domingo, 20 de agosto de 2017

Jesus, o Próprio Deus Invisível

O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele (Colossenses 1:15-17).
Nosso Senhor Jesus é o Filho do amor do Pai (Colossenses 1:13). Ao mesmo tempo, Ele é verdadeiramente Deus, enquanto Ele também representa Deus no universo. Cristo é a Imagem do Deus verdadeiro que é invisível, e que nenhuma criatura pode ver (1 Timóteo 6:16). Como a Imagem, Cristo reflete Deus, porque Ele é Deus, no entanto, Ele tornou-se Homem e agora como tal Ele revela Deus ao homem, apesar dEle ser e permanecer Deus. Ele nunca abriu mão daquilo que se tornaria, mesmo sendo algo que Ele nunca tinha sido antes.
O mistério insondável-que Cristo é Deus e Homem em uma Pessoa, que o Verbo tornou-se carne-é aceito pela fé e não pelo raciocínio humano. Apesar que nunca iremos entender plenamente isso, tal fato é uma verdade bendita que nos leva a adorá-Lo agora e para sempre.
A grandeza de Cristo é resumida em três pontos em Colossenses 1:15-17. Primeiro, nós vemos em Seu relacionamento com os outros, onde Cristo é o primogênito de toda a criação (enquanto como o Filho, o Único gerado, Ele mantém um relacionamento exclusivo com o Pai). Segundo, Cristo é o Criador de todas as coisas (v.16); as várias preposições usadas: por, que e para Ele-nos mostram que Ele é o desenhista, Aquele que executa e o Objeto da criação. Outras passagens nos ensinam que Deus, o Pai, e o Espírito Santo também estavam envolvidos na criação. Como o Criador, Cristo é antes de todas as coisas, pois nada foi feito sem Ele (João 1:3). Terceiro, Ele é Aquele por meio de quem tudo subsiste; Ele é o Criador e o Sustentador.
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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A Fé o Cordão Umbilical


Sim, há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. O rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro; rio puro de águas vivas. Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do pecado e da imundícia. Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Todo aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Quando vindes para comparecerdes perante Mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? A fé atravessou o pátio exterior, e foi direto ao trono do Rei, para render ali sua homenagem à Sua pessoa, e lavar os pés do Admirável, o Conselheiro, Deus forte.

A fé ocupa a posição de um canal ou de um tubo condutor, a graça é a fonte. A fé é o aqueduto por onde descende o fluxo da misericórdia para refrescar os sedentos filhos dos homens. O aqueduto deve conservar-se intacto para que possa transportar a corrente de água, e da mesma forma, a fé tem que ser legítima e verdadeira, e tem que subir diretamente a Deus e descer diretamente a nós, para que possa converter-se em um condutor útil de misericórdia para nossas almas. A fé é o canal, o aqueduto, e não a fonte, e não devemos colocar muito os olhos nela, como para exaltá-la acima da fonte divina de toda benção que está na graça de Deus. Lembre-se disso ou você pode cair no erro de fixar tanto a sua mente na fé que é o canal da salvação que se esquece da graça que é a fonte e até origem da própria fé. Jamais convertam sua fé em um Cristo, nem a considerem como se fosse a fonte independente de sua salvação. Encontramos nossa vida ao “olhar para Jesus”, não ao olhar a nossa própria fé. Todas as coisas se tornam possíveis a nós através da fé, porém, o poder não está na fé, e sim no Deus em que descansa nossa fé. A graça é a locomotiva, e a fé é a cadeia por meio da qual o vagão da alma se vincula ao grande poder motor. O poder está na graça de Deus e não em nossa fé. Grandes mensagens podem ser enviadas através de fios delgados e a paz dá testemunho de que o Espírito Santo pode alcançar o coração por meio de uma fé semelhante a um filamento que parece quase incapaz de sustentar o seu próprio peso. Pense mais Naquele para quem você olha do que em seu próprio olhar. Devemos olhar para longe até mesmo do nosso próprio olhar e ver apenas Jesus, e a graça de Deus revelada Nele.

Os “rios” denotam a pluralidade de abundância espiritual que existe na vida de todos os remidos. Nada é nosso enquanto não nos apropriamos. Se queremos receber riquezas, a coisa da qual se apropria nos enriquece; não é incorreto, mas estritamente correto dizer que é a apropriação da bênção o que nos faz rico. A fé é a mão da alma. Ao esticá-la, se agarra à salvação de Cristo, e assim pela fé somos salvos. “Tua fé te salvou” 

Era cego, mas podia ver muito mais que os fariseus, que diziam que podiam ver. Cego, mas sua visão interna viu o Rei em sua beleza, viu o esplendor de Seu trono, e o confessou. Era um mendigo, mas tinha uma alma real, e uma forte determinação soberana que não podia ser reprimida. 

Tinha o tipo de mente que habita em homens que são príncipes entre seus companheiros. Ele não ia ser detido por discípulos, não, nem por apóstolos. Ele começou a orar, e vai orar até obter a bênção que busca. Ele não tinha nenhum pensamento acerca de algumas cerimônias que os sacerdotes deviam desempenhar; não tinha nenhuma ideia que lhe tivesse chegado por meio dos médicos. Sua exclamação foi, “Filho de Davi”. 

Todos nós temos fé, até mesmo os ateus que costumam dizer “eu não creio em Deus”, mas quando acontece alguma coisa repentina, eles clamam na hora “Meu Deus”. Se nós somos imagem e semelhança de Deus e somos Suas criaturas, com certeza estamos ligados ao nosso Criador através da fé. Vamos entender melhor como é essa ligação entre nós e nosso Criador. 

A fé é o cordão umbilical que nos liga a Deus. Quando fomos concebidos éramos apenas uma bolina de sangue, mas, com o tempo o sangue de nossa mãe que entra pelo cordão umbilical vai formando nosso corpinho, cada parte a seu tempo, como também recebemos o alimento necessário para crescermos fortes e sadios e aos nove meses já estamos totalmente formados e maduro para nascer. Quando crescemos costumamos dizer: eu vim da barriga da minha mãe, mesmo não nos vendo sendo gerados, disso temos convicção, mas não sabemos como foi gerada nossa alma, porque nem vimos e ninguém nos contou. 

Através de Seu filho Jesus, o Pai vem nos dizer que não estamos sozinhos, mas, que através de nossa fé tudo pode ser mudado. Eram multidões que acorriam até Jesus, porque tinham fé, até mesmo alguns soldados que iriam crucificar jesus lá na frente vieram ter com jesus. Respondeu o centurião: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz. Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel”. 

Nosso corpo foi gerado no ventre de nossa mãe e nossa alma foi gerada no coração de Deus. Nós sabemos que nossa vida aqui é uma passagem, podemos viver, 50 anos, 30 anos, alguns até nem chegam a nascer, temos certeza de que um dia vamos morrer, mas, não sabemos na verdade para onde vamos pois infelizmente muitos de nós colocamos a fé em pessoas, bens materiais, dinheiro, etc... Jesus vem para direcionar nossa fé ao Pai Criador que nos deu a vida e que nos salva por meio da fé. Ninguém cria fé, nascemos com ela, dom de Deus. 

A fé é o cordão umbilical que nos liga a Deus. Ela fé vai crescendo ao passo que buscamos conhecimento, oração, entrega, silencio... Nosso coração fica totalmente entregue a Deus a ponto de não se preocupar com o tamanho da fé que temos, mas nos regozijar com os efeitos que ela produz em nós. Não podemos jamais sermos autossuficientes nos achando cheios de fé. 

A fé é o cordão umbilical que nos liga a Deus e, de Deus vem o alimento espiritual para a nossa vida. Ele nos sustenta e nos guarda em todos os nossos caminhos. O cordão umbilical é a estrutura que une o bebê à mãe e permite a passagem de sangue, oxigênio, nutrientes. O cordão umbilical é um tubo que liga o organismo da mãe e do bebê. Possui duas artérias e uma veia que levam substâncias que nutrem o organismo do bebê e ainda garantem sua respiração. O cordão umbilical funciona como uma ligação entre mãe e filho e é sem sombra de dúvidas uma das fontes de vida mais rica e fantástica.

Quando lemos João 3:1-5, podemos observar que essa passagem nos revela duas dimensões acerca do Reino de Deus: Ver o Reino, Entrar no Reino. Para ver o Reino é necessário nascer de novo. Todo aquele que foi marcado pela experiência do novo nascimento, foi habilitado a ver em essência o Reino de Deus.

