entram no Céu. Hebreus 12:14 diz que “sem santidade ninguém verá ao Senhor”. O lugar onde Deus habita é um lugar santo, não é um lugar onde entra qualquer um. Todos pecaram, isso é fato.

Mas o sangue de Jesus purifica todo o pecado daqueles que o aceitam como o Senhor e Salvador de sua vida, e seguem em uma vida de santidade ao Senhor. É sobre isso que Paulo escreve em Romanos 11:5: “Assim, hoje também há um remanescente escolhido pela graça”.

Noutras palavras, Deus está fazendo uma seleção. Aqueles que são moldados, aperfeiçoados, e declarados santos, esses sim vão desfrutar da glória com Cristo, pois apenas os santos entrarão no céu (Hb.12:14). O resto irá ser aniquilado na segunda morte, que é o lago de fogo. Aos santos será dado a vida eterna, aos perdidos a vergonha e o desprezo eterno, que é passar a eternidade longe de Deus. É muito comum hoje em dia a referência (falsa) de que “muita gente vai para o céu”, simplesmente porque Deus é bom.

Mas a Bíblia deixa muito bem claro que serão poucos aqueles que desfrutarão da vida eterna. Mateus 7:13,14 diz: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”. Muitos são os que entram no caminho da perdição, e poucos entram pelo caminho que leva à vida (eterna). Jesus Cristo nosso Senhor ensina que apenas “aquele que perseverar até o fim, este será salvo” (Mt.24:13). A teoria falsa de que “muita gente” vai para o céu parte do princípio de que os não-salvos irão passar a eternidade queimando no fogo do inferno e, sendo assim, um Deus bom e de amor não poderia deixar pessoas sofrendo tudo isso; logo, muito mais gente iria para o céu. O lago de fogo não é um lugar onde as almas passam a eternidade queimando; o lago de fogo é um lugar onde a alma dos não-salvos será lançada; o lago de fogo é a segunda morte (Ap.20:14). A conclusão é que apenas o grupo mais seleto, moldado, aperfeiçoado, escolhido, e que passou pelas tribulações e aflições dessa terra perseverando até o fim, é que será salvo, e esse povo santo irá reinar com Deus no céu. Essa é a verdade.

3) Se Deus nos criasse diretamente no céu, jamais saberíamos o quão bom é o céu. Como nós saberíamos que o céu é um lugar bom, bem-aventurado, se não temos nenhum comparativo? Ora, o rico só se dá conta de como é boa a sua vida, quando vai para a África viver em condições sub-humanas! Aí sim ele aprende a valorizar aquilo que ele tem! Ora, se nós fossemos feitos para estar diretamente no céu, sem nenhum comparativo, sem nenhum outro lugar que tivéssemos passado, jamais saberíamos o quão bom é este lugar, para onde os salvos vão. O céu é um lugar onde não há tristeza, nem pranto, nem luto, nem aflição. Ora, apenas se tivéssemos passado em algum lugar por tristeza, pranto, luto e aflição é que saberíamos o significado disso.  Estaríamos no céu sem saber o porquê, sem valorizar aquilo que temos e adorando a Deus por obrigação! “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Ap.21:4).


4) E, por fim, o que considero o maior dos motivos: Jamais saberíamos o quanto Deus é bom! Jamais Deus ofereceria o seu próprio Filho, o seu filho único, para morrer por nós, pelos nossos pecados, porque não teríamos pecados! O amor de Deus o Pai se derramou em nós, a saber, por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo por nós, porque “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo.3:16). Deus amou o mundo!

Ele amou tanto eu e você que deu o seu próprio Filho para morrer por nós, pecadores, para sabermos o quanto Deus é bom! Se Deus nos tivesse feito diretamente no céu, jamais saberíamos o quanto Deus nos ama ao ponto de fazer uma atitude dessas por amor a todos nós! Louvado seja o Senhor! Jamais saberíamos o que é a “graça”, jamais saberíamos o significado da graça de Deus, pois “pela graça Dele nós somos salvos, e isso não vem por obras, para que ninguém se glorie” (Ef.2:8,9). Não vem por obras, vem pela graça, a graça que atua pelo amor, pelo amor do próprio Deus vivo por nós! Quão maravilhosos são os desígnios de Deus! “Maravilhosos são os teus testemunhos, portanto, a minha alma os guarda” (Sl.119:129).

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Choque Cultural

Você já experimentou choque cultural? Choque cultural acontece quando enfrentamos estilos de vida, língua, roupa, moeda, religião, valores, perspectivas, totalmente diferentes dos nossos. Com certeza você já enfrentou algum tipo de choque cultural. Quando mudou para outra  cidade ...  Quando mudou de escola ou emprego, onde tudo é diferente: Horários, serviços, o "jeitão" de fazer as coisas... Quando mudou de igreja. Às vezes enfrentamos choque cultural quando casamos. Os costumes, as tradições familiares, as maneiras de celebrar aniversários, feriados, são todos diferentes.

Como as pessoas reagem ao choque cultural? Quando falamos do cristão em relação à cultura do mundo, Jesus disse que teríamos que "estar NO mundo, sem ser DO mundo." Paulo falou para não sermos "conformados com esse mundo, mas transformados pela renovação da nossa mente". João disse: "Não ameis o mundo, nem as coisas que estão no mundo" Pedro nos lembra de que tudo que vemos no mundo, há de derreter e ser reduzido a nada. O autor de Hebreus nos chama de "peregrinos" em busca de uma cidade celeste.

Todos esses autores bíblicos identificam uma guerra entre culturas, um choque cultural entre o mundo em que vivemos e o céu de onde vem nossa cidadania. O livro de Tiago vai ainda mais longe. Ele não deixa dúvidas sobre os traços que identificam um cidadão do mundo e um cidadão do céu.

Tiago 3:13-18 aborda as características que definem a cultura do mundo e a do céu. A fé verdadeira manifesta-se numa vida transformada, de forma presente e ativa. O texto nos desafia a rejeitar uma cultura e abraçar outra. A sabedoria (ou cultura) do mundo é diabólica, egocêntrica, ambiciosa, contenciosa e vem direto do inferno. Sempre quer levar vantagem. Entretanto a sabedoria (ou cultura) do céu vem de Jesus, é pacífica e bondosa, sempre pensa  nos outros primeiro, é cheia de amor. Essa cultura celestial quer compartilhar a vantagem que tem em Cristo.

O texto começa com uma pergunta: "Quem entre vocês é sábio e entendido?" Muitos entre os leitores talvez pensavam que eram sábios, a ponto de quererem ser mestres. Mas será que eram sábios MESMO? Ou será que tinham adotado a cultura do mundo e sua definição de sabedoria?

Definição do Mundo. O mundo define sabedoria como "esperteza". É levar vantagem, explorar, avançar, manipular. Subir a escada mais rápido que o outro. Enganar antes de ser enganado. Matar antes de ser morto.

