sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Extasiados ante sua santidade!


 
“Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor” (Sl 119.1)
 
BEM-AVENTURADO. O Salmista se sente tão arrebatado pela lei do Senhor, que considera como estando conformado a ele seu mais elevado ideal de bem-aventurança. Ele está olhando admirado para as belezas da lei perfeita; e, como se nesse versículo encontrasse a suma e resultado de todas suas emoções, ele exclama: “Bem-aventurado é o homem cuja vida é a transcrição prática da vontade de Deus”.
A religião genuína não é apática nem árida; ela tem suas exclamações e êxtases. Não só julgamos ser a guarda da lei de Deus uma atitude sábia e correta, mas nos sentimos ardentemente extasiados ante sua santidade, e clamamos em extasiante adoração: “Bem-aventurado são os imaculados!”. Significando com isso que ardentemente desejamos tornar-nos assim. Nosso desejo por FELICIDADE não é maior do que o de sermos PERFEITAMENTE SANTOS.
É possível que o escritor tenha laborado sob o senso de sua própria falha, portanto invejando a bem-aventurança daqueles cuja vida havia sido mais perfeita e santo que a dele; aliás a própria contemplação da lei perfeita do Senhor na qual ele agora tem ingresso fosse suficiente para levá-lo a deplorar suas imperfeições pessoais e a suspirar pela bem-aventurança de um viver sem mácula.
A religião genuína é sempre prática, pois ela não nos permite deleitar-nos numa regra perfeita sem excitar em nós profundo anelo de conforma a essa regra nossa conduta diária. Uma benção pertence aos que ouvem, lêem e entendem a Palavra do Senhor; não obstante, uma bênção ainda maior advém da real obediência a ela e concretiza em nosso andar e conversação o que aprendemos em nosso exame das Escrituras. A mais genuína bem-aventurança consiste na pureza de nosso caminho e de nossa caminhada.
Este primeiro verso constitui não só um prefácio a todo o Salmo, mas pode ser considerado como o texto sobre o qual o resto é um discurso. É semelhante à benção do primeiro Salmo, o qual é o próprio cabeçalho de todo o livro: Há certa semelhança entre este Salmo 119 e o Saltério, e este é só um ponto dele, que começa com uma benção. Neste também vemos algumas prefigurações do Filho de Davi, que começou seu grande sermão como Davi começou ser grande Salmo. É bom abrir nossa boca com bênçãos. Quando não podemos concedê-las, podemos apontar o caminho de sua obtenção; e ainda quando nem mesmo as possuamos, pode ser proveitoso contemplá-las, para que nossos desejos sejam exercitados e nossas almas movidas a buscá-las. Senhor, se não sou ainda tão abençoado ao ponto de não ser ainda contado entre os imaculados em teu caminho, contudo meditarei intensamente na felicidade que desfrutam, e a porei diante de meus olhos como uma ambição a ser concretizada em minha vida.
Do modo como Davi começa seu Salmo, os jovens deveriam começar as suas vidas; os recém-convertidos deviriam iniciar sua profissão de fé; todos os cristão deveriam começar cada dia. Assentem em seus corações como primeiro postulado e sólida regra da ciência prática que SANTIDADE é sinônimo de FELICIDADE; que nossa sabedoria consiste em primeiramente buscar o reino de Deus e sua justiça. O bom começo já é meio triunfo. Começar com uma idéia veraz de bem-aventurança é importante além de toda medida. O homem começou sendo bem-aventurado em sua inocência; e se nossa raça caída vida a ser vem aventurada outra vez, então ela deve encontrar a bem-aventurança onde ela a perdeu no princípio, ou seja, conformando-se com os mandamentos do Senhor.
 

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