"Estes combaterão contra o Cordeiro, e o
Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão
os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis." (Ap 17.14)
Em sua
visão, o autor de apocalipse nos demonstra um Jesus Cristo exaltado, acima de
todos os poderes opressores de sua época. Soberano, majestoso, poderoso,
supremo, são palavras que não conseguem atingir o nível de grandeza desse Jesus
apresentado em Apocalipse, ficando assim no coração um sentimento de
reverência, algo que não é possível expressar com palavras, como se o próprio
coração se curvasse diante de alguém muito maior. A literatura apocalíptica se
caracteriza como sendo “literatura do oprimido”, e era um estilo literário
comum entre os judeus que foi muito utilizado entre os anos 200 a.C a 200 d.C.,
onde o oprimido povo judeu simbolizava grandiosas lutas entre o bem e o mal
para explicar o porque do sofrimento que passavam sob a servidão a outros
impérios, sempre colocando a esperança na promessa de que Deus, um dia os
renovaria. No caso do apocalipse do Novo Testamento, o oprimido João (Ap. 1:4)
que estava vivendo uma vida complicada de exílio por causa da perseguição de
Roma contra os cristãos, decide colocar sua fé na pessoa de Jesus Cristo,
entendendo que, acima até mesmo do grandioso Império Romano, Cristo domina
sobre tudo e todos e que no final ele iria vencer e conceder a vitória a seu
povo.
Pegando emprestado essa visão de João do Cristo
exaltado e assim tendo um sentimento de grande reverência ante o SENHOR do
universo, me vem uma pergunta à mente: Como EU MESMO tenho visto a pessoa de
Jesus Cristo? Como um cara legal e bonzinho, com uma ovelhinha na mão acenando,
como num daqueles quadros religiosos como se estivesse pedindo para um ônibus
parar? Será que eu entendo que ele é REI e SENHOR? Será que eu percebo que não
posso enganá-lo? Eu percebo a futilidade de tentar esconder alguma coisas
daquele que tem os olhos como chamas de fogo (Ap. 1:14), e a loucura de tentar
andar em falsidade junto com aquele cujos pés é semelhante ao bronze polido
(Ap. 1:15)? Não me entendam mal, eu sei que Jesus é o melhor amigo que alguém
pode ter, que ele é humilde e amoroso, mas não devemos esquecer o fato de que
ele é DEUS e que nós somos obras de suas mãos. É esse o Jesus glorificado
que o Novo Testamento apresenta. Não tão exaltado ao ponto de ser distante, mas
também não tão comum como se fosse um mero “cumpadi”. Quão diferente é esse
Jesus SENHOR e REI do Jesus com cara de bom rapaz ou até de retardado mental
que aparece em alguns quadros religiosos, e quão diferente é esse Jesus SENHOR
e REI, apresentado em apocalipse, do gênio da lâmpada mágica da teologia dos
nossos dias que o coloca como um servo mágico para satisfazer os caprichos de
uma sociedade consumista. A forma como vemos as pessoas afeta a forma como nos
relacionamos com elas. Jesus é o Emanuel, o Deus conosco, o Deus que se fez
carne, o Deus do povão, que andava com o povo, que ta pertinho, que chama a
todos, cujo fardo é leve, o Jesus gracioso, amoroso, paciente mas... Ele também
é o SENHOR dos SENHORES e REI dos REIS, e isso não pode passar desapercebido.
Ele exige nosso total comprometimento e obediência a seu Senhoril, prometendo
também sua ajuda, graça e tolerância com nossas falhas (Hb 4:15). Essa parte do
evangelho não pode ser negligenciada.
Missionario Pedro Fortunato
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.