Definição Bíblica. Sabedoria bíblica significa adquirir a perspectiva de Deus sobre tudo que acontece no mundo. É subir a escada da Palavra para adquirir a ótica divina sobre valores, vida, ministério e família. No Velho Testamento significava ter "jeitão" para viver. Cultura é "jeitão". E o "jeitão do céu" não é levar vantagem sobre os outros, mas compartilhar a vantagem que tem em Cristo! É a ética de Jesus, que é amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Não é ser servido, mas servir, é dar a sua vida (Mc 10:45).

Sabedoria bíblica significa investir sua vida para sempre. Viver na presença de Deus em todos os momentos. Sabedoria bíblica não pisa nos outros para subir mais alto, mas dá uma mão para ajudar os outros a subirem. Não vem geneticamente, mas pela Palavra de Deus, aplicada ao meu coração pelo Espírito de Deus, pela obediência e pela graça. Por isso o salmista declarou

"Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque aqueles eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais entendido que os idosos, porque guardo os teus preceitos."  Salmos 119:98-100.

 Sabedoria bíblica significa viver a vida de Jesus na terra, uma vida dedicada a outras pessoas. É reconhecer que somos abençoados para sermos uma bênção, não para acumular mais bênçãos para nós mesmos. É mansa, humilde, digna, cheia de boas obras, focalizada no outro e não em si mesma. "Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas boas obras."

Em nosso mundo, viver esse padrão divino realmente é contra-cultura. Significa remar contra a maré! Será que eu e você estamos praticando a sabedoria divina, remando contra a maré? Ou será que nos nossos negócios, na escola, no serviço, já somos idênticos ao mundo? Será que nós também adotamos o padrão de esperteza, de querer levar vantagem em tudo?

 I. A Cultura (Sabedoria) do Inferno: Ambiciosa e Contenciosa (14-16)

Cada cultura no mundo tem seus costumes, suas marcas peculiares. Vemos isso especialmente nas formas de se vestir de cada grupo étnico. A cultura do inferno também usa uma roupa típica. Não é vermelha, com chifres e tridente, mas tem um traje facilmente identificável. É o vestuário do diabo e tem cheiro de enxofre!

 A cultura do mundo (inferno) em relação à cultura do céu diz:

"Somente o forte sobrevive" (Deus diz que os mansos herdarão a terra) "Você é mestre do seu destino." (Mas o céu sabe que Deus é soberano) "Usa pessoas, ama coisas." (Deus diz, "Usa coisas, ama pessoas") "Comamos, bebemos, amanhã morreremos" Deus diz, "Comam e bebam, mas lembrem-se de que tudo que você faz será lembrado para sempre) "Eu sou número um, e não existe número dois!" Deus diz, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."

Nos versículos de 14 a 16 há duas descrições principais da cultura infernal: ambiciosa e contenciosa. ESSA CULTURA É ESPERTA E QUER LEVAR VANTAGEM EM TUDO. A idéia é de ambição e arrogância na vida, com um único propósito: satisfazer seus próprios desejos, viver para si, custe o que custar para os outros. E ai de quem ficar na frente dessa pessoa. Faria qualquer coisa para avançar

Inveja amargurada

a palavra "inveja" literalmente diz "zelo". Zelo pode ser bom ou ruim. Mas esse é ruim. É interesse demasiado em mim mesmo, um zelo por mim mesmo. EU cuido de mim. EU me protejo. EU faço tudo em meu próprio interesse. E quando não tenho meus desejos satisfeitos, fico magoado. Mas esse zelo desorientado e diabólico também é vázio, e nunca pode ser satisfeito. Quanto mais o ego se alimenta, tanto mais quer. Por isso é amargurado.

 A ética do mundo está totalmente centrada no eu. Temos que tomar cuidado, pois existe uma doutrina de amor próprio que passa mascarada como sabedoria biblica, quando de fato é característica da cultura do inferno. Alguns afirmam que o homem precisa amar a si mesmo para poder amar ao seu próximo. Mas confundem o ensino biblico. A Palavra de Deus nunca nos manda amar a nós mesmos - muito pelo contrário, usa o amor natural que as pessoas tem como o padrão da medida de amor que devem ter para com os outros. A ética bíblica é uma ética OUTRO-cêntrica. Essa é a vida de Jesus em nós. Está mais preocupado com o bem-estar do outro do que consigo mesmo. Declarações sobre "baixa auto-estima", "falta de amor próprio", "complexo de inferioridade" revelam preocupações da cultura mundial. Pessoas deprimidas, vázias, em parafuso, às vezes (nem sempre) passam pelas nuvens pretas pois vivem em torno de si mesmas. Precisam elevar os olhos e ver outras pessoas ao seu redor, pessoas com necessidades e dificuldades maiores que as suas. Quando nosso mundo gira em torno de nós mesmos, quando defendemos os direitos de "numero 1" seguimos a sabedoria desse mundo e do seu principe. Mas o fruto que colhemos é muito amargo.

Sentimento faccioso.

 "ambição egoísta" A idéia é de contendas entre pessoas, causadas justamente pela competição, pela cobiça, por partidarismo e divisão. A Biblia é muito clara quando diz que "Deus ODEIA quem semeia contendas entre irmãos" (Pv 6:19). Mas essa é a cultura do inferno.

Terrena.

"Não é a sabedoria que desce lá do alto", então deve ser de baixo! Sabedoria do inferno é o padrão entre os homens. É "da terra". Uma terra em que os mais fortes devoram os mais fracos. Cada um por si e que os demais que se danem. Contudo, esses não são os padrões de Deus. Ele disse que "os mansos herdarão a terra!", "Quem perder sua vida no serviço a outros, achá-la-á.

Animal (não espiritual).

 A palavra descreve o homem "natural" ou seja, o homen não regenerado, que não consegue viver um padrão sobrenatural e voltado para o bem do outro. É material e sensual, portanto sub-natural, pois não foi assim que Deus fez o homen. Vemos essa característica animal logo depois do primeiro pecado, no Jardim do Éden. Adão parece um animal com suas costas na parede quando confrontado por Deus. E em resposta, ele vai ao ataque, culpando a mulher e depois a Deus pelo seu pecado.

Vemos isso o tempo todo. É só reparar, filas de banco, engarrafamento de trânsito, disputas pelas últimas vagas em estacionamentos, lutas desesperadas pela vantagem que queremos ter sobre todos.

  Demoníaca.

 Aqui descobrimos a verdadeira origem dessa sabedoria. É a cultura do inferno! É assim que os demônios vivem. Quando adotamos o padrão de ambição, amor próprio, divisão e contendas nos revelamos como cidadãos de uma sociedade totalmente possessa pelo culto de si mesmo, em que cada um devora o outro, falando mal, acusando, criticando, xingando. Cria pessoas nunca satisfeitas, descontentes, ou acomodadas. Sempre exigindo mais e mais, mais conquistas, mais honras, mais dinheiro, mais posses, mais glória. Que maneira horrível de se viver!

"Não é ambiciosa minha alma. Não anda a procura de grandes coisas, de coisas maravilhosas demais para mim..."  Sl 131

Confusão e toda espécie de coisas ruins.