O nascer de novo está relacionado com a vida sobrenatural do Senhor no nosso espírito. Nascer de novo não é somente repetir uma oração, mas sim, algo que traz uma mudança total nas nossas vidas. No texto original lemos da seguinte maneira: (…) é necessário ir nascendo de novo. Isso denota um processo, uma progressão. Nicodemos estava pensando somente num evento, mas Jesus disse que o novo nascimento é um processo que durará toda uma vida, onde as áreas do nosso ser integral progressivamente irão nascendo de novo.

Salvação no grego é a palavra sozo, que significa ser salvo, curado e liberto. A salvação não acontece como um evento, mas como todo um processo. Deus não quer levar apenas a nossa alma para o céu, Ele quer também que o nosso corpo físico seja curado. Assim como o nosso espírito é regenerado, precisamos trabalhar na integração do nosso coração, na restauração da nossa alma, na transformação da nossa mente e na cura do nosso corpo. Jesus disse a Nicodemos que o primeiro nível é nascer de novo para ver o Reino. À medida que vamos nascendo de novo, experimentamos cada vez mais o Reino de Deus.

O segundo nível é nascer da água e do espírito para entrar no Reino. Isso é diferente do nascer de novo. Não significa, como muitos pensam, a representação do Batismo, mas denota uma imersão nas águas da revelação da Palavra que nos permitirão acessar as dimensões sobrenaturais do Reino de Deus. Por isso precisamos ser expostos a uma Palavra Revelada, que não seja apenas letra, mas que tenha a vida que seja capaz de nos inserir o Reino de Deus. 

É necessário que os véus da religiosidade sejam removidos da nossa vida para que possamos acessar o Reino sobrenatural. A letra mata, a palavra vivifica. Em qual dimensão você se encontra? A Salvação é a porta de entrada para o Reino sobrenatural. Fomos chamados a caminhar no sobrenatural. Fomos chamados a acessar as dimensões sobrenaturais do Reino de Deus.

O que se vê nos dias de hoje é que muitos experimentaram o novo nascimento, contudo se conformaram com essa experiência. Não nasceram das águas de revelação. Não acessaram o Reino. Quando Jesus fala isso a Nicodemos, ele recebe a mensagem de forma natural. Entretanto, devemos sempre ter em mente que toda verdade é paralela. Tal como no natural, assim é no espiritual. Então, para entendermos o processo que se dá no novo nascimento de forma espiritual, veremos como acontece o nascimento de um bebê no natural. É importante ressaltar que quando um bebê sai do ventre da sua mãe, o primeiro que acontece é o corte do cordão umbilical.

Espiritualmente falando, se afirmamos que nascemos de novo não pode ser normal vivenciarmos situações incompletas, oportunidades perdidas, falta de prosperidade, enfermidades, etc. Se nós nascemos de novo, por que nos sentimos presos as ligaduras do passado que não nos permitem acessar as dimensões sobrenaturais que o Pai determinou para nós? Isso nos revela que quando nascemos de novo, precisamos que a nossa origem seja remida e a herança que recebemos dos nossos antepassados, cortada.

Em Ezequiel 16:1-8, nos fala da história de Jerusalém, uma cidade comparada a uma mulher com suas personalidades. Essa é a realidade da maioria das pessoas nos dias de hoje. Pessoas que, ainda que nasceram de novo, não experimentaram todo o processo do novo nascimento nem do nascimento das águas de revelação para acessar e usufruir da plenitude que o Reino de Deus tem para oferecer.

A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus; teu pai era amorreu, e tua mãe, heteia. Os cananeus eram os habitantes de Canaã, a Terra Prometida. Junto com os amorreus e os heteus, eles faziam parte das sete nações na qual o Senhor ordenou ao povo de Israel destruir. Entretanto, o povo desobedeceu às ordens do Eterno, se misturou e se contaminou, praticando as mesmas abominações deles. Jerusalém não passou pelo processo de remissão da origem.

E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste não te foi cortado o umbigo. O que une o bebê a sua mãe é o cordão umbilical. Quando ele nasce, esse cordão é cortado. Do mesmo modo, quando nascemos de novo, deve haver um corte com o vínculo do passado, com toda influência com os nossos antepassados. (…) nem foste lavada com água, para te limpar. Aqui vemos o mesmo que Jesus disse a Nicodemos. A primeira parte do processo é cortar o cordão umbilical. Mas, é necessário ir nascendo de novo pela revelação da Palavra para entrarmos no Reino. Não podemos nos conformar com a letra. A religião engessa, e não permite o acesso ao sobrenatural.

Precisamos nos lavar com as águas de revelação da Palavra de Deus. (…) nem tampouco foste esfregada com sal. Essa é uma das razões pela qual a Igreja é tão fraca e doente nos dias de hoje. Na cultura hebraica quando um bebê nascia, era feito uma pasta com azeite e sal. Essa pasta era esfregada no recém-nascido para tirar toda a aderência do ventre, bem como o resto de placenta, e os coágulos de sangue. Assim no espiritual, não é suficiente nascer de novo, mas também toda aderência de morte deve sair da nossa vida. Para isso precisamos do azeite e do sal, ou seja, da UNÇÃO. Onde não há unção, as pessoas continuam com as aderências do passado.

A religiosidade nos deixa com aderências de rebeldia e de incredulidade. Nos leva a pensar que tudo está bem, quando nem conseguimos dominar a própria carne. Isso se deve ao fato de nos focarmos apenas ao novo nascimento e não no processo que o Pai tem para nós. 

Isaías 10:27 diz que a unção apodrece o jugo e despedaça as cadeias, quebrando todas as aderências. Precisamos desta pasta/unção para nos fortalecer. Precisamos estar imersos na unção. A unção arrancará de nós tudo aquilo que não é a nossa herança! Essa é a mensagem do Reino. (…) nem envolta em faixas para te proteger.

Na cultura hebraica após o bebê ser esfregado com sal, colocava-se nele fraldas que o envolviam da cabeça aos pés, a fim de que os ossos ficassem alinhados e não houvesse distorção. Se não permitimos nos envolver para que nos corrijam nas áreas da nossa vida, o nosso futuro será distorcido. A religião nos deixa crescer deformes, pois não passamos pelo processo de sermos envolvidos, alinhados e corrigidos das nossas más formações.

Muitos de nós temos pensamentos confusos acerca do amor. O amor do Pai nos leva a Sua Justiça, a Sua Destra, ao Seu alinhamento. Porque Ele nos ama, Ele não permite que permaneçamos distorcidos. O amor permissivo não é o amor do Pai. Ele não nos deixará desprotegidos. Ele nos envolve para nos proteger. Quem não se deixa envolver, não está protegido. Ninguém se apiedou de ti para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; porém foste lançada fora no campo, pelo nojo de ti, no dia em que nasceste. E, passando eu por ti, vi-te banhada no teu sangue, e disse-te: Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, disse-te: Ainda que estás no teu sangue, vive. A verdadeira compaixão não é permitir fazer o que você quer, mas tirar de tudo aquilo que não é plano do Pai. O Pai quer passar pelas nossas vidas e cuidar do nosso crescimento e desenvolvimento. Ele quer cortar com toda a herança (iniquidade) que recebemos dos nossos antepassados.

No nascimento é-nos cortado o cordão umbilical físico. Sua função de nos ligar à mãe e nesse contato nos manter vivos, alimentados e seguros, deixa de existir. Muitos, diz a psicologia, ficam presos emocionalmente a este cordão. Isso não é bom. Afinal, precisamos crescer. Não vivemos na “Terra do Nunca” da história de Peter Pan. A vida avança para uma nova etapa. Agora, alimento, segurança e vida nos são dados de outras formas. Mas crescer não é fácil! Às vezes dói. Mas se nesse crescimento cortamos o cordão umbilical físico, o conceito quer nos lembrar, agora positivamente que na família, psicologicamente falando, ele vai existir, ser “elástico” e durar a vida toda. Através desse cordão umbilical elástico há uma segurança extra, sempre presente, que garante elementos básicos para o viver de cada ser humano. Dentre estes o sentimento de pertencimento. Através dele, psicologicamente falando, mantemos uma ligação com a nossa família. Dele decorre que nas dificuldades, não nos sentimos sós, mas pertencentes. Essa visão não nos prejudica, mas serve de alicerce, ou noutra figura de linguagem, de um “porto seguro”. Espiritualmente falando não nascemos com nenhum cordão umbilical (Salmo 51.5; Efésios 2.1). Mas somos enxertados num, pelo Batismo. Este nos une ao Pai Celestial, pela fé em Cristo, criada no Batismo. Ele, por mais que o tempo passa, serve para nos trazer de volta a grande família da fé. Por meio do Batismo, este cordão umbilical “espiritual”, cria em nosso coração um sentimento de pertencimento e de acolhida. 

