terça-feira, 13 de julho de 2010

Pão e Vinho

O pão e o vinho são elementos proféticos nas Escrituras. Aparecem já no primeiro livro da Bíblia, quando o sacerdote Melquisedeque celebra a primeira Ceia da História (Gn 14:18).
O pão e o vinho simbolizam o Corpo do Senhor Jesus. O pão é feito do grão de trigo moído, e o vinho da uva espremida. Tanto o pão quanto o vinho têm algo em comum: o elemento que compõe a matéria prima de ambos tem que ser triturado antes de dar à luz o seu produto final, o que profeticamente aponta para o castigo de Cristo no Calvário que nos trouxe a paz. Como ele, carregamos sua cruz, morrendo para as vaidades da vida e para nossas imoralidades. Como Ele, andamos em singeleza de coração e santidade de vida. Somos o grão de trigo que necessita morrer para poder dar seu fruto (Jo 12:24). Somos a uva que necessita ser espremida para poder dar o vinho que alegra a alma e faz o rosto brilhar (Salmo 104:15).
O pão e o vinho são os elementos principais da Ceia do Senhor. Muito mais além de somente apontar para a morte de Cristo, a Santa Ceia aponta para a glória de sua ressurreição na Igreja, que é o seu Corpo. Se não tomarmos seu Sangue e não ingerirmos de sua Carne, não temos vida em nós mesmos (Jo 6:48-57). Mas quando tomarmos seu Sangue e ingerirmos de sua Carne, recebemos a Vida e formamos um só Pão na terra (1 Cor 10:17), o Pão vivo que vem do céu (Jo 6:51). A Carne e o Sangue são o combustível de nossa alma, a Árvore da Vida que foi perdida no Jardim do Éden e nos foi devolvida por meio do Filho. É o símbolo de nossa união com Cristo, por meio da qual nos tornamos um com Ele assim como Ele é um com o Pai (Jo 17:21-23). A Ceia do Senhor é o ato profético que aponta para este momento. Como sua Noiva, a Igreja que somos, somos feitos uma só carne com Ele ao ingerirmos de sua Carne e tomarmos seu Sangue, recebendo em nós o sêmen divino da Vida, tornando-nos depositários da Glória que lhe foi dada em carne, para que o mundo creia que o Pai enviou o Filho, e que o Filho enviou a nós.
O pão e o vinho também são elementos principais nos banquetes cotidianos da Igreja neotestamentária. A vida da Ekklesia bíblica não girava em torno de eventos religiosos, e sim em torno da mesa da comunhão. Neste sentido, a Ekklesia se parece mais com um enorme banquete em família do que com as rígidas e gélidas instituições religiosas de nossos dias. Ao partir o pão e compartilhar o vinho, os santos compartilham suas vidas. Se buscarmos nas Escrituras alguma diretriz acerca de como realizar um culto, nada encontraremos, pois a ênfase da Igreja neotestamentária estava na convivência dos santos e relacionamentos profundos, por meio dos quais juntas e medulas interligadas formam o Corpo de Cristo na terra (Ef. 2:21-22). A Ekklesia bíblica não pode ser representada por um edifício, ou um evento domingueiro. Sua verdadeira imagem é a de uma família que se reúne para comer pão e beber vinho, juntos buscando a Deus em simplicidade de coração e ortodoxia.


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