 Quais os resultados esperados da cultura do inferno, em que é cada um por si? O primeiro é confusão. A palavra fala de desordem. Encrencas. Esse zelo amargurado é o que causa brigas em nossos casamentos, entre irmãos, nos esportes. Leva para úlceras, hipertensão, enfartos, brigas, familias desfeitas, separação, divórcio, lágrimas, ressentimento, mágoas, igrejas dividas, um testemunho perdido.

 Jesus disse "Vinde a mim... aprendei de mim, pois sou MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO e achareis descanso para vossas almas!" Jesus ofereceu vida por meio da morte--morte para si, para sua ambição, para sua fama, para a defesa dos seus direitos, para a promoção dos seus interesses. Quando você não se importa com quem recebe a gloria, fica livre para amar!

II. A Cultura do Céu: Pacífica e Bondosa (16-18)

A cultura do céu compartilha a vantagem em vez de levar vantagem. Se for necessário, leva desvantagem. Isso não significa ser "capachão", mas cristão. O "jeitão" do céu é pensar nos outros antes de mim mesmo.

Assim como a cultura e sabedoria do inferno tem sua roupa típica, a sabedoria do alto também se veste de forma única. Essa sabedoria manifesta-se numa vida transformada-- coração, cabeça e conduta. (13). Sabedoria diante de Deus, não é tanto uma questão intelectual, mas moral.

Pura

 Pureza de mente, pureza de vida, são ridicularizados em nossos dias. A sabedoria do inferno é suja, esperta, cheia de gracinhas que gozam da santidade da pureza moral. Essa sabedoria do inferno já contaminou a terra. Dizem que a indústria da pornografia nos EUA gera mais de 10 bilhões de dólares por ano. Dez mil novos filmes pornográficos são produzidos, e mais de 700 milhões de vídeos são emprestados. A corrupção mundial devora o dinheiro do povo.

Criticamos a corrupção dos grandes, mas um dia eles eram pequenos como nós. E a infidelidade nessas coisas pequenas transformou-se nessa grande corrupção que nos deixa indignados.

Pacífica--não causa, mas cura conflitos!

 Um pacificador está sempre pronto para paz! Quer resolver conflitos a qualquer custo! Não guarda mágoas! Nao permite que haja barreiras entre os irmãos.

Porque sabe viver pela graça, pela aceitação incondicional de Deus, não tem nada a perder. Nada para  defender. Não precisa proteger seus próprios interesses a qualquer custo. Quando errado, é capaz de pedir perdão. Quando certo, não precisa brigar até humilhar os outros. Para esse indivíduo, pessoas são mais importantes que posições.

Indulgente (amável)--moderado, cortês, gentil, tolerante, manso.

Não arrogante, não é sábio aos seus próprios olhos, tem "poder sob controle". É um fruto do Espírito. É uma maneira de ver e tratar as pessoas, que não as usa, mas as ama.

Tratável (compreensiva)

A cultura do céu é ensinável, acessível, ouve, se submete, não rancoroso, não cria motivos para discutir... disposto. Essa pessoa ouve críticas com humildade e cresce.

Plena de Misericórdia e Fruto da Justíça (Gl 5:22)

Cidadãos dos céus mostram compaixão, mesmo que o outro não tenha razão. Interesse genuíno pelo outro que leva a abrir mão dos meus interesses, meus direitos, e tratar o outro com misericórdia. Firmeza com compaixão. "Plena de misericórdia" significa "ser controlado" pela misericórdia, assim como "cheio do Espírito" significa ser controlado pelo Espírito. Mas como? Uma pessoa controlada pela misericórdia sempre deixa que a misericórdia ganhe quando há um conflito em seu espírito.

Imparcial.

Não olha somente para si mesmo e seus interesses (2:1-11). Não julga as pessoas pelo que tem, pelo que sabem, pelo que podem fazer por ela. Tem a perspectiva de Deus sobre as pessoas.

Sem fingimento -- Não faz da vida um "show".

Não usa máscaras, nem finge ser o que não é. Pois na verdade é transparente. Quem é assim? Mais uma vez, descobrimos que não somos nós, mas Cristo. Ele é a sabedoria de Deus que se tornou sabedoria para nós. E hoje quer viver Sua vida em nós.

 Qual é a sua cultura? Você semeia a paz, procurando sempre levar vantagem? Ou compartilha as vantagens que já recebeu em Cristo Jesus (v. 18)? Pr Davi Merkh com Felipe Hirata

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Discípulo de Jesus ou de Líder Religioso?



Ao invés de olhar para outros e criticar, vamos examinar as nossas próprias atitudes e ações para ver se nós realmente somos discípulos do nosso verdadeiro Salvador. 


Alguns dos relatos do evangelho incluem as palavras desafiadoras do Messias: 

"Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me". 

Encontramos aqui três elementos essenciais do verdadeiro discipulado, que apresentam desafios enormes: 

NEGAR A SI MESMO. 

Enquanto o mundo e muitas religiões começam com o egoísmo do homem, o Salvador exige a autonegação. As “igrejas” dos homens convidam as pessoas a realizar seus sonhos de riqueza, felicidade sentimental e posições de honra, mas a mensagem do Eterno é outra. Ele pede que a pessoa negue os seus próprios desejos para fazer a vontade dele. 

TOMAR A SUA PRÓPRIA CRUZ. 

O nosso Salvador veio para oferecer a vida, mas o caminho para a vida passa pelo vale da morte. Não somente a morte do Messias, mas a nossa também. Paulo disse: 

"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim". 

SEGUIR O SALVADOR. 

Várias religiões e filosofias exigem sacrifício e autonegação. Algumas ensinam "preceitos e doutrinas dos homens" e "rigor ascético" que proíbem coisas que o nosso Salvador não proíbe. O benefício não vem de auto negação em si, ou simplesmente de tomar qualquer cruz. O Messias é o único caminho que leva à vida eterna. 

A relação de discípulo e mestre tem sido explorada por homens em muitos movimentos religiosos. O raciocínio é relativamente simples. Tirando alguns versículos do contexto e torcendo o sentido de outros, é fácil ensinar aos adeptos a necessidade de submissão quase absoluta aos homens. 

Considere esta abordagem: 

"Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor, e nenhum empregado é mais importante do que o seu patrão. Portanto, o aluno deve ficar satisfeito em ser como o seu professor, e o empregado, em ser como o seu patrão. Se o chefe da família é chamado de Belzebu, então as pessoas dessa família serão xingadas de nomes piores ainda." 

Alguns homens são chamados "mestres". João teve discípulos. Devemos obedecer aos nossos guias (ou líderes) e ser submissos a eles. Utilizando tais versículos, torna-se fácil obrigar os mais novos na fé a seguir quase que cegamente a liderança de homens supostamente espirituais. Vários movimentos religiosos se baseiam em sistemas de discipulado nos quais cada "discípulo" é guiado por um "mestre" ou "discipulador", numa pirâmide ou hierarquia de autoridade humana. 

