Por que o inferno é eterno? Será que Deus tem
prazer no sofrimento daqueles que se rebelam contra Ele?
Lemos em Ezequiel 18.23: “Desejaria eu, de qualquer
maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Deus. Não desejo eu, antes, que ele se
converta dos seus caminhos e viva?”.
Deve parecer estranho a doutrina da condenação
eterna diante de um apelo tão amoroso! A argumentação das seitas parece lógica
e satisfatória. Uma testemunha de Jeová ou um adventista do sétimo dia talvez
diria: “se o seu filho, de poucos anos, lhe roubasse um real para comprar balas
você o atormentaria com fogo ao menos um instante? Ou, então, ele poderia ser
preso por isso?”. Sem dúvida, a resposta para essas duas opções seria não!
Contudo, precisamos entender o que Deus realmente
está condenando. Se o Senhor visse apenas o ato do pecado, como nós
limitadamente vemos, o juízo divino poderia ser diferente. Mas Ele vê muito
além do que podemos imaginar. O Senhor Deus não condena apenas um ato, mas
todas as implicações que esse ato ocasiona. Além dessa visão, digamos,
horizontal do pecado, Deus vê “verticalmente” a profundidade abismal das raízes
do pecado. O pecado fere o princípio básico da criação, a lei que Deus
determinou como base de todas coisas: o amor ao próximo. Quando esse princípio
é ferido, outro princípio, semelhante a esse, também é atingido: amar a Deus
sobre todas as coisas.
Será que o Senhor Deus deixou a humanidade à mercê
do inferno? Não! Houve uma provisão, e essa provisão supera abundantemente os
efeitos do pecado. Aqueles que, pela fé, estão em Cristo, não vivem mais sob a
condenação (Veja Rm 5.16,18; 8.1).
Será que o Senhor Deus tem prazer na morte do
ímpio? Não, conforme já vimos em Ezequiel. Mas muitos, infelizmente, rejeitam a
provisão divina: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a
justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade e não atenta para a
majestade do Senhor” (Is 26.10).
Aqueles que negligenciam e rejeitam a provisão de
Deus não podem escapar do juízo condenatório: “como escaparemos nós, se não
atentarmos para uma tão grande salvação? a qual, começando a ser anunciada pelo
Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram” (Hb 2.3).
Assim como os benefícios da graça de Cristo Jesus,
quando alguém a recebe, significam vida eterna, semelhantemente rejeitar tais
benefícios redundará em morte eterna, isto é, separação e condenação eternas.
“Tribulação e angústia virão sobre toda a alma do homem que faz o mal,
primeiramente do judeu e também do grego; glória, porém, e honra, e paz a
qualquer que pratica o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego” (Rm
2.9-10).
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