Duas
realidades tremendamente difíceis e não pouco desafiadoras para qualquer homem
são o sexo e o dinheiro.
Testosterona
e cifrão não se deixam dominar com facilidade. A sua força, muitas vezes, é
quase que incontrolável, e as suas manifestações são muitíssimo frequentes e
estão ai, em todo e qualquer lugar, sem nenhuma trégua. E, além disso, além de
todo esse ambiente provocado por esse binômio, há também os apelos de dentro,
aquelas inclinações que cada mortal já traz dentro de si e que, segundo Jesus,
vem do íntimo: os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os
adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia... Todos esses males vêm
de dentro e contaminam o homem (Mc 721-23). O que está do lado de fora, na
sociedade, entre as pessoas, não é outra coisa senão exatamente aquilo que está
do lado de dentro do ser humano. Está do lado de fora porque alguém lançou de
si para o exterior; mas, na verdade, nunca deixou de estar do lado de dentro.
Por isso dizemos que quando uma tentação vem de fora é porque alguém a
exteriorizou, isto é, lançou de dentro de si aquilo que estava no seu íntimo.
Mas isto continua lá dentro, pois ninguém expele de si as suas próprias
sujidades para ficar livre delas. São como uma fonte que, apesar de lançar de
si águas e águas, continuam a jorrá-las, para sempre. E aí você vê do lado de
fora aquilo que estava do lado de dentro de alguém! Você vê do lado de fora,
mas sente do lado de dentro. Isto porque na verdade o que você está vendo do
lado de fora, é algo do lado de dentro de alguém, lhe atingiu, e atingiu
exatamente porque você, do lado de dentro, coincide com aquilo que é do lado de
dentro do outro e que foi por ele exteriorizado. Isto esclarece o fato de o
avarento arquitetar um plano e, não raramente, atingir o seu alvo. Ele pensa
consigo: Vou mostrar para aquele cara exatamente o que lhe vai enfeitiçar e lhe
dominar, e aí vou içá-lo dessa posição na qual ele pensa que está firme. Quando
o plano é mostrado ele sente o seu poder. Sente onde? No seu interior; do lado
de dentro. E sente por quê? Porque a mesma avareza daquele que fez o plano para
fisgá-lo ele tem. Não é outra; é a mesma. A diferença é que um é ativo e o
outro é passivo.
No
seu caso, meu irmão, o que lhe pode livrar e tem livrado é o seu conhecimento
da palavra de Deus e o seu temor ao Senhor, que lhe dá instrução, capacidade de
ver o ardil e livrar-se dele. Mas você sente a força da tentação. Ou não? Claro
que sim! Todo mundo sabe por que muitos espertos acertam nos seus ataques! Eles
oferecem vantagens e ganhos, e, com isso, despertam nas pessoas essa coisa,
esse desejo, essa volúpia que está embutida em cada mortal, e que é chamada
pela bíblia de avareza. Aí as pessoas caem, sofrem, tomam prejuízo e reclamam etc.
Tomam prejuízo com a velha intenção de obter lucro fácil. É o prejuízo que
nasce dentro do ninho da ganância. A usura é irmã do atraso. Assim também com
respeito à sexualidade. Sua cantada pode vir com qualquer tom, mas não passará,
sempre, de uma canção de lamento, o que não é uma novidade! Essa coisa é assim:
Quem tenta tem do lado de dentro, no seu íntimo, os mesmos elementos daquele
que é tentado. Nesse aspecto da vida, como em outros tantos, os seres humanos
se encontram e são coincidentes.
Portanto,
cuidado com essas duas feras- testosterona e cifrão. Elas são as “donas do
mundo”! Sem nenhum exagero. É a pura verdade. Quase tudo aqui é tocado pelo
desejo febril atiçado por Mamom e pelo calor do peito de Afrodite. E nunca será
diferente, pois se fosse a população do planeta seria diminuta e o trabalho não
passaria de um peso insuportável. O que seria da nossa terra se esses dois
primos passassem à inexistência? Estaríamos diante de uma realidade descolorida
e completamente cinza, pois o que haveria de levar um homem a procurar sua
mulher? E o que levaria a esposa a se preparar com os estimulantes da
feminilidade? Sem o elemento testosterônico infiltrado em todos os mortais
esses feitiços não existiriam. Deus fez assim. Ele mesmo criou todos os hormônios,
e aí está a testosterona. Ela não é filha do pecado, ainda que possa ser usada
pelo pecado e para o pecado. Assim como ocorre com tudo o que nos veio pela
graça do Criador, pois os dons de Deus e as manifestações da sua bondade a nós
outorgados podem ser canalizados para o erro com muita facilidade. E dentro
dessa circunferência está também o cifrão, elemento desejado durante a vida, e
que se sobrepõe, em termos de tempo, à testosterona. O menino já quer o dindin,
mesmo que ainda não tenha sido testosteronicamente despertado, e o velho também
deseja, mesmo que, testosteronicamente falando, já seja deficitário. Da
meninice ainda pequena até o ocaso da vida o cifrão acompanha o homem. Meninos
e velhos o querem até na hora da morte; mesmo no último suspiro o homem ainda
sonha com os números da “grande sorte”. Prazer e poder são uma mistura muito
bem amalgamada e intrinsecamente fundida no cadinho do coração humano. Por isso
é que a escritura adverte: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
desesperadamente corrupto; quem o conhecerá (Jr 17.9)? Aí, pois essa mistura,
presente em todos os mortais, não é fácil! Ninguém escapa! Quem pela vida passa
passando adiante das nocividades desse cruzamento, não abraça esse prêmio por
não trazer dentro de si essa mescla; mas por submeter-se a Deus e não apartar o
seu coração do Criador, pois aquele que se dissocia do Senhor não trilhará
outra via senão a rota da maldição (Jr 17.5), visto que o nome dos que se
apartam de Javé será escrito no chão; porque abandonam o Senhor, a fonte de
águas vivas (Jr 17.13). Aqui é bom que pensemos em José. Menino novo,
sexualmente perfeito e capaz para ficar rico. Tinha grande tino administrativo.
Assediado pelos desejos de Afrodite e convidado ao banquete de Mamom, não cedeu
as cunhas da tentação. Sexo e dinheiro não passaram de elementos servis àquele
que se tornou governador do Egito, ainda que não da ascendência faraônica.
Homem que deve ser imitado, pois nele testosterona e cifrão ficaram abaixo do
seu Cérebro; não conseguiram subir por sobre a sua cabeça.
Que
Deus nos ajude!
Emmanoel
Avelar Gomes
Presidente
da ORMIBAN-BA
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