Há vários problemas com este tipo de discipulado: Investe autoridade excessiva em homens. A palavra traduzida "mestre" quer dizer, na maioria das vezes, "professor". A ênfase está no ensinamento da palavra, não na autoridade de uma pessoa sobre outras. Quando se trata de uma relação que envolve autoridade, as palavras do Messias são claras e estabelecem a regra que precisamos aplicar hoje: 

"Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos". 

Esquece as qualificações dadas pelo Criador para os líderes. Num sentido limitado, o Criador deu responsabilidade de liderança a alguns homens. 

No primeiro século, os apóstolos guiavam as comunidades por instrução inspirada e pelo exemplo de imitação do Messias. Eles iniciaram a prática de escolher pessoas mais velhas e com grande conhecimento da Palavra para anunciar as Boas Novas. Poucos homens demonstram as qualificações exigidas pelo Criador para exercer a função de “líder”. Estes homens têm a responsabilidade de cuidar e presidir ou liderar as pessoas. São os guias que velam pelas almas das ovelhas. Mesmo nas comunidades que têm anciões qualificados, estes são limitados na maneira de guiar ou liderar o seu povo. Não têm autoridade absoluta, arbitrária ou poder isolado. Eles não ditam regras; pelo contrário, mostram um exemplo de como seguir as regras do Supremo Pastor. Confunde o papel de evangelistas. Evangelistas são homens que anunciam a boa nova. A autoridade deles é limitada ao trabalho de ensinar, corrigir e exortar pela palavra. As cartas de Paulo aos evangelistas Timóteo e Tito apresentam um modelo de homens que vivem vidas exemplares e pregam fielmente a palavra pura do verdadeiro e único Mestre. Nada sugere uma posição de superioridade sobre os irmãos. 

Homens que querem "melhorar" o plano do Altíssimo e dominar sobre outros procurarão apoio nas Escrituras, pervertendo o sentido da palavra do Criador. 

Todos os servos do Messias devem lembrar que temos um só Mestre, e que todos nós somos irmãos. 

Ser discípulo do Messias exige um compromisso sério com ele. O Messias destaca aspectos deste compromisso: Batismo para entrar em comunhão com o Criador. Obediência absoluta aos ensinamentos do Messias. Muitas pessoas se dizem seguidores do Messias sem dar os primeiros passos de obediência à palavra dele. Para sermos discípulos verdadeiros, temos de apresentar os nossos corpos como sacrifícios a ele, sendo transformados e renovados pela palavra do Criador. 

Uma vez que reconhecemos o Messias como o nosso Mestre, devemos aprender das palavras e do exemplo dele. 

Um dos propósitos da vinda dele a terra está escrito assim: 

Mas, se vocês sofrem por terem feito o bem e suportam esse sofrimento com paciência, Deus os abençoará por causa disso, pois foi para isso que ele os chamou. 

O próprio Cristo sofreu por vocês e deixou o exemplo, para que sigam os seus passos. Ele não cometeu nenhum pecado, e nunca disse uma só mentira. Quando foi insultado, não respondeu com insultos. 

"...O Messias sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado...." 

Como discípulos do perfeito Mestre, devemos nos esforçar para desenvolver o caráter dele, tornando-nos "coparticipantes da natureza divina". Assim procuraremos pensar como o nosso Salvador pensa, e agir como ele agiria. 

O entendimento da relação do discípulo com o Mestre naturalmente criará em nós um respeito profundo pela vontade do Altíssimo. Enquanto outros defendem muitas práticas erradas, dizendo que o Criador não as proibiu, o discípulo fiel examina com mais cuidado e percebe que a Escritura não é um manuscrito de proibição e, sim, de permissão. Ao invés de tentar justificar a sua própria vontade, o seguidor do Messias se limita às coisas que o Criador permite, as coisas autorizadas nas Escrituras. Ele percebe, pelo estudo da palavra, que não devemos ultrapassar o que o Criador revelou, pois tal abordagem aumenta a arrogância ao invés de demonstrar a humildade de servos do Criador. Pessoas egoístas seguirão a sua própria sabedoria e dirão que têm liberdade para tratar a Escritura como uma mensagem "dinâmica" que se adapta à circunstância atual. Mas as pessoas espirituais mostrarão respeito maior para com o Altíssimo, sabendo que ele é perfeito e perfeitamente capaz de revelar sua vontade aos homens "uma vez para sempre" para os habilitar "para toda boa obra". O servo fiel entende que o Mestre recebeu autoridade para mudar a lei, fazendo o que não fora autorizado anteriormente. Mas o discípulo humilde jamais ousaria mudar a lei ou ultrapassar o ensinamento do nosso Salvador. 

O nosso Salvador quer a unidade dos seus discípulos. Esta cooperação não vem por estruturas e regras humanas, e sim por amor ao Pai. Homens podem forçar uma conformidade superficial por regras e sistemas de organização e controle. O Criador trabalha de outra forma. Ele confia na sua própria palavra para criar a unidade que ele quer. Se cada discípulo continua se aproximando do Criador, naturalmente estará se unindo cada vez mais aos outros discípulos verdadeiros. Os remidos se reunindo em congregações edificam e encorajam um ao outro. Divisão vem quando pessoas seguem diversas revelações, ou seguem líderes humanos e não o próprio Criador. O Messias morreu por nós. Somos batizados nele. Ele é o nosso Mestre e o foco das nossas vidas! 

O discípulo do Messias produz fruto. Pelo fato que aceita a palavra de bom e reto coração, e desenvolve a sua fé com perseverança, ele se torna frutífero. 

O discípulo produz fruto pelas boas obras que faz. Produzimos fruto quando obedecemos ao nosso Criador, progredindo com perseverança. 

Reconhecendo o amor do Messias para conosco, livremo-nos dos sistemas de domínio inventados por homens que querem liderar seus próprios discípulos. Porém, esta liberdade não nos deixa sem responsabilidade de servir. O verdadeiro discípulo do Messias fará sempre a vontade do Bom Mestre!

Leia as Escrituras.   http://crentebiblia.blogspot.com.br

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Dia das Mães


O Dia das Mães está às portas e você sabia que a data é, na verdade, uma iniciativa cristã? Foi por causa de uma mulher chamada Anna Reeves Jarvis que hoje as mães têm um dia no calendário mundial. Apesar de atualmente a data ser comemorada de forma comercial, anteriormente havia um sentido bastante político.

Além de evangélica, metodista, Anna também era ativista social. A história conta que o Dia das Mães foi na verdade uma iniciativa sobre a ação de mães cristãs em causas sociais. Anna morava em West Virginia (EUA) e tinha 12 filhos. Mesmo jovem ela já administrava eventos que reuniam mães para repensarem sobre questões sociais.

No ano de 1858 ela criou um clube chamado "Dias de Trabalho das Mães". O objetivo era trabalhar pela diminuição da mortalidade de crianças de famílias de trabalhadores. Com o passar dos anos, Anna organizou uma nova data, o “Dia da Amizade das Mães”. Dessa vez, sua intenção era reunir famílias e vizinhos separados pela Guerra Civil dos EUA, além de realizar ações solidárias com os feridos.

