Na Palavra de Deus, encontramos mandamentos claros quanto à
idolatria. Em 1 Coríntios 10.7,14 está escrito: “Não vos façais, pois,
idólatras [...]; meus amados, fugi da idolatria”. E, em 1 João 5.21, lemos:
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. Mas, o que é idolatria, de acordo com as
Escrituras? O termo “idolatria” é uma transliteração da palavra grega eidololatria, que alude a adoração
a ídolos, adoração a imagens como divinas e sagradas. Idolatria é um tipo de
iniquidade, posto que denota prestar — conscientemente — honras divinas a
qualquer produto de fabricação humana, ou atribuir poderes divinos a operações
puramente naturais.
Esse gravíssimo pecado contra Deus consta do Decálogo, mais
precisamente do segundo mandamento: “Não farás para ti imagem de escultura” (Êx
20.4). No Novo Testamento, o conceito de idolatria foi ampliado (Gl 5.20;
1 Co 5.11). Para os israelitas, o segundo mandamento restringia-se à adoração
aos deuses de ouro, prata, madeira, barro, etc. Hoje, qualquer tipo de
idolatria é vedado ao povo de Deus. A avareza, por exemplo, é retratada como
uma forma de idolatria (Ef 5.5), um sentimento que impede o ser humano de amar
a Deus sobre todas as coisas (Mt 19.24; Lc 12.16-21; 1 Tm 6.10).
À luz das Escrituras, o pecado da idolatria nunca é praticado de
modo inconsciente. Quem adora imagens de escultura como se fossem deuses, mesmo
fazendo isso por ignorância, fá-lo de maneira intencional, consciente. Quem
adora Mamom, da mesma forma, faz isso porque o seu coração está nas riquezas
(Mt 6.19-24). Quem idolatra o mundo, como o desviado Demas (2 Tm 4.9), também
coloca, de modo consciente, as coisas mundanas no lugar de Deus (1 Jo 2.15-17;
Tg 4.4-8).
Se a idolatria é um pecado praticado sempre de modo consciente —
ou seja, o idólatra peca objetivamente, pondo o objeto de sua idolatria no
lugar de Deus —, por que chamar de idolatria o ato de enfeitar uma casa com um
pinheirinho, luzes e bolas coloridas? Afinal, o cristão que faz isso está,
consciente e objetivamente, colocando a decoração do Natal secular no lugar de
Deus? Ou ele faz isso porque gosta desse período de confraternizações, aprecia
o belo e quer externar sua alegria?
Alguém poderá argumentar que a origem de tais enfeites está
ligada ao paganismo. Entretanto, se quisermos adotar uma forma de santidade
extremada — superior à própria santidade que o Senhor pede de nós, a qual consiste
em se apartar de tudo que nos torna objetivamente idólatras —, nos tornaremos
legalistas e teremos de reescrever um código de leis contendo uma longa relação
de "não toques, não proves, não manuseies" (Cl 2.21).
O Natal secular não é o Natal de Cristo, mas nós, que conhecemos
o verdadeiro sentido dessa celebração, não devemos priorizar questiúnculas. O
mais importante, nessa época do ano, é nos alegrarmos com as nossas famílias e
aproveitarmos para cantar louvores ao protagonista do Natal — Jesus Cristo — e
anunciar o seu Evangelho ao mundo. Afinal, se Cristo não tivesse nascido, não
teria sido crucificado. E, se Ele não tivesse morrido por nossos pecados,
também não teria ressuscitado para a nossa justificação. Feliz Natal a todos! (Ciro Sanches Zibordi)
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