Triste é ver e perceber um grande número de “suicídios” espirituais causados pela ruptura deste cordão e pela inanição espiritual que este afastamento causa. Este vínculo espiritual é elástico. Mas pode ser rompido definitivamente na hora da morte, caso não tenha sido alimentado, mantido, levado em conta, vivido… Mas, belo, relevante e de grande importância, é sabermos que na sua elasticidade, ele nos permite voltar à casa paterna. Assim como a família tem recebido de volta os seus, por causa de decisões infelizes, pelos reveses da vida, etc. também a família da fé está aberta a volta daqueles que partiram expondo-se a morte espiritual. Mas essa família faz mais, Ela vai ao encontro daqueles que anseiam por voltar e ter no coração este sentimento maravilhoso de pertença, de acolhida, de sustento e de amor.

A história do Filho Pródigo (Lucas 15.11ss), é bem isso. Aquele filho teve uma família para onde voltar. Que bom ser família assim, tipo “porto seguro”. É bom ser igreja assim. E em Cristo nós somos igreja que acolhe, religa pelos sacramentos, vai ao encontro e permite a constante volta… Viva assim em sua família. Garanta a noção de pertencimento a todos os seus integrantes. Se você desejar ir, pense bem antes… É direito seu. Tendo ido, saiba que podes voltar. Não por mérito seu, mas por graça…pela graça de pertencer a uma grande família que vive suprida pela graça de estar unida ao Pai Celeste pelo cordão espiritual da fé.

Abandonar a fé em Deus, é como cortar o cordão umbilical que nos liga ao único ser capaz de realmente alimentar nossa alma. Agir pelas nossas próprias forças, estribados no nosso próprio entendimento, embaçados na nossa visão, no nosso conhecimento, é dizer no fundo do coração: não há Deus, pois, na prática, o que existe para mim sou eu e minha capacidade. A fraqueza da sua fé não destruirá você. Uma mão trêmula pode receber um presente de ouro. A salvação do Senhor pode vir a nós embora tenhamos a fé somente como um grão da semente de mostarda. Porque uma vez exercitada corretamente a fé se converte no motor da natureza inteira. A fé opera de acordo a condição, às circunstâncias, sexo, ou habilidade da pessoa na qual vive, e a melhor maneira que se manifesta é em sua própria forma, não de uma maneira artificial, mas na efusão natural do coração.


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Um Falso Arrebatamento

O mundo perdido está preparado para a grande encenação, que ocorrerá após o arrebatamento da igreja que se dará em qualquer data posterior a uma perseguição a nível mundial contra a igreja do Senhor. Cada vez mais vimos sinais dessa perseguição quando o nível de apostasia cresce mais e mais, o que levará o mundo a odiar terrivelmente o cristianismo evangélico, já que o termo evangélico, por causa dos falsos profetas e dos falsos cristãos, está ganhando mais e mais teor pejorativo.

A confusão sem dúvida vai ser muito grande, porque a maior parte das pessoas que se dizem “evangélicas’ nunca nasceram de novo e, portanto, não serão arrebatadas. Isso causará confusão porque o argumento dos incrédulos e dos evangélicos é que o fenômeno não poderá ser explicado como um arrebatamento da igreja pois a maior parte da igreja protestante ainda estará no mundo. Qual explicação será dada? Discos voadores, com certeza! Há na literatura esotérica e ufológica ideias semelhantes ao arrebatamento bíblico.

O desaparecimento de pessoas, é uma ideia comum entre os esotéricos modernos. A ideia se desenvolveu desde a década de 1980, e mais intensamente na década de noventa. Abraham Ergom, por exemplo escreveu um livro chamado “Projeto Evacuação Mundial: nosso mundo está sendo programado para receber uma explicação plausível sobre um desaparecimento em massa de indivíduos, e com certeza o mundo sobrenatural dos anjos caídos tem parte nisso. A ideia de uma evacuação mundial parte de um mítico ser interplanetário chamado de Ashtar Sheran, que transmite mensagem através da canalização para pessoas que são contatadas desse ser espiritual.

Estejamos atentos para esses dias perigosos, Jesus ensinou que deveríamos orar e vigiar,

Jesus em breve voltará, estejamos preparados para não o negar em caso de ameaças de martírio, por parte de um mundo cada vez mais avesso à moral judaico cristã. Vigie e se prepare, porque quando as coisas apertarem, só os verdadeiros cristãos estarão preparados para o grande aperto que a igreja enfrentará.

Clavio Juvenal Jacinto

http://claviojacinto.blogspot.com.br

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Abatimento da Alma

A tristeza, o medo, a angústia e a ansiedade são sentimentos que fazem parte de nossa existência humana. Eles causam o abatimento da alma, e geralmente são oriundos de adversidades vivenciadas pelos filhos de Deus.

Quando o vento sopra ao contrário, quando a montanha é alta demais, quando a noite se prolonga, quando a tempestade bate impiedosamente contra nós, quando as muralhas nos cercam, com certeza a nossa alma responderá com temores, o nosso corpo com tremores e os olhos com lágrimas.

Gigantes de Deus experienciaram suas crises emocionais. Observe, por exemplo, o caso de Davi, um grande rei e guerreiro, que diante das lutas no campo de batalha da alma, gemeu amargamente:

Estou cansado de tanto gemer; todas as noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago. Meus olhos, de mágoa, se acham amortecidos, envelhecem por causa de todos os meus adversários. (Salmo 6.6-7)

A atitude de Davi diante de seus sentimentos não foi a de negação, mas a de enfrentamento, confiando naquele que poderia livrá-lo de tão pesada carga:

Tem compaixão de mim, SENHOR, porque eu me sinto debilitado; sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão abalados. Também a minha alma está profundamente perturbada; mas tu, SENHOR, até quando? Volta-te, SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por tua graça. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade, porque o SENHOR ouviu a voz do meu lamento; o SENHOR ouviu a minha súplica; o SENHOR acolhe a minha oração. (Salmo 6.2-4; 8-9)

A Escritura ensina como se deve lidar com tais sentimentos, e  mostra que é preciso manter a confiança em Deus diante das adversidades da vida. Davi luta na arena do próprio ser, firmando a confiança na misericórdia e na graça Deus, que acolhe o seu lamento e súplica em forma de oração, livrando a sua alma do fardo inquietante.

Em outro Salmo Davi mais uma vez manifesta os seus sentimentos:
As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está? (Salmo 42.2)

Percebemos a intensidade do contínuo sofrimento do salmista na expressão “dia e noite”. Você já vivenciou uma situação semelhante a esta, onde não consegue um só momento livrar-se do amargor da alma? Mas uma vez, conscientemente e decididamente, Davi busca amparo e socorro em quem o pode livrar e salvar, e num diálogo interior entre razão e emoção, num ato de fé, verbaliza:

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar. Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. Contudo, o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida. Digo a Deus, minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversários me insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde está? Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. (Salmo 42.5-11)

Davi, em sua contínua busca de força e ânimo mantém o foco em Deus. Após manifestar novamente a confiança em seu auxílio, o salmista declara que o Senhor está sempre presente em seus pensamentos e lembranças. A misericórdia é novamente evocada, e novamente a sua alma é convidada a esperar com ânimo em Deus, pois o tempo de louvar com júbilo logo chegará.

Esperar em Deus não significa que Ele está longe e logo aparecerá. Esperar em Deus é aguardar a sua intervenção no curso dos acontecimentos, pois Ele sempre está ao nosso lado, e no momento certo, da maneira ideal, provê a cura, a libertação e a salvação dos seus filhos, para o louvor e glória do seu santo nome.  Pr Altair Germano

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Yes! Nós Temos Falsos Profetas!

O Brasil está virando um celeiro… De falsos profetas também! Isso pode até chocar, mas não é nada perto do que esses perversores do Evangelho são capazes de fazer para se locupletarem através das manobras que arrastam multidões às suas armadilhas.

UM AVISO: Não estou falando só de neopentecostais, não! Eles estão infiltrados em TODAS as denominações, indistintamente, e agindo de igual forma, sugando e sangrando as igrejas por dentro!

Quando disse TODAS, são TODAS mesmo: Não escapam presbiterianos, batistas, luteranos, metodistas, pentecostais, tradicionais, independentes, renovadas, avivadas... E por aí vai! Eles estão dominando o cenário evangélico brasileiro!