Em 1905 Anna faleceu, mas seu legado foi perpetuado por uma de suas filhas, que tinha o mesmo nome. Foi ela quem brigou por uma oficialização de um dia nacional das mães. A filha pretendia dar honra a sua mãe que tanto lutou. Sua intenção era realizar um ato pela paz e com isso prestar homenagem a todas as mães.

Foi iniciada então uma campanha pela oficialização do Dia das Mães e isso se deu pela realização de cultos. No início, as reuniões eram realizadas na Igreja Metodista. Depois outras igrejas foram aderindo a prática de realizar os cultos especiais sempre no segundo domingo de maio.

Os anos foram passando e a prática foi se alastrando por outras cidades. O Dia das Mães foi instituído por lei nos EUA em 1914 pelo fato de ter tido uma boa adesão no país. Hoje, a data tem um forte peso comercial, distorcendo o verdadeiro sentido, mas ainda é importante.

Contraponto

A agenda progressista no Brasil tem militado para abolir a comemoração do Dia das Mães e do Dia dos Pais nas escolas. Sabe-se que o objetido da ação é não “constranger” crianças adotadas por pais gays e que não têm um dos membros (seja pai ou mãe).

As escolas estão substituindo as datas pelo “Dia da Família”, por ser mais versátil.

O “Dia da Família” não deixa de ser uma tentativa da agenda progressista de diminuir os valores cristãos que também estão relacionados à estrutura familiar à luz da Bíblia. Uma vez que essa estrutura é desprezada, há impactos prejudiciais não só para as crianças, mas para a sociedade como um todo.

Tal estratégia também já havia sido sugerida por Karl Marx como "uma forma de combater a propriedade privada" e desestabilizar a sociedade, ferindo um de seus principais pilares, que é justamente a família.

Eliminando o Dia das Mães, grupos de esquerda, como o próprio feminismo, se contradizem e desprezam uma homenagem tão importante àquelas mulheres que tanto batalham e estão até mesmo dispostas a dar suas vidas pelos filhos. Afinal, a ideologia está se colocando cada vez mais acima dos ideais em tais movimentos.


FONTE: GUIA-ME, 

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Abuso Espiritual


Para alguns evangélicos, estar na igreja se transformou numa experiência dolorosa que os tem levado para cada vez mais longe da presença de Deus

Se o mundo jaz no maligno, a Igreja do Senhor Jesus na terra deveria ser uma porta de esperança para os aflitos. Um hospital para os doentes da alma. Uma fonte de amor para os rejeitados e sofridos. Deveria ser a expressão da vontade de Deus neste mundo. Deveria, mas nem sempre é.

Infelizmente, há casos – e não poucos – em que muitas congregações se perdem no propósito de servir a Deus. Carregadas por líderes tiranos, manipuladores e dominadores, elas se tornam terrenos férteis para todo tipo de abuso espiritual – um termo ainda pouco debatido na teologia, mas muito conhecido e doloroso para quem dele se torna vítima.

Especialistas definem o abuso espiritual como o uso da posição de liderança ou de poder para seduzir, influenciar e manipular as pessoas a fim de alcançar interesses próprios. Quem pratica é muito hábil para passar a impressão de que aquilo que querem é do interesse de Deus e de Sua obra, quando, na realidade, é para satisfazer o ego. Já quem é vítima desse sistema pode demorar anos para se libertar e carregar por um bom tempo as marcas de dor, tristeza e revolta por ter sido abusado. Há quem forme grupo de autoajuda na internet, outros procuram psicólogos, terapeutas e psicanalistas, há quem se afaste da igreja e de Deus, e há casos extremos em que muitos fiéis entram em depressão, desenvolvem doenças graves e chegam até a cometer suicídio.

As igrejas onde o estilo de liderança é hierarquizado, onde o líder tem que dar conta da vida dos liderados, onde existe o ensino de que ‘eu só posso viajar se meu líder deixar’, ‘só posso comprar se meu líder autorizar’, são ambientes mais vulneráveis à manipulação. Isso é perigoso. Quando o líder dita as regras, se torna um prato cheio para a manipulação. Além de gerar dependência emocional, imaturidade e problemas familiares, esse tipo de comportamento também pode se transformar numa revolta contra Deus.

Há casos, porém, em que a vítima de abuso resolve abandonar tudo, entregar-se à depressão e até tirar a própria vida.

O tipo mais comum de abuso é o financeiro, quando o líder utiliza a Bíblia para se autofavorecer. Muitas pessoas que são abençoadas pelo pastor querem retribuir com presentes. É natural. O problema é quando isso passa dos limites e quando o líder passa a se ver como merecedor desses agrados e começa até a pedi-los.

Os assédios emocional e espiritual são mais sutis. O pastor humilha o fiel diante da congregação, tratando-o como um rebelde, um insubmisso, apenas porque ele ousou questionar um pensamento.

Todo tipo de abuso espiritual é oriundo de três fontes: a necessidade de poder, a necessidade de fama e a necessidade de dinheiro. Não é em nome de Deus que isso acontece, mas em nome desses três deuses. Tais líderes procuram apresentar a instrução num formato baseado no terrorismo. Começam as imposições, que nada têm a ver com a Bíblia. Então, a pessoa que não possui fundamento doutrinário fica prisioneira ao que ouviu impositivamente.

Pessoas deixam de frequentar esse tipo de congregação. Saem de ministérios assim, por conta dos direcionamentos autoritários ou amedrontadores. As pessoas precisam de ajuda psicológica e serem acolhidas amorosamente para se sentirem livres. Afinal de contas, Jesus nos diz que, se conhecermos a verdade, ela nos libertará. Tem que fazer um trabalho de acolhimento profundo, de companheirismo cristão.

A busca por fama, dinheiro e poder não é exclusiva das lideranças de hoje. A Bíblia está repleta de exemplos de autoridades religiosas, até porta-vozes de Deus, que sucumbiram a esse desejo. Um episódio se passa no Evangelho de Mateus (20:20-21), quando a mãe dos discípulos Tiago e João pede a Jesus que, com a chegada do Reino, seus dois filhos pudessem “se assentar” um à esquerda e outro à direita, numa tentativa de ter autoridade sobre os outros.

No entanto, Jesus foi rápido para ensinar que o modelo, no Reino de Deus, não era esse: “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”, afirmou Jesus (Mateus 20:24-28).

O apóstolo Pedro também deu uma orientação semelhante, em sua primeira epístola: “Apelo aos presbíteros que há entre vocês (…)  pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhe foram confiados, mas como exemplo para o rebanho” (1 Pe 5:1-3).

Há uma forma de escapar da tentação da dominação. Quando a pessoa é chamada para o ministério, não está vacinada contra todas essas tentações. Tem que pautar a vida na total dependência do Espírito Santo. O líder de uma igreja deve ter vida devocional.

