sábado, 10 de julho de 2010

Árvore sem frutos

O início do capítulo 13 de Lucas narra sobre um grupo de pessoas que veio a Jesus trazendo trágicas notícias de alguns galileus que haviam sido assassinados por Pilatos, no momento em que prestavam seu culto a Deus.
A tragédia é um fator social que gera grande impacto sobre a humanidade. Apesar de ser comum receber notícias sobre eventos catastróficos, quando os mesmos vêm a nossos ouvidos, algo em nosso interior se comove, seja para deleite bizarro ou para profundo pesar.
Quando aqueles homens vieram a Jesus trazendo suas manchetes sensacionalistas, o Senhor lhes rebateu com resposta firme e confrontadora, fazendo-os mirar em suas próprias vidas ao invés de tentarem justificar a tragédia daqueles pobres homens por uma suposta ação de causa e efeito, oriunda de um karma negativo.
Ao engrossar seu pensamento com o exemplo dos 18 homens que morreram na queda da Torre de Siloé, o Senhor afirma sua linha de pensamento no sentido de que nós não devemos usar os acontecimentos bruscos da vida de outrem para nos justificar como pessoas melhores, senão, que os mesmos devem nos estimular a buscar uma vida cada vez mais piedosa, em padrões mais justos, como que nos lembrando da máxima: quem está em pé, cuide de que não caia!
A fim de consolidar sua doutrina de sublime graça e amor paciente, o Senhor propõe uma parábola extremamente significativa, ensinando sobre uma figueira que estava plantada em meio a uma vinha. Por três anos, o dono da vinha buscara frutos na tal, nunca encontrando. Ordenou por isso ao seu servo que a cortasse. O servo, no entanto, lhe faz a seguinte proposta: deixa-a por mais um ano para que eu cuide dela, cave e coloque esterco, se após isso não der fruto, nós a cortaremos.
Esta parábola demonstra um processo de Deus para muitas igrejas em nossa geração:
1º fomos plantados junto a Vinha, que é Israel. Não somos a Vinha, fomos enxertados em um lugar do qual não somos merecedores.
2º por três anos o Senhor tem buscado por frutos e nunca encontra nada. Entenda que o fruto que deve ser gerado numa figueira é o figo e não as uvas. Deus sabe de nossas limitações, compreende nossa história pagã, e sabe o quanto somos maus e incapazes de nos manter em santidade, por isso, não nos pediu que déssemos os mesmos frutos que Israel “a Vinha”, que vivia sob a Lei, senão, que lhe apresentássemos os frutos que somos capazes de gerar, que são os frutos dignos de arrependimento. Não são obras da Lei, mas novidade de Vida, pela ação do Espírito Santo em nós!
3º o processo se inicia com a escavação, ou seja, a exposição de nossas raízes, de nossas bases ocultas, que sustentam as aparências de nossas vidas. Quando somos religiosos, temos muito orgulho de nós mesmos, assim são as figueiras com suas muitas folhas, frondosas, suntuosas, contudo, sem frutos, nada valem perante o Senhor. Por isso a necessidade de iniciar-se um processo de transformação através da renovação da mente, movendo o interior de cada pessoa, abalando suas estruturas erradas as quais estão firmadas sobre bases enganosas de uma falsa religião.
Após isso, quando pensávamos estar no pior do tratamento, o agricultor de Deus vem até nós e nos enche de esterco, um monte fedido e nutritivo de cocô.
Por isso, amado irmão, quando estiver sofrendo as severidades do tratamento do Senhor em sua vida pessoal, sendo exposto, humilhado, tendo uma pilha de esterco sendo lançada em suas raízes, saiba que é o momento precioso do cuidado de seus servos, os quais estão intercedendo diante dEle para que você comece a dar frutose não seja cortado da Vinha.

Rafa

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