Tem falsos profetas para todos os gostos. Há daqueles mais mansos e dissimulados, mas podemos facilmente esbarrar nos mais aguerridos, nervosos e abusados. Têm daqueles que vou chamar de “fala mansa”, são aqueles que sussurram promessas de prosperidade e vida fácil; mas também têm os que provocam catarse que arrebatam os ouvintes com profetadas apocalípticas e revelações estonteantes. Alguns querem ganhar pela aparência. Tanto é que não é de hoje que a gente vê circulando por aí “pastoras peruas” e pastores “roqueiros, metaleiros” – sem falar dos “mauricinhos” e das “patricinhas” que amam desfilar grifes famosas, relógios caríssimos e carrões... Desculpem mais uma vez, mas onde nasci se diz assim: É cada um mais besta que o outro!

No passado, o que mais preocupava um ministro quando se preparara para o púlpito, tribuna, etc., era a consagração. O preparo espiritual, o domínio das Escrituras e o temor dominavam a cabeça dos pregadores. Agora a coisa mudou muito em muitos casos. Podem me jogar pedras, mas para muitos pregadores e pregadoras, a preocupação maior é o look (visual), e isso é o que pode satisfazer o ego inflamado de quem está preocupado com a casca, mas para Deus o que interessa mesmo é o conteúdo!

A propósito, alguém conhece um tempo na igreja que não havia “falso” profeta?! Eu também desconheço. Desde o início, sempre houve essa “laia” de gente em nosso meio e, para ser bem honesto, mesmo não dominando o assunto 100%, acho que eles até tem uma “utilidade” entre nós: Para que o verdadeiro se destaque ao se estabelecer a comparação – essa é uma opinião muito minha, muito particular mesmo. Fora isso, não servem pra mais nada!

Desculpem a ironia, mas parece que virou moda ser falso profeta no Brasil. E o pior é que tem “consumidor”, tem público pra isso! É de arrepiar, mas o que tem de gente seguindo homens e mulheres que distorcem as Escrituras na maior cara de pau é surreal! Por aqui, em solo tupiniquim basta fazer uma gracinha, mostrar um milagrinho, cantar um pouco mais agitadinho, fazer da pregação um stand up, inventar uma campanhazinha, realizar uma performance mais curiosa ou qualquer outra estripulia que chove de gente em volta! Onde isso vai parar minha gente?! Eu tenho minhas convicções, e sei muito bem onde isso vai parar!

Tem cada coisa feia acontecendo por aqui que dá nojo de assistir na TV, de ouvir no rádio de encontrar na internet... Misericórdia

http://pulpito-virtual.blogspot.com.br

sábado, 22 de julho de 2017

O Maior Tesouro


Muitas pessoas não tem o costume de ler a Bíblia, outros tem preguiça mesmo, e tem os que preferem ler outras coisas e até mesmo com muitas páginas a mais, isto só porque não sabem o que estão perdendo, mas, depois que experimentam um pouquinho, lamentam o tempo que foi perdido, por isso, não perca mais tempo em sua vida, comece a ler a Bíblia agora mesmo.

10 razões para que você leia a bíblia, porém existem muito mais a encontrar dentro deste tesouro.



1 – Para ter alegria.

Sem a Palavra de Deus, é impossível viver livre da ansiedade e inquietação:
“Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e delícias eternas à vossa direita.” (Salmo 15,11).
“Neemias disse-lhes: Ide para as vossas casas, fazei um bom jantar, tomai bebidas doces, e reparti com aqueles que nada têm pronto; porque este dia é um dia de festa consagrado ao nosso Senhor; não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força. (Neemias 8,10)

2 – Para ter paz.

O Senhor lhe concederá a paz que o mundo não lhe pode dar. Primeiro, porém, você precisa encontra-la na Palavra de Deus:
Grande paz têm aqueles que amam vossa lei: não há para eles nada que os perturbe. (Salmo 118,165).

 3 – Para receber cura e libertação.

Você precisa estudar a Palavra de Deus para descobrir em que áreas necessita de libertação
“Enviou a sua palavra para os curar, para os arrancar da morte.” (Salmo 106,20)
E Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos livrará. (João 8,31-32). 

 4 – Para ter sabedoria.

O conhecimento da Palavra de Deus é o ponto de partida para você desenvolver sabedoria
“A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples.” (Salmo 18,8)
“Porque meu povo se perde por falta de conhecimento; por teres rejeitado a instrução, excluir-te-ei de meu sacerdócio; já que esqueceste a lei de teu Deus, também eu me esquecerei dos teus filhos.” (Oséias 4,6)

 5 – Para saber aonde você está indo.

Você não tem como prever o futuro nem como saber exatamente para onde está rumando, mas a Palavra de Deus a guiará
“Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho.” (Salmo 118,105). 
“Eis o que diz o Senhor, teu Redentor, o Santo de Israel: eu sou o Senhor teu Deus, que te dá lições salutares, que te conduz pelo caminho que deves seguir.” (Isaías 58,17)

 6 – Para ter sucesso.

Quando você vive de acordo com os ensinamentos da Bíblia, seus caminhos prosperaram e você é bem-sucedido
“Traze sempre na boca (as palavras) deste livro da lei; medita-o dia e noite, cuidando de fazer tudo o que nele está escrito; assim prosperarás em teus caminhos e serás bem-sucedido.” (Josué 1,8).
“Já sei que o Senhor reservou a vitória para seu ungido, e o ouviu do alto de seu santuário pelo poder de seu braço vencedor.” (Salmo 19,7).

 7 – Para viver em pureza.

A fim de desfrutar mais da presença de Deus, você precisa viver em santidade e pureza. Para isso, precisa ser purificado por meio da Palavra de Deus
“Como um jovem manterá pura a sua vida? Sendo fiel às vossas palavras.” (Salmo 118,9).
“Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado. …  Aspergi-me com um ramo de hissope e ficarei puro. Lavai-me e me tornarei mais branco do que a neve. (Salmo 50, 4-9)

 8 – Para obedecer a Deus.

Se você não entender as leis de Deus, não terá como obedecer-Lhe
“Mostrai-me, Senhor, o caminho de vossas leis, para que eu nele permaneça com fidelidade. Ensinai-me a observar a vossa lei e a guardá-la de todo o coração. Conduzi-me pelas sendas de vossas leis, porque nelas estão minhas delícias. Inclinai-me o coração às vossas ordens e não para a avareza. (Salmo 118,33-35).

 9 – Para crescer na fé.

Não é possível crescer na fé sem ler e ouvir a Palavra de Deus
“Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo.” (Romanos 10,17).
Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. (II Pedro 3,18)


 10 – Para discernir entre o bem e o mal.

Nos tempos de relativismo em que vivemos, precisamos ainda mais da Palavra de Deus para fazer distinção entre o certo e o errado.
“O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém.” (II Coríntios 2,15)

Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma doutrina profunda, porque é ainda criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal. (Hebreus 5,13-14)


E temos ainda outras milhares de razões…

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Nossa História nas Estrelas


Existe uma história escrita nas estrelas. As estrelas contam histórias... Olhar para o céu é ver o passado. Olhe a noite, veja o céu em sua devasta escuridão, mas olhe além, olhe as estrelas que lhe mostrarão o passado, presente e futuro. As estrelas contam histórias de vidas, mortes, mistérios, amores, coisas terríveis; as estrelas tudo veem, nada se escondem delas...nem mesmo os segredos mais bem guardados; tudo o que elas veem elas sabem. Você nunca estará só se olhar para o céu e ver as estrelas! 

Olhar para o espaço é uma viagem no tempo, na história. É olhar para o passado. No Universo, não existe o presente, o agora, o instante atual. Tudo que vemos é passado. Quando olhamos para as estrelas, estamos vendo o passado delas. Se a estrela estiver bem longe, bem longe mesmo, ela pode até nem mais existir da forma como a conhecemos hoje - e inclusive ter se transformado em outro corpo celeste. Devido ao tempo que a luz leva para viajar no espaço, quanto maior a distância a que olhamos, mais remoto o passado que vemos. O presente, infelizmente, só será visível no futuro. 

As estrelas, são representações de algo que já não corresponde ao presente. Podemos vê-las, mas pertencem a outro tempo e outro espaço, a exemplo do que são as próprias fotografias, que nos contam histórias de algo que já não está mais ali. Grande parte dos pontos brilhantes que vemos no céu à noite são apenas projeções de um passado muito distante, de corpos celestes ou galáxias inteiras que podem até não existir mais! Assim, todas as informações que nos chegam são de coisas que já aconteceram há bastante tempo. 