O grande desafio do líder é fazer com que as pessoas aprendam a se relacionar com Deus, a depender de Deus e não entregar suas decisões à liderança. Hoje, infelizmente, vivemos na geração fast-food, que quer tudo rápido, fácil e pronto. Ninguém quer ter esforço, e relação com Deus demanda esforço. É mais fácil ir atrás de um guru e se sujeitar à manipulação. O que tem de ser combatido é a idolatria a líderes, pastores, apóstolos e afins.

É necessário buscar ambientes saudáveis, com uma teologia contextualizada, que faça uma leitura do mundo baseada na graça, no amor, no perdão, olhando sempre para Jesus. Combater a idolatria ao líder a todo custo. Pastores são seres humanos, falíveis, fracos, e precisam ser tratados como tal.

Hoje, talvez neste momento, há muitos que se encontrem debaixo desse jugo do abuso espiritual. Reconhecer essa condição é o primeiro passo para os que buscam se livrar desse tipo de relacionamento. Decidir se libertar e perdoar os abusadores pode ser um processo difícil e demorado, mas é ele que conduz à liberdade que Cristo conquistou na cruz para cada um de nós.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Tosquiadores de Ovelhas


Toda ovelha chega a uma época que a sua lã cresce; e cresce muito. O crescimento da sua lã acaba por lhe trazer alguns problemas que precisam ser tratados: fica pesada demais e tem dificuldade de se movimentar e fica vulnerável aos carrapichos e outras pragas da vegetação.

Sabendo disso, o seu pastor prepara-se para um momento muito importante. Importante para a ovelha e importante também para ele, pois a lã que será tirada da ovelha lhe servirá de sustento nos próximos meses; todavia esta tosa tem que ser feita com responsabilidade para que não venha prejudicar as ovelhas. Muitos criadores de ovelhas fazem isto pessoalmente, mas outros, por não terem experiência no assunto ou não terem tempo para o fazerem, acabam contratando tosquiadores profissionais para fazerem o serviço. Todavia a pessoa que irá tosquiar as ovelhas precisa ter no mínimo "consciência", para que possa fazer a tosquia com "responsabilidade", de uma maneira que venha beneficiar o pastor das ovelhas, mas sem prejudica-las. A lã não pode ser retirada toda! É necessário que o tosquiador deixe um pouco de lã para a ovelha, pois as condições climáticas não é ele quem determina; e, se nos próximos dias o tempo mudar e fizer frio, a ovelha tem que ter um pouco de lã para se aquecer e não morrer de frio.

O problema é que normalmente o tosquiador contratado ganho por quilo de lã tirada; ou seja, o salário é combinado em cima de uma porcentagem do que é tirado e desta maneira quanto mais ele tira, mais ele ganha. Assim, muitos tosquiadores que não entendem nada de tosquia e que são gananciosos demais estão prejudicando o rebanho, pois tiram toda a lã da ovelha, não dando chance para ela se defender de uma possível noite fria. Tais homens só pensam no seu lucro. Em quanto irão levar no final do seu dia. Não estão preocupados com o bem estar das ovelhas, pois estas não são suas mesmo, não estão nem aí para o rebanho e com esta filosofia de trabalho (se é que podemos chamar isso de trabalho), acabam judiando das ovelhas; pois além de tirarem toda a lã parecem que querem tirar até o coro (a pele), e o resultado disto é que no final de uma tosquia muitas ovelhas às vezes saem machucadas. O que estamos vendo hoje em dia nos púlpitos de algumas igrejas é de causar preocupação!

Tosquiadores profissionais que não sabem nada de tosquia, tirando toda a lã das ovelhas, fazendo votos assustadores e dizendo que Deus quer o teu "TUDO". Tais homens pedem tudo mesmo, a tua casa que você conquistou com tanto trabalho, o teu carro, todo o teu salário, todas as tuas economias, eles dizem: Quem tem fé para entregar o seu TUDO!

Contratados por pastores irresponsáveis, estes tosquiadores tiram até a última moeda das pessoas, não se preocupando em deixar pelo menos o dinheiro da condução para elas voltarem para casa; não entendendo que assim como as condições climáticas não é o homem quem determina, assim também as condições de vida de cada pessoa não são determinadas por nós e sim por Deus; e, nós como pastores, devemos fazer a tosa das ovelhas, porque isto é bom para elas e também para nós, mas fazer com temor e tremor diante de Deus preocupando-nos em não tirar o coro delas e não machuca-las e entendendo que amanhã poderá vir uma noite fria (dias difíceis) na vida destas pessoas e que elas precisam ter alguma lã (dinheiro) para se aquecerem. 

Caro amigo PASTOR, não entregue o seu rebanho nas mãos destes tosquiadores que se acham profissionais, mas que não sabem nada de tosquia.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

A Mãe do Meu Salvador!

“Naqueles dias levantou-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá, entrou em casa de Zacarias e saudou a Isabel. Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim. Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas. Lc.1,41-45

O evangelista Mateus cita cinco mulheres na genealogia de Jesus (Mt 1.1-17). São elas: Tamar, mãe de Farés (v. 3); Raabe, de quem nasceu Boaz (v. 5a);Rute, mãe de Obede (v. 5b); Bate-Seba, cujo filho foi Salomão (v. 6b), e, por fim, Maria, a mãe do meu Salvador (v. 16).

É interessante verificar o significado do seu nome. Até porque, entre os antigos hebreus, a escolha do nome encerra um fato na história pessoal, ou uma promessa. Assim, Moisés não teve seu nome colocado aleatoriamente. Seu nome tem sentido. O maravilhoso da história é que tanto tem sentido para o egípcio quanto para o hebraico. Na língua egípcia, a raiz ms significa “filho” (cf. Ramsés = “filho de Ra”; Tutmoses = “filho de Tut”); no hebraico, é “retirado”, no caso, “tirado das águas” segundo o texto bíblico (Ex 2.10). Jesus, que significa“salvação do Senhor” (Mt. 1.21). Sabiam que Esdras é “socorro, auxílio, ajuda”,Davi é “amado” e Salomão é “pacífico”? Tinha idéia de que os nomes das noras de Noeme (cf. Livro de Rute) são, igualmente, muito significativos? A que voltou para Sodoma, Orfa, era “desleal”; Rute quer dizer “companheira”.

O significado do nome Maria (também grafado Mariam e Miriam) é discutível:
- Há quem identifique duas raízes: uma egípcia e outra hebraica. A egípcia é MYR, ou seja, “amada”; a hebraica, YA(M) do nome “Senhor”. Seu nome seria, então, “amada do Senhor”. ? Há quem veja uma raiz descoberta em Ugarite (atual Ras Shamra), na região costeira da Síria: MRYM significa “altura”, ou, ainda, “exaltada, excelsa, sublime”. A propósito, em hebraico existe a palavramarom, que quer dizer, “elevação, importante, alto escalão e excelência”. A partir desta suposição, seu nome seria “A Exaltada”.

- Outra idéia vem a partir do nome Maryam (Maria) que apresenta duas raízes:mar = “amargo” (cf Rt 1.20: “Não me chameis Noêmi; chamai-me Mara, porque o Todo-Poderoso me encheu de amargura”), e yam = “mar”. Daí que Maryam significaria “mar de amargura”, fazendo alusão ao seu sofrimento como mãe à luz da Paixão, do padecimento de seu Filho.

