quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Cristão e a Violência

É impossível para pessoas que possuem um pingo de temor de Deus não se chocarem com as notícias a respeito da violência generalizada que se instalou sobre o globo terrestre. O impacto que temos é ainda maior quando as atitudes violentas são praticadas por quem menos esperaríamos que as praticassem: crianças, adolescentes e jovens, às vezes, bem nascidos e bem nutridos.

O emaranhado de causas desse problema formam uma teia propícia para muita sorte de pecados: o fracasso da educação familiar; o insucesso da educação formal; a perda do sentido da vida; o desejo destes violentos chamarem a atenção sobre si; a estratégia inconsciente de os jovens tentarem se vingar contra a sociedade e contra a família; a banalização da vida e da morte; a instigação da mídia, entre outros.
Mas qual atitude do cristão, particularmente, a do povo de Deus, coletivamente, enquanto corpo de Cristo na Terra ante esse caos? Podemos refletir em pelo menos duas posições.

A VISÃO DO TODO
Uma estratégia bem antiga de Satanás é fazer com que o ser humano perca a visão plena da realidade. Ele planeja que olhemos parcialmente para o estardalhaço que a mídia faz com as notícias dos crimes hediondos, para termos a impressão que Deus está inerte. A estrutura chamada na Bíblia de "mundo" ( The Matrix) (Jo 15:18- 23) quer nos enfeitiçar com a idéia de que somos vítimas indefesas dos seus ardis.

Quem ainda não foi atingido pela miopia espiritual já percebeu que as representações teatrais de mal gosto dos tão assistidos programas policiais, recriam a barbárie e fazem apologia da violência, construindo altares para um culto diabólico e inconsciente da desgraça humana. Com tudo isso, o arquiinimigo de Deus quer que venhamos a diminuir nossa visão da realidade.

O seu desejo é fazer-nos crer no sofisma de que a igreja não incomoda, não salga e não brilha mais e, portanto, quer nos levar a ilusão de que tudo está perdido.

Quando não enxergarmos mais o poder de Deus e as Suas obras seremos amarrados com uma venda chamada apostasia(s.f.- ato de apostatar.Mudança de religião. Mais particularmente abandono da fé cristã.). Daí, a tendência humana do desânimo pode nos abater e acharmos que não convém mais lutar por nada, não compensa mais denunciar o pecado porque ele parece ser soberano. Pior: poderá alguém mesmo que inconscientemente acabar associando-se à violência e toda sorte de mal. Entretanto, a recomendação bíblica é explícita: "Não vos associeis às obras infrutuosas das trevas, antes, porém, condenai-as" (Ef 5.11).

Por que não se propaga o fato de que mais de cinqüenta por cento dos jovens brasileiros trabalha oito horas por dia e estuda à noite? Por que não se noticia as pesquisas feitas por inúmeros jovens nas universidades de todo o mundo? Por que os jornalistas não saem à cata de heróis anônimos que entre as idades de 15 a 20 anos lutam arduamente para ajudar manter ou até sustentar totalmente suas famílias? Por que não fazem um levantamento do que os jovens cristãos têm feito por missões e assistência social? Por que não se divulga o fato de nossos templos estarem com um número considerável de jovens? Por que não se divulga o número de crianças, adolescentes e jovens matriculados e freqüentes às Escolas Bíblicas Dominicais? A resposta é simples: essas notícias não vendem jornais, porque não vendem a ideia mentirosa e tapeadora do Diabo de que ele está vencendo!

O cristão, que tem uma visão escatológica ponderada, é consciente de que o mundo vai de mal a pior e que a plena paz no globo terrestre só ocorrerá com a instalação do senhorio pleno de Cristo, por ocasião do milênio. Todavia, precisamos tentar melhorar o nosso ambiente enquanto "embaixadores de Cristo" (2 Co 5:20). Por isso, no que se refere ao problema da violência e a todo o mal que aflige a Terra é preciso tomarmos atitudes objetivas, alicerçadas na Palavra de Deus.

AÇÕES EFICAZES
A primeira ação a ser empreendida é assumirmos o ministério do sacerdócio universal que cada cristão possui, conforme vemos em 1 Pe 2.9: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz". O compromisso maior de um cristão constitui-se em uma ação vertical: ser sacerdote. Isso significa representar as pessoas diante de Deus, o que só pode ser feito através de uma ponte chamada intercessão.

Deus é indiscutivelmente soberano. Ele também criou o homem para exercer domínio sobre a Terra (Gn 1:26,27; Sl 8:6). Mas, Adão caiu na astúcia do inimigo, perdendo a autoridade que o Senhor lhe dera. É como se ele tivesse passado uma procuração para Satanás ou como se tivesse arrendado o mundo para o inimigo. A impressão que se tem é que Satanás teria um direito legal sobre o mundo - porque Adão lhe transferira (Lc 4:5,6; 1 Jo 5: 19). É por isso que precisamos orar para anularmos esse direito legal do inimigo sobre a criatura caída. O mundo grita pedindo socorro e a primeira resposta que devemos lhe dar é a oração intercessória por ele.

Talvez seja por isso tudo que o Pai celeste prefira agir lá do alto, quando alguém aqui embaixo Lhe pede. A respeito disso John Wesley declarou: "Parece que Deus é limitado por nossa vida de oração - Parece que Ele nada pode fazer em prol da humanidade a não ser que alguém Lhe peça". Vamos interceder pelo mundo e aniquilar as obras do Diabo.

O segundo compromisso do crente diz respeito a uma ação horizontal: ser testemunha de Cristo, o que só é feito com eficácia plena, depois de recebermos a Sua virtude:

"Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra" (At 1:8).

Depois de recebermos a unção de Deus, somos capacitados pelo Senhor a mostrar para o mundo que a violência, antes de ser um problema psicossocial é um mal de origem e natureza espiritual e que, portanto, somente pode ser solucionado com estratégias espirituais: "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo" (2 Co 10.4). Logo, a resposta para a violência é o poder de Deus.

Revestidos da graça divina, podemos mostrar que a única educação que forma integralmente o ser humano é aquela inspirada na Palavra de Deus. Com instrumentos humanos, cheios do Espírito Santo, o mundo verá realmente que a vida somente passa a ter sentido quando aceitamos o compromisso com a Vida de Deus, que é Cristo, através do novo nascimento (Jo 3.3,7). Desse modo, o problema da violência passará a ser visto da forma como a Bíblia Sagrada apresenta: uma conseqüência do mal uso da liberdade que o Pai celeste concedeu ao ser humano. É tola a ideia de, espantados, procurarmos somente nos defender dos ataques do inimigo. Na verdade, a atitude correta é assumirmos a postura de ataque, sendo testemunhas de Cristo, libertando as pessoas da violência pelo poder sobrenatural do evangelho. Esse poder foi a resposta que Deus nos deu, quando outrora éramos Seus inimigos e também agíamos com violência para com a Sua verdade.

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