Estudamos o universo através da luz de estrelas e galáxias distantes. Quando observamos uma estrela, estamos captando a luz que ela emitiu para o espaço. A luz não é instantânea, é por isto que estamos sempre vendo o passado quando olhamos para o céu noturno. A luz é uma forma de energia que viaja extremamente rápido pelos padrões terrestres com a incrível velocidade de 300000 km/s., entretanto, mesmo a luz leva um tempo considerável para viajar as vastas distâncias no espaço. Por exemplo, a luz leva 1 segundo para viajar a distância entre a Terra e a Lua, e leva 8 minutos para viajar a distância entre a Terra e o Sol. Uma velocidade com a qual é possível dar 8 voltas em torno da Terra em apenas 1 segundo. A luz das outras estrelas leva anos para chegar até nós, por isso medimos as distâncias entre as estrelas em unidades chamadas anos-luz. Um ano-luz é a distância percorrida pela luz em 1 ano, em torno de 10 trilhões de km. Note que o ano-luz é uma unidade de distância, e não de tempo. 

Mas como a distância entre os corpos celestes também é grande, pode levar um bom tempo para que a luz da estrela chegue até nós. Talvez você saiba que ao olhar para as estrelas, não está as vendo realmente, mas sim, uma representação do que elas eram no momento em que sua imagem (luz) começa a viagem, da origem até nosso campo de visão. Dependendo do quão distante a estrela está de nós, esse trajeto pode durar centenas ou milhares de anos-luz para ser concluído, o que implica que a visão que temos pode corresponder até mesmo a uma estrela que já não mais existe.

Se olhamos uma galáxia que está a 10 milhões de anos-luz de distância, nós a vemos como era há 10 milhões de anos. Se observamos um aglomerado de galáxias distante 1 bilhão de anos-luz, nós o vemos como era 1 bilhão de anos atrás. Por fim, a velocidade da luz limita a porção do universo que podemos ver. Se o universo tem 14 bilhões de anos de idade, então a luz de galáxias mais distantes do que 14 bilhões de anos-luz não teve tempo de nos alcançar. Nós podemos dizer que o universo observável se estende por um raio de 14 bilhões de anos-luz da Terra. Quando olhamos para aquelas fotos magníficas do telescópio Hubble, por exemplo, estamos vendo o universo como ele era no passado, não como ele é hoje. Quanto mais fundo o Hubble olha dentro do Cosmos, mais para trás no tempo ele vê, uma vez que a luz leva bilhões de anos para atravessar o Universo Observável. Esta característica transforma o Hubble em uma poderosa ‘máquina do tempo’ que permite aos astrônomos verem as galáxias como elas se apresentavam há 14 bilhões de anos, entre 600 e 800 milhões de anos após o Big Bang e nos permite atingir a visão do início da história do Universo.

Só podemos enxergar um determinado objeto se a luz, produzida ou refletida, sair do objeto e, atingindo nossos olhos, estimulá-los. Logo, podemos entender que a luz sempre gastará um determinado intervalo de tempo para deixar o corpo observado e chegar até o observador. Em situações cotidianas, as distâncias entre os olhos e os objetos são muito pequenas diante da velocidade de propagação da luz. Assim, o intervalo de tempo para que o estímulo dos olhos ocorra é infinitamente pequeno. As distâncias entre os corpos celestes e a Terra são tão grandes que o tempo gasto pela luz não pode ser desconsiderado. Assim, as imagens captadas por telescópios não são atuais, mas representam o estado do objeto observado levando-se em consideração o tempo de chegada da luz. Quanto mais longe observamos, mais para trás viajamos no tempo, o que permite estudar os primeiros “momentos” do universo. A imagem de um objeto a 5.000 anos-luz da Terra representa o estado desse objeto 5.000 anos atrás!

A estrela mais brilhante do céu noturno, Sirius, está a 8 anos-luz de distância, o que significa que quando enxergamos Sirius a vemos como era 8 anos atrás. 

A nebulosa de Orion, uma região de formação estelar visível a olho nu como uma pequena nebulosidade acima das Três Marias, na constelação de Orion, está a 1500 anos-luz da Terra. Portanto, nós vemos a nebulosa de Orion como ela era há 1500 anos, mais ou menos na época da queda do Império Romano. Qualquer evento que tenha acontecido, na nebulosa de Órion daquela época para cá não pode ser observado por ninguém, pois a luz desses eventos não pode ainda nos alcançar.

Que mensagem para nós se encontra dispersa pelo universo? Que palavras são gatafunhadas pelas estrelas nos quadros de ardósia da noite escura? Podemos seguir os vestígios das raízes na nossa árvore genealógica até ao início do universo, há 14 bilhões de anos. Nessa altura, claro, não havia sinais de vida, mas o potencial da vida estava no esquema do universo, tal como o esquema de uma árvore está contido na sua semente.

Nenhum de nós é insignificante. Podemos ser pequenos e ter poderes limitados, mas conseguimos compreender a nossa história nas estrelas e sabemos que o universo não está completo sem nós. 

Não se trata de uma fábula nem de uma fantasia romântica, mas de mil fatos significativos. Também sabemos que não somos apenas uma parte inseparável e necessária do universo, mas que o próprio plano do cosmos fez tudo para que acabássemos por aparecer. As teorias do Big Bang e da Evolução são reais, não contradizem o cristianismo e fazem parte dos planos divinos. O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige. O desenvolvimento de cada criatura não contrasta com o conceito de criação, pois a evolução pressupõe a criação de seres que evoluem. Há pessoas que leem o Gênesis e entendem que Deus agiu “como um mago, com uma varinha mágica capaz de criar todas as coisas; Deus é mágico, lembra? Ele sacode sua varinha fantástica e puff, está explicado”.

Você já teve oportunidade de olhar para o céu numa noite estrelada? Já pensou em como o brilho das estrelas faz toda a diferença no azul escuro do céu? Tentou imaginar como o céu ficaria se não houvesse estrelas? 

Com certeza, seria muito sem graça e provavelmente ninguém olharia para cima nas noites quentes de verão porque tudo já seria muito conhecido. Mas, com as estrelas a enfeitar o céu é tudo diferente! Numa noite estrelada, a claridade das estrelas sempre traz novas nuances, novos espaços para descobrir e desenhos imaginários a realizar, sensações que nos fazem sonhar acordados e agradecer a Deus por ser tão criativo e meticuloso, por pintar o céu com uma imensidão de pontinhos luminosos que enriquecem o azul escuro.

Se olharmos para o céu escuro e imaginarmos que cada estrela tem um propósito definido, uma missão única, que mais ninguém pode realizar por ela, podemos compreender completamente o que o Criador deseja: que sejam instrumentos únicos, especiais e irrepetíveis do Seu grande amor por toda a humanidade, que vive oprimida nas sombras de uma vida vazia, sem brilho, esquecidos em suas lutas diárias, solitários, vivendo de forma perversa e degradante.

Eu e você, pequenas estrelas no universo, temos um chamamento específico, temos uma tarefa que, em princípio, pode parecer insignificante diante das atrocidades do mundo sem Deus, mas que faz uma grande diferença em pessoas queridas, que são nossos companheiros no trabalho, na escola, na família e esperam, com ansiedade por um pouco de luz em suas vidas. As estrelas cantam, ainda que em vida nunca possamos ouvi-las, contemplar a magnifica beleza criada por Deus e imaginar que estas cantam jubilando sua criação é sem dúvida muito belo.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Evangelho para "Evangélicos"




E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 8:32 e 36.

A verdadeira graça procede de Jesus, por isso não se precisa afirmar a graça ao lado de Cristo, pois sem Cristo não há graça. E graça é favor imerecido, ou seja, “é Deus dando e fazendo tudo a quem nada merece.” É o “cordeiro que foi imolado desde a fundação do mundo”, que é o precipitador e mantenedor de toda graça. É por isto que não podemos falar Cristo e a graça, porque sem Cristo não há graça. Também não podemos dizer só Cristo mais a fé, porque sem Cristo não há fé. Não podemos dizer só Cristo mais as Escrituras, porque as Escrituras concorrendo com Jesus esquizofreniza a mente, por isso o que nós precisamos é só de Jesus. As Escrituras Sagradas serão realmente entendidas verdadeiramente quando lida a partir do Verbo Encarnado. Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. 2 João 1:7.