- Uma quarta idéia vê a raiz Miry’ com o significado de “gorda”. Que tem“gorda” com Maria? Muita coisa: para os árabes, ainda hoje, a mulher bonita é a gordinha, cheinha de carne, pois passa a idéia de que é bem tratada, bem cuidada pelo marido ou pelo pai. O padrão de beleza não é o da mulher enxuta, esbelta, corpo de modelo a modo ocidental. Como ser gorda para os semitas é ser bela, então, “Maria, a que é bela”.

Continuamos sem muita certeza do significado do seu nome, mas uma importante coisa sabemos: é que há textos no Antigo Testamento que falam profeticamente desta extraordinária mulher, serva do Deus Vivo, irmã nossa na fé em Jesus Cristo, e mãe do prometido Messias, mãe do meu Salvador. É o caso de Gênesis 3.15, “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”; Isaías 7.14, “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (texto repetido em Mateus 1.23), e Miquéias 5.2,3, “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto os entregará até o tempo em que a que esta de parto tiver dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel”.

Mãe de Jesus – Homem (1TM 2.5; GL 4.4)
Sob a inspiração do Espírito Santo, Isabel deu a Maria uma tríplice bênção. O texto encontra-se em Lucas 1.42,45: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!... Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.” Por sua destacada, proeminente, saliente posição entre as demais mulheres, ela seria sempre lembrada. E sem dúvida alguma, Maria é a mulher mais lembrada do mundo em todas as épocas. Basta lembrar que na Outra Igreja há toda uma devoção Mariana, ou seja, em torno desta extraordinária mulher, a mãe do meu Salvador (v.42a); por vir a ser a mãe do Messias de Israel, do Salvador (v. 42b) e por sua fé nas promessas de Deus que nela seriam cumpridas(v. 45).

No entanto, a Bíblia não referenda, não homologa, não aceita, não dá o seu aval a algumas idéias correntes na teologia oficial da Igreja majoritária, nem da teologia popular (estas observações não visam a atacar a doutrina de outros grupos religiosos, mas servem de referência ao que se diz e o que se cultua no nome deMaria):

A expressão de Isabel no verso 43, “...mãe do meu Senhor”, não autoriza a que seja chamada “mãe de Deus”, “mãe da Igreja”, “mãe da vida nova”, “mãe da América Latina” ou “Maria Santíssima”, ou seja, “mais-santa-que-todos-os-demais-santos-de-Deus”. São expressões que não encontram guarida na Escritura Sagrada, 
É agraciada (“cheia de graça”), no entanto, a graça em Maria não é qualidade particular dela, mas foi-lhe dada pelo Deus da graça. 
É “cheia de graça”, mas não “co-redentora”, título, aliás, associado ao tema da“nova Eva”: já que Jesus é o “novo Adão” de uma nova humanidade (cf. Rm 5.14,17; 1Co 15.21,22,45), ela seria a “nova Eva” dessa nova criação, um antítipo de nossa primeira mãe. 
Maria é a mãe de Jesus, o Messias, é a mãe de Jesus Cristo, é a mãe do homem Jesus, é a mãe do Filho de Deus, mas não de Jesus-Deus. Pelo contrário, Jesus rechaçou, com rapidez e veemência, o que poderia ser o início do culto prestado a Maria. Como diz a tradução do Pontifício Instituto Bíblico “Enquanto ele assim falava, uma mulher, erguendo a voz do meio da multidão, disse-lhe: ‘Ditoso o seio que te trouxe e os peitos a que foste amamentado!’ Ele, porém, disse: ‘Ditosos antes os que ouvem a palavra de Deus, e a guardam’” (Lc 11.27,28). Não permitiu que essa devoção fosse adiante.

Paradigmas
A mãe cristã tem padrões pelos quais se pautar: O Deus Vivo e Verdadeiro, o Eterno, que diz, “Sereis santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.16; cf. Lv 11.44; 19.2; 20.7). Sim, Ele diz às mães cristãs, “Cultivareis a santidade em vossos lares, porque Eu sou santo”.Diz também “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial” (Mt 5.48; cf. Tg 1.3,4; Ef 5.1).

Jesus Cristo. Este é o próximo paradigma, pois “Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.27b, 28; cf. Rm 8.29).

As santas mulheres da Antiga Aliança. Esta é uma expressão rigorosamente bíblica (cf. 1Pe 3.5). Quem são elas? Sara, mãe de Isaque, matriarca do povo de Israel, que esperou sempre e sempre na fidelidade do Deus das promessas (Hb 11.11), e debaixo da mesma missão do seu marido (1Pe 3.6). É possível que a irmã venha lutando durante tantos anos com um filho rebelde, fora do evangelho, com o marido pródigo que abandonou a casa e precisa retornar. Não esmoreça, minha irmã! Olhe para Sara que esperou, e esperou e esperou até que veio o cumprimento da promessa. Joquebede, mãe de Moisés, previdente e providente. Podia ter perdido seu filho na matança dos meninos promovida pelo faraó conforme relata Êxodo 1.15ss. Com um tremendo senso de oportunidade, preservou a vida do seu filho. Escondeu-o, soltou-o no rio, e o viu ser levado ao palácio real, onde foi criado como neto do próprio faraó. Que coisa absurda para o pensamento humano! (Ex 2.1-4). Ana, mãe de Samuel, a qual, tendo o Senhor ouvido sua oração (1Sm 1.9-11), consagrou o filho e o entregou a Deus. (1Sm 1.21ss). Foi considerada uma mulher embriagada, quando estava orando pelo filho que tanto desejava.

As santas mulheres do Novo Testamento, como Eunice e Lóide, mãe e avó de Timóteo, portadoras de uma “fé não fingida” (2Tm 1.5). Maria, a mãe deJesus, paradigma da mãe cristã por uma série de razões.

Aqui temos Maria, nossa irmã na fé, esposa e mãe. Sim, nossa irmã na fé, pois não afirmou em Lucas 1.47, “o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”? Nosso comum Salvador? Maria, a esposa: por que a insistência em querer ver em José um homem idoso casado com uma jovem de 14 ou 15 anos? Essa a idade aproximada de casamento das jovens no Oriente. Ou, colocando de outro modo, que desonra haveria em, após o nascimento de seu primogênito, Jesus, como diz o Novo Testamento (Lc 2.7) ter assumido suas normalíssimas funções de esposa e de mãe de outros filhos, como também se refere o Novo Testamento (Mt 1.25; 12.47; Jo 7.5). Querem ensinar que os irmãos de Jesus são seus primos. Esquecem-se ou não sabem que há na língua grega três palavras que não podem ser confundidas uma é adelfós (irmão), outras são anepsiós (sobrinho) e xederfos (primo). A palavra utilizada no texto do Evangelho é adelfós, irmão de sangue.Maria como mãe. A Escritura Sagrada faz referência à unção do Espírito Santo sobre homens desde o ventre materno, como Sansão (Jz 13.5), Jeremias (1.5), o Servo Sofredor (Is 49.1), João Batista (Lc 1.15), Paulo (Gl 1.15). Mas Lucas ensina que no caso de Jesus foi além, muito além da unção: foi a Sua própria geração. Jesus não era um homem ungido pelo Espírito Santo como ocorreu com os outros. Foi, porém, a própria geração do Espírito. O Espírito Santo não repousou sobre o ventre de Maria, mas sobre ela mesma, sobre a filha de Sião, amãe do meu Salvador. Assim, foi ela mesma alvo dessa graça, da sombra do Espírito sobre si:


“Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. O Senhor afastou os juízos que havia contra ti, lançou fora o teu inimigo; o Rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti; não temerás daqui em diante mal algum. Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião; não se enfraqueçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo” (Sf 3.14-17).