Quando esta conclusão entra em nosso coração, há uma revelação que simplifica o olhar na vida e também radicaliza até mesmo as essências de nossas decisões. Quando temos esta visão, perceberemos que não há mais barganhas a fazer e não precisaremos mais de conluios com o cristianismo. Irmãos, este “cristianismo” instituído nos ofereceu praticamente mais de 1700 anos de bruxaria desde o imperador Constantino e não parou com a reforma protestante. Por isso nós não podemos nem ficar com o lado protestante do cristianismo, que nada mais é do que uma versão grega, polida, e de um catolicismo que fez literalmente dieta. Isto fez com que trouxessem para o cristianismo vários pacotes de doutrinas e preceitos de homens. Marcos 7:7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.

Doutrinas e mandamentos de homens fazem com que o evangelho se torne aguado e com isto criam absolutos que relativizam a Verdade insofismável da Palavra de Deus. Por isso, o próprio protestantismo está sob juízo. E esse movimento que nós chamamos de evangélico, essa hidra, essa besta de muitas cabeças, tem tudo, menos o Evangelho. Hoje o que se anuncia é o anti-evangelho, aliás, é o outro “evangelho”. Paulo já havia nos advertido sobre este assunto. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Gálatas 1:8.

O que se anuncia hoje dentro das igrejas é pura macumba e o “deus” que está instaurado é mamon. O altar é aquele no qual as pessoas se ajoelham com expectativa de receber diante de Deus alguma benção, se puser grana e se participar das campanhas. Todas elas são baseadas na obsolescência do Antigo Testamento. Muitas delas são baseadas em Gideão, Sansão, Jefté, Davi, Abraão, na pancadaria, na maldição etc. Porque eles sabem que no Espírito do Novo Testamento não dá para sobreviver com isso que eles chamam “igreja”. Irmãos amados, precisamos definitivamente estar e permanecer casados com o Evangelho da graça de Deus. Porque fora do Evangelho só há barganhas. Hoje a preocupação dos “crentes” é tão somente com as coisas terrenas e não as celestiais. Qual será o fim disto? A resposta, infelizmente é a perdição. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Filipenses 3:18-19.

Hoje os crentes estão se apresentando diante de Deus e da sociedade com uma carteira de identidade de boa conduta, que significa um purismo interior hipócrita. Eles são puros sim, mas puros aos seus próprios olhos, mas não são puros diante do Senhor da glória. Eles nunca foram puros, mas se consideram puros. Que tragédia! Há daqueles que são puros aos próprios olhos e que jamais foram lavados da sua imundícia. Provérbios 30:12.

Não há barganhas a fazer com o cristianismo, com sua hiper valorização ideológica, política, com seu culto aos bens, ao poder, ao status. A grande maioria está anunciando de modo politicamente correto o evangelho, mas desses púlpitos de oráculos magificados pela superstição e pela paganidade da religião de infantes perdidos. O que tem se pregado hoje não é o evangelho, mas uma mistura de doutrinas estranhas que sufocam as pessoas. Não creio que seja evangelho o que se diz com nome de evangelho. Também não creio que se esteja pregando a Jesus, quando se fala o nome de Jesus. Irmãos não podemos nos deixar confundir por nenhuma dessas coisas, porque se o conteúdo não for exclusivamente do evangelho, podem banhar o “cristo” de purpurina, pois a esse “cristo” diremos: “Arreda em Nome de Jesus. O fundamento da igreja é Cristo Jesus o Senhor e não há outro. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; 1 Coríntios 3:11 e Efésios 2:20.

Portanto, se vier qualquer outro evangelho, vestido de qualquer coisa, mesmo que chegue até nós cheios de terminologias que já conhecemos, mas se negar o fundamento e a essência da graça de Deus de que já está tudo feito, pago, realizado, consumado por Jesus, não é o evangelho. O apóstolo Paulo reitera em Gálatas 1:9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.

Sob a recomendação de Paulo eu afirmo em Nome de Jesus que, o que se instituiu a nossa volta é anátema, é abominação. E quem quiser andar em conluio com isso, saiba, está caminhando de mãos dadas com a pior feitiçaria já inventada na terra. Tudo isso está sendo praticado blasfemamente em nome de Jesus e provoca essa grande fraude em nome do evangelho. Eles tornaram o termo igreja em algo que define um agrupamento de assaltados pelos assaltantes mais sofisticados, venais e calhordas que já surgiram na história humana. O “povo de Deus” está achando que basta cultuar a Bíblia, carregar o livro, dizer que são homens da palavra, porque carregam esse livrão que nada mais é do que um “best seller” que endinheira organizações que vivem da venda do produto sem a preocupação da absorção do conteúdo. É por isso que muitos vão para o inferno com a Bíblia e sem Jesus no coração. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Marcos 16:15-16.

O adágio popular diz que “uma andorinha só não faz verão”, mas quando o verão chega até as andorinhas acovardadas tem que voar, porque fica quente demais. Portanto, cada um de nós tem que decidir, ou ficamos com o caminho do clube social, ou ficamos com o caminho do Caminho. Muitos efetivamente preferem lamber e beijar o engano da religião, mas graças ao Senhor, há aqueles que já cuspiram esta maldade e estão comendo Pão da vida. Eles estão seguindo o Cordeiro por onde quer que Ele vá. Estes irão aceitar se alimentar daquilo que é puro e simplesmente Jesus. Aquilo que não é Jesus provoca uma indigestão eterna no coração. Por isso digo que reforma só acontece em templo e não em igreja. Irmãos, somos do Senhor, fomos comprador por Ele. Jesus morreu, nós morremos nEle, para sermos eternamente dEle. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 2 Coríntios 5:15. Amém. Claudio Morandi

quarta-feira, 12 de julho de 2017

O Ateu que Vive em Nós


"Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé" (Mc 9.24)

É mais simples explicar os fatos e acontecimentos extraordinários que nos sobrevêm como sendo obra do acaso, sorte, bons fluídos, esforço pessoal, ou destino, que admitir a ação de um Deus que intervém. O fator Deus não é agradável pra muita gente. 

É mais fácil ler as Escrituras como uma literatura qualquer, e ver suas histórias como quem visita um museu, distanciando-se delas, e não perceber que "eu" sou o cego e o paralítico que precisa desesperadamente de Deus. 

É mais cômodo agir como o rei Agripa, que após ouvir o apóstolo Paulo discorrer sobre a fé, respondeu-lhe tibiamente: "por pouco me persuades a tornar cristão" (At 26.28), que ter a coragem de render-se ao Eterno. Até hoje, muitos ao serem confrontados com a genuína pregação do evangelho, é mais fácil responderem à manifestação do divino dentro do campo da estética ("foi bonito") ou da sensação ("fiquei arrepiado"), sem, entretanto, deixar-se tocar pela Presença do transcendente.

Vida sem fé e sem compromisso com o Eterno é uma vida que privilegia apenas o efêmero, o temporal e as "coisas". Isso inevitavelmente levará a um sentimento de inquietação e vacuidade, mas em virtude dos mecanismos de defesa postos em ação, logo essa insatisfação será interpretada pela alma como necessidade de adquirir "mais coisas".

Há um ateu vivendo dentro de cada um de nós que precisa "entregar os pontos" e se converter Àquele que é. Não obstante, há um longo caminho para isso, e somente quem ousa habitar o mundo da fé consegue fazê-lo.

Nossa alma é anárquica por natureza. Jesus veio por ordem no caos, da mesma forma que Deus ordenou a Terra que até então era "sem forma e vazia", ou seja, caótica como a nossa vida. Não é fácil o caminho do cavaleiro da fé. Queremos desistir, Deus manda perseverar. Queremos retroceder, Jesus diz que não é digno de seu reino quem põe a mão no arado e olha para trás. 

"Induzo o coração a guardar os teus decretos" (Sl 119.112), dizia o rei Davi. Ou seja, por ele mesmo não guardaria, a menos que tomasse o firme propósito de submeter-se ao Eterno. A vida parece ser menos penosa quando somos guiados apenas pelos instintos, posto que viver em bondade e santidade nos traz constante luta contra nossas tendências naturais.

Sim, é difícil orar, e manter a atenção sem que imediatamente nos sobrevenham pensamentos "diversionistas". É difícil perseverar seguindo um Deus invisível numa época que se busca coisas palpáveis, e é penoso esperar pacientemente pelos céus, quando em cada esquina são oferecidas "soluções"rápidas para os nossos problemas.

Isaías dizia que o Eterno era um Deus abscôndito (escondido) e Salomão afirmava que a glória de Deus é "encobrir" e a glória dos reis "esquadrinhar"(Pv 25.2). Mas agora Ele é fácil. Não é mais necessário buscá-lo, ou procurá-lo. Ele está exposto nas vitrines suplicando para ser pego. É óbvio que essa espécie de deus satisfaz plenamente ao coração descrente, agrada as multidões e não compromete. Que fique claro: trata-se não de Deus - mas de um simulacro.

A superexposição desse "deus" pelos meios de comunicação não leva ninguém à fé, mas sim à banalização do Sagrado. Não provoca mudanças na vida pessoal e muito menos na sociedade, a despeito de milhões segui-lo. 

O ateu que vive dentro de nós teme um encontro com o Eterno, pois isso desmontaria sua estrutura de vida. Então, é mais fácil buscar um arremedo do divino, pois no fundo sabe que ainda continua no comando.

"Eu creio.... ajuda-me na minha falta de fé" (Mc 9.24), gritou profunda e sinceramente o pai de um menino endemoninhado, a quem Jesus havia dito que tudo é possível ao que crê. O filho estava enfermo, mas o pai também precisava ser curado do seu espírito de ceticismo e incredulidade. O cético e o incrédulo precisam ser libertos dos poderes da morte.

A vida de fé sempre será penosa. Requer busca, entrega, consagração. Desconfie de todo "deus" que é fácil crer, pois certamente trata-se de um impostor. 

A crença fácil acaba se tornando empecilho para a chegada da fé. A verdadeira fé ama a solidão do deserto. A verdadeira fé aceita ser estrangeira no mundo. A verdadeira fé mantém-se íntegra mesmo diante de decepções e perplexidades. E o ateu que vive dentro de nós precisa morrer. Pastor Daniel Roch

sábado, 1 de julho de 2017

Sem Perdão Não Existe Amanhã

Alguém já disse que a família é o lugar dos maiores amores e dos maiores ódios. Compreensível: quem mais tem capacidade de amar, mais tem capacidade de ferir. A mão que afaga é aquela de quem ninguém se protege, e quando agride, causa dores na alma, pois toca o ponto mais profundo de nossas estruturas afetivas. Isso vale não apenas para a família nuclear: pais e filhos, mas também para as relações de amizade e parceria conjugal, por exemplo.
Em mais de vinte anos de experiência pastoral observei que poucos sofrimentos se comparam às dores próprias de relacionamentos afetivos feridos pela maldade e crueldade consciente ou inconsciente. Os males causados pelas pessoas que amamos e acreditamos que também nos amam são quase insuperáveis. O sofrimento resultado das fatalidades são acolhidos como vindos de forças cegas, aleatórias e inevitáveis. Mas a traição do cônjuge, a opressão dos pais, a ingratidão dos filhos, a rixa entre irmãos, a incompreensão do amigo, nos chegam dos lugares menos esperados: justamente no ninho onde deveríamos estar protegidos se esconde a peçonha letal.
Poucas são minhas conclusões, mas enxerguei pelo menos três aspectos dessa infeliz realidade das dores do amar e ser amado. Primeiro, percebo que a consciência da mágoa e do ressentimento nos chega inesperada, de súbito, como que vindo pronta, completa, de algum lugar. Mas quando chega nos permite enxergar uma longa história de conflitos, mal entendidos, agressões veladas, palavras e comentários infelizes, atos e atitudes danosos, que foram minando a alegria da convivência, criando ambientes de estranhamento e tensões, e promovendo distâncias abissais.
Quando nos percebemos longe das pessoas que amamos é que nos damos conta dos passos necessários para que a trilha do ressentimento fosse percorrida: um passo de cada vez, muitos deles pequenos, que na ocasião foram considerados irrelevantes, mas somados explicam as feridas profundas dos corações.
Outro aspecto das dores do amar e ser amado está no paradoxo das razões de cada uma das partes. Acostumados a pensar em termos da lógica cartesiana: 1. 1 = 2 e B vem depois de A e antes de C, nos esquecemos que a vida não se encaixa nos padrões de causa e efeito do mundo das ciências exatas. Pessoas não são máquinas, emoções e sentimentos não são números, relacionamentos não são engrenagens. É ingenuidade acreditar que as relações afetivas podem ser enquadradas na simplicidade dos conceitos certo e errado, verdade e mentira, preto e branco. A vida é zona cinzenta, pessoas podem estar certas e erradas ao mesmo tempo, cada uma com sua razão, e a verdade de um pode ser a mentira do outro. Os sábios ensinam que “todo ponto de vista é a vista de um ponto”, e considerando que cada pessoa tem seu ponto, as cores de cada vista serão sempre ou quase sempre diferentes. Isso me leva ao terceiro aspecto.
Justamente porque as feridas dos corações resultam de uma longa história, lida de maneiras diferentes pelas pessoas envolvidas, o exercício de passar a limpo cada passo da jornada me parece inadequado para a reconciliação. Voltar no tempo para identificar os momentos cruciais da caminhada, o que é importante para um e para outro, fazer a análise das razões de cada um, buscar acordo, pedir e outorgar perdão ponto por ponto não me parece ser a melhor estratégia para a reaproximação dos corações e cura das almas.
Estou ciente das propostas terapêuticas, especialmente aquelas que sugerem a necessidade de re–significar a história e seus momentos específicos: voltar nos eventos traumáticos e dar a eles novos sentidos. Creio também na cura pela fala. Admito que a tomada de consciência e a possibilidade de uma nova consciência produzem libertações, ou, no mínimo, alívios, que de outra maneira dificilmente nos seriam possíveis. Mas por outro lado posso testemunhar quantas vezes já assisti esse filme, e o final não foi nada feliz. Minha conclusão é simples (espero que não simplória): o que faz a diferença para a experiência do perdão não é a qualidade do processo de fazer acordos a respeito dos fatos que determinaram o distanciamento, mas a atitude dos corações que buscam a reaproximação. Em outras palavras, uma coisa é olhar para o passado com a cabeça, cada um buscando convencer o outro de sua razão, e bem diferente é olhar para o outro com o coração amoroso, com o desejo verdadeiro do abraço perdido, independentemente de quem tem ou deixa de ter razão. Abraços criam espaço para acordos, mas a tentativa de celebrar acordos nem sempre termina em abraços.
Essa foi a experiência entre José e seus irmãos. Depois de longos anos de afastamento e uma triste história de competições explícitas, preferências de pai e mãe, agressões, traições e abandonos, voltam a se encontrar no Egito: a vítima em posição de poder contra seus agressores. José está diante de um dilema: fazer justiça ou abraçar. Deseja abraçar, mas não consegue deixar o passado para trás. Enquanto fala com seus irmãos sai para chorar, e seu desespero é tal que todos no palácio escutam seu pranto. Mas ao final se rende: primeiro abraça e depois discute o passado. Essa é a ordem certa. Primeiro, porque os abraços revelam a atitude dos corações, mais preocupados em se (re)aproximar do que em fazer valer seus direitos e razões. Depois, porque, no colo do abraço o passado perde força e as possibilidades de alegrias no futuro da convivência restaurada esvaziam a importância das tristezas desse passado funesto.
Quando as pessoas decidem colocar suas mágoas sobre a mesa, devem saber que manuseiam nitroglicerina pura. As palavras explodem com muita facilidade, e podem causar mais destruição do que promover restauração. Não são poucos os que se atrevem a resolver conflitos, e no processo criam outros ainda maiores, aprofundam as feridas que tentavam curar, ou mesmo ferem novamente o que estava cicatrizado. Tudo depende do coração. O encontro é ao redor de pessoas ou de problemas? A intenção é a reconciliação entre as pessoas ou a busca de soluções para os problemas? Por exemplo, quando percebo que sua dívida para comigo afastou você de mim, vou ao seu encontro em busca do pagamento da dívida ou da reaproximação afetiva? Nem sempre as duas coisas são possíveis. Infelizmente, minha experiência mostra que a maioria das pessoas prefere o ressarcimento da dívida em detrimento do abraço, o que fatalmente resulta em morte: as pessoas morrem umas para as outras e, consequentemente, as relações morrem também. A razão é óbvia: dívidas de amor são impagáveis, e somente o perdão abre os horizontes para o futuro da comunhão. Ficar analisando o caderno onde as dívidas estão anotadas e discutindo o que é justo e injusto, quem prejudicou quem e quando, pode resultar em alguma reparação de justiça, mas isso é inútil – dívidas de amor são impagáveis.
Mas o perdão tem o dia seguinte. Os que recebem perdão e abraços cuidam para não mais ferir o outro. Ainda que desobrigados pelo perdão, farão todo o possível para reparar os danos do caminho. Mas já não buscam justiça. Buscam comunhão. Já não o fazem porque se sentem culpados e querem se justificar para si mesmos ou para quem quer que seja, mas porque se percebem amados e não têm outra alternativa senão retribuir amando. As experiências de perdão que não resultam na busca do que é justo desmerecem o perdão e esvaziam sua grandeza e seu poder de curar. Perdoar é diferente de relevar. Perdoar é afirmar o amor sobre a justiça, sem jamais sacrificar o que é justo. O perdão coloca as coisas no lugar. E nos capacita a conviver com algumas coisas que jamais voltarão ao lugar de onde não deveriam ter saído. Sem perdão não existe amanhã.   Pastor Ed René Kivitz

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Estado Laico e Liberdade Religiosa

Há dois anos, tirei uma nota baixa na prova de uma das disciplinas da Faculdade, por ter respondido a uma das questões, com conteúdos bíblicos cristãos.