Então, fica a lição: a plenitude da graça não vem dela mesma, mas da presença do Espírito Santo em sua vida.


A MÃE DO MEU SALVADOR
Quais as destacadas qualidades de Maria?

Mulher de Louvor
Guardo com muito carinho a lembrança de, quando criança, garotinho, ouvir a minha mãe cantando. Ela sempre gostou de cantar: no coro, em duetos ou em casa nas lides domésticas. São memórias que não se apagam. Não é para menos no caso de Maria que fosse uma mulher de louvor: pertencia à tribo de Judá, palavra que quer dizer “louvor” (cf. Lc 2.3-5). Sua sensibilidade poética fê-la cantar o lindíssimo e inspiradíssimo cântico conhecido como o Magnificat, o“Cântico de Maria” (Lc 1. 46-55), e que tem sido denominado de “O Evangelho de Maria”, por representar um resumo da história da salvação. A propósito, o Magnificat fala mais do que qualquer outra coisa, do caráter da mãe de Jesus, e de sua capacidade espiritual para seu destino de mulher agraciada. É, outrossim, exemplo de como a alguém fundamentado, enraizado nas Sagradas Escrituras são dados olhos e lábios para contar e cantar o que Deus fez, faz, e continuará fazendo na sua vida como indivíduo e na de seu povo. Só porque o Senhor poderoso tem feito coisas poderosas é que há boas novas para serem narradas, e um evangelho a ser proclamado. Foram contadas doze passagens do Antigo Testamento, sendo que, basicamente, é o “Cântico de Ana” o seu modelo. Isso reflete profunda piedade e conhecimento das Escrituras, qualidade adequadíssima à mãe do meu Salvador.

Mulher Piedosa
Aceita sem reservas a missão de conceber e dar à luz do Filho do Altíssimo, o Filho de El Elyon (cf. Lc 1.31,32,38). E, ainda, expressou essa alegria messiânica do ponto de vista de quem recebeu um imerecido favor. Aliás, isso é chamado pelos teólogos de graça, o favor que não merecemos mas recebemos da parte deDeus, palavra que se encontra nos lábios do mensageiro de Deus (Lc. 1.28,30). De profundíssima piedade, segue fielmente todos os atos de sua fé: a apresentação e a b’rit milah (circuncisão) de seu filho ao oitavo dia (cf. Lc 2.21-24); a aliah (peregrinação) a Jerusalém todos os anos durante a festa do Pessach (Páscoa) para que Jesus pudesse passar pela cerimônia de ser um bar miztvah, a profissão de fé judaica (Lc 2.41).

Mulher de Oração
Atos 1.14 relata que “Todos estes [os apóstolos] perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele”. Precisava ela de energia espiritual, razão porque perseverava com os irmãos deJesus, com as outras mulheres (Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago e outras) e com os apóstolos em intensa e fervente oração.

Que extraordinário ministério das mães (e avós) é o da oração. A propósito, já fez a oração de entrega de seu filho a Deus? Quer um precedente bíblico? 1Samuel 1.27, 28: “Por este menino orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz. Por isso eu também o entreguei ao Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está entregue. E adoraram ali ao Senhor.” Tem orado pelo filho rebelde? Veja a promessa de Jó 22.30: “E livrará até o que não é inocente, que será libertado pela pureza de tuas mãos.” Quantos filhos rebeldes, revoltados, têm retornado aos caminhos do Senhor pro causa da pureza das mãos e da oração de suas mães! Por um jovem chamado Franklin, orava a esposa do Pr. Billy Graham. Ele estava entregue aos maus caminhos. A mãe orava e orava. Ocorreu que ele abandonou a vida que levava, voltou para Cristo, para a igreja. Hoje é o Pr. Franklin Graham, que ficou no lugar do seu pai na direção da grande Associação Evangelística Mundial Billy Graham. Mônica, piedosa cristã da Igreja Antiga, orou intensamente pelo filho, que era um filósofo. Era também extremamente entregue à vida mundana. Um dia, Deus colocou diante dele a Carta aos Romanos. Ele a leu e se converteu. Estou falando de Agostinho, teólogo da Igreja Antiga e pastor na cidade de Hipona, no norte da África, conhecido como Santo Agostinho. Escreveu As Confissões, Da Verdadeira Religião, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira. Lendo as suas confissões, é possível entender o que ele experimentou na vida, e como teve uma sede tão intensa de Deus que não pode deixar de mencioná-Lo em praticamente cada página dessa obra.

Tem orado por seu filho que anda com fidelidade nas avenidas da fé, o filho consagrado? É preciso olhar para o filho que nunca se afastou do evangelho. Sempre fiel, firme, constante e abundante na obra do Senhor. Se ora pelo filho rebelde, ore e agradeça a Deus pelo filho que nunca lhe deu trabalho. Afinal, “desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.9b, 10).

Os quatro Evangelhos, como de resto todo o Novo Testamento, são extremamente lacônicos sobre Maria, a mãe do meu Salvador. Esse fato deixa claro que ressaltado deve ser apenas o Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Mariafoi o canal pelo qual o Filho de Deus veio ao mundo, veio estar entre nós, oDeus-em-nosso-meio o Emanuel. Somente ao Seu Nome deve se dobrar “todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.10, 11).


Múcio Teixeira escreveu um inspirado poema onde diz
Ó mães! Da mãe de Cristo despertais lembranças,
Nessa augusta missão tão cheia de poesia;
Quando embalais ao colo as tímidas crianças,
Eu penso ver Jesus nos braços de Maria.

Vós sois uns anjos bons de amor e de piedade!
Tendes um ninho em flor nos seios virtuosos;
Nos filhos refletis vossa felicidade,
Como um límpido espelho os corpos luminosos.

Vós sois a inspiração primeira dos poetas;
Vós sois o pensamento extremo dos doentes...
Quem antes osculou a fronte dos profetas,
Vindo a cerrar, mais tarde, os olhos dos videntes,
Ó mães! Da minha mãe vós me trazeis lembranças...
Encheis-me de saudade! Eu amo-vos por isto...
Quando embalais, cantando, aos seios, as crianças,
Eu sonho, ver Maria, acalentando o Cristo!

Pr. Walter Santos Baptista