Necessário foi, esclarecer o assunto. 

O princípio do Estado laico tem sido objeto de várias controvérsias dentro de alguns órgãos públicos em nosso país, apesar da clareza do direito fundamental de liberdade religiosa, assegurado pela Constituição Federal.

Essas controvérsias são decorrentes basicamente dos equívocos de interpretação e aplicação do princípio da laicidade. Esses equívocos interpretativos concorrem para fomentar uma espécie de aversão a qualquer atividade de caráter religioso no interior de repartições públicas, escolas, hospitais, como se tal princípio tivesse por finalidade proibir toda e qualquer manifestação religiosa nesses locais.

Essa aversão proibitiva de manifestações religiosas no interior de entidades públicas não encontra respaldo na legislação. Além disso, afronta o princípio da liberdade de exercício dos cultos, previsto na Constituição Federal, no art. 5º, inc. VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;.

Essa garantia de liberdade religiosa é uma importante conquista dos cidadãos brasileiros, que pode ser exercida em perfeita harmonia com o princípio do Estado laico. Não há conflito entre esses princípios, quando aplicados nos moldes previstos na legislação. A história e a evolução Constitucional Brasileira nos ajudam a compreender como é possível harmonizar a prática de culto com a laicidade do Estado. 

O direito de liberdade religiosa somente foi inserido no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Constituição Republicana. Trata-se da Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, cujo art. 72, § 3º, assim prescrevia,ipsis litterisTodos os individuos e confissões religiosas podem exercer publica e livremente o seu culto, associando-se para esse fim e adquirindo bens, observadas as disposições do direito commum.

Ressalta-se que a Constituição anterior não garantia a liberdade de culto. Tão somente permitia a liberdade de crença, desde que não externassem publicamente as manifestações religiosas. Isso porque o Império tinha como religião oficial a católica apostólica romana. A Constituição Política do Império do Brazil, outorgada em 25 de março de 1824, estabelecia no art. 5º, in verbisA Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.

A Constituição Federal em vigor, promulgada em 05 de outubro de 1988, seguindo a mesma linha das Constituições posteriores à Republicana, manteve o princípio da liberdade religiosa. Instituiu também o princípio do Estado laico, mediante a proibição imposta à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de oficializar qualquer igreja ou culto religioso. Desse modo, esses entes públicos não podem apoiar um segmento religioso e nem discriminar nenhuma religião. Devem se manter em posição absolutamente neutra, completamente imparcial em relação aos cultos religiosos existentes no país. 

Essa imparcialidade imposta ao Estado não implica dizer que estão proibidas as manifestações religiosas em espaços públicos. Não significa também que o Estado, por meio dos seus agentes e servidores, deve impedir as práticas públicas de culto nos interior dos órgãos públicos. Ao contrário disso, o Estado não pode causar nenhum embaraço e nem dificultar a atividade religiosa exercida livre e espontaneamente por seus cidadãos, desde que respeitada a liberdade de convicção e crença de cada pessoa.

Essas limitações são impostas aos entes públicos pela Constituição Federal, que dispõe no art. 19 dessa forma: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;. Esses são os preceitos que traduzem o real sentido do princípio de Estado laico.

Acerca do referido princípio, Pedro Lenza, na obra Direito Constitucional Esquematizado, 17ª edição, Editora Saraiva, assim preleciona: existe separação entre Estado e Igreja, sendo o Brasil um país leigo, laico, ou não confessional, não existindo, portanto, qualquer religião oficial da República Federativa do Brasil. E ao discorrer acerca da liberdade religiosa, ressalta os seguintes aspectos: Dentro de uma ideia de bom-senso, prudência e razoabilidade, a Constituição assegura o direito a todos de aderir a qualquer crença religiosa, ou recusá-las, ou, ainda, de seguir qualquer corrente filosófica, ou de ser ateu e exprimir o agnosticismo, garantindo-se a liberdade de descrença ou a mudança da escolha já feita.

Diante disso, a correta interpretação do princípio de Estado laico conduz necessariamente ao entendimento de que tal princípio não tem o condão de suprimir a liberdade religiosa dos cidadãos. Muito pelo contrário, como visto acima, a laicidade estatal impõe uma vedação não aos indivíduos, mas ao próprio Estado, proibindo-o de assumir uma bandeira religiosa e de impedir o livre exercício das expressões religiosas por parte daqueles que possuem uma crença.

Decorre ainda desse princípio, o fato de que o Estado, por meio dos seus agentes e servidores, deve permitir que as manifestações de culto ocorram em ambientes públicos, tais como escolas, hospitais, presídios, dentre outros. Essa possibilidade de culto fica claramente evidenciada pela Constituição Federal que garante o acesso de religiosos a locais restritos, para a prestação do serviço de assistência religiosa, denominado capelania, conforme art. 5º, inc. VII: é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;.

O supracitado dispositivo Constitucional foi regulamentado pela Lei nº 9.982, de 14 de julho de 2000, cujo art. 1º dispõe: Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais civis ou militares, para dar atendimento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou com seus familiares no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais. Nota-se que esse preceito legal autoriza expressamente a prática religiosa em hospitais da rede pública, bem como em estabelecimentos prisionais civis ou militares, unidades organizadas e mantidas pelo Estado, desde que observadas as peculiaridades desses ambientes.

Acrescenta-se como mais uma evidência de que o Estado deve permitir a prática de culto em repartições públicas, o fato de que algumas instituições criaram quadro próprio de capelania. Os religiosos que compõem esses quadros são denominados capelães e prestam assistência religiosa prioritariamente aos integrantes dessas instituições públicas. É o caso da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar dos Estados da Federação, bem como das Forças Armadas.

Cita-se a título de exemplo a Lei nº 6.923, de 29 de junho de 1981, que organizou o Serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas. O art. 2º desse diploma legal preconiza: O Serviço de Assistência Religiosa tem por finalidade prestar assistência religiosa e espiritual aos militares, aos civis das organizações militares e às suas famílias, bem como atender a encargos relacionados com as atividades de educação moral realizadas nas Forças Armadas.

Constata-se, portanto, que a Constituição Federal e as Leis Federais acima referidas autorizam de modo expresso a atividade religiosa no interior de hospitais públicos, presídios civis e militares do Estado, bem como a realização do serviço de capelania nas instituições militares dos Estados da Federação e nas Forças Armadas. Logo, não há como impedir a manifestação religiosa em escolas e demais repartições públicas não referidas expressamente. Isso porque deve existir igualdade de direitos e de tratamento entre todos os cidadãos brasileiros, como forma de promover o bem estar de todos, sem preconceitos e sem quaisquer outras formas de discriminação.

Diante do exposto, conclui-se que há perfeita harmonia entre o princípio da liberdade religiosa e o princípio do Estado laico, não existindo qualquer conflito entre ambos. A laicidade do Estado não impõe vedações aos indivíduos, mas ao próprio Estado, que fica impedido de oficializar culto religioso ou igreja, bem como de provocar embaraços ao livre exercício das manifestações religiosas. 

Ademais, Estado laico não significa afirmar que estão proibidas as práticas de culto no interior de repartições governamentais. Isso porque a legislação autoriza a prestação de assistência religiosa (capelania) em hospitais públicos, presídios civis e militares, Polícias e Bombeiros Militares dos Estados da Federação e nas Forças Armadas. Enfim, essa liberdade de culto se estende às demais entidades públicas, como escolas e repartições não referidas expressamente em lei, por força do princípio da igualdade de direitos entre os cidadãos brasileiros. 

Fonte: 

Defesa do Evangelho
Blog do Adiel Teófilo
http://adielteofilo.blogspot.com.br/2017/06/a-igreja-dentro-lei-estado